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Policial penal que atirou em professor de ginástica em briga de trânsito ‘tentou encobrir crime’, diz irmão da vítima


Marlon de Melo foi atingido no tórax e no braço e está internado em estado grave. Vítima voltava do trabalho. Marlon de Melo, professor de dança baleado por policial penal em Olinda
Reprodução/Instagram
“Ele quis encobrir todo o crime que ele fez”. Isso é o que diz o porteiro Darlan de Melo, de 32 anos, sobre o homem que atirou contra seu irmão, Marlon de Melo, em uma briga de trânsito, em Olinda. Conforme apuração do g1, o suspeito é um policial penal que atua na Paraíba. Ele, depois do crime, registrou um boletim de ocorrência dizendo ter sido vítima de tentativa de assalto.
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O caso aconteceu no sábado (4). Marlon de Melo, de 31 anos, está internado em estado grave no Hospital da Restauração, no Derby, região central do Recife.
A vítima, que é um profissional de educação física, tinha acabado de dar uma aula de ginástica coletiva e voltava para casa de moto, quando se envolveu na confusão. O policial também estava numa motocicleta.
Durante a discussão, o policial penal, que não teve o nome divulgado, atirou duas vezes em Marlon. Um dos tiros atingiu o tórax da vítima, perfurou o pulmão e se alojou na coluna. A outra bala feriu o braço.
“Ele quis encobrir todo o crime que ele fez. Ele chegou no DHPP [Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa] à noite para fazer a queixa dele, enquanto a gente estava correndo atrás das coisas do nosso irmão”, disse Darlan, irmão de Marlon.
Segundo Darlan, quando o irmão mais velho procurou a delegacia para registrar o crime como tentativa de homicídio, já havia um boletim de ocorrência com informações semelhantes, contando uma versão diferente do ocorrido.
“Tinha um B.O. de um policial penal, que disse que atirou em um rapaz, pois achava que ele ia roubar ele. Foi quando a gente chocou as informações'”, afirmou Darlan.
A família de Marlon de Melo também criticou o fato de que o policial penal, depois de afirmar ter atirado em uma pessoa, foi liberado.
“Sendo legítima defesa ou não, ele tem um registro da arma, essa arma tinha que ficar presa lá. Não entendo tanto, mas creio que ela devia ficar presa lá. Ele abriu esse BO como se meu irmão fosse um criminoso, e foi liberado, saiu pela porta da frente”, comentou o porteiro.
Discussão de trânsito
Ainda segundo Darlan, irmão de Marlon, a dupla se desentendeu porque o policial bateu na moto do professor de ginástica. Irritado, Marlon xingou o homem que seguia por um caminho semelhante. Poucos metros a frente, o agressor retomou a discussão e efetuou os disparos.
“A discussão começou porque esse policial penal bateu na traseira do meu irmão. Começou no sinal antes, e a discussão só vai parar depois de 300, 400 metros. Meu irmão começou a discutir, discussão verbal. […] Ele seguiu o meu irmão, emparelhou com ele, perguntou o que foi que ele tinha falado […], apontou para o corpo e efetuou o disparo. Saiu como se tivesse jogado um saco de lixo no chão”, declarou Darlan.
Marlon foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, depois, transferido para o Hospital da Restauração, onde passou por cirurgia e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O hospital informou nesta terça-feira que o estado dele é grave, mas estável.
De acordo com o irmão, durante a transferência da UPA para o Hospital da Restauração, a família conseguiu conversar com Marlon.
“Ele estava consciente, conseguiu falar com a esposa dele. Um pouco debilitado porque pegou no pulmão. Falou com outra cunhada minha, a esposa dele deu uma olhadinha para o lado assim, aí ele falou para o meu irmão que estava no momento: ‘foda, né, mano?’, com uma cara de aflição. Aí apontou para a perna dele [e disse] ‘estou sentindo nada’”, declarou o irmão.
Ausência de leito de UTI
Amigo de Marlon, o personal trainer Rafael Maranhão contou que a família precisou de uma liminar na Justiça para conseguir o leito de UTI em que ele foi internado.
“A gente passou todo o sábado num corre-corre muito grande, porque a prioridade era conseguir um leito de UTI para Marlon. A gente passou mais de 24 horas, teve que entrar com liminar de advogado, esperar um oficial chegar aqui, até conseguir o leito do hospital. Tudo isso agravou muito a situação dele, porque, nesse meio tempo, ele teve uma parada cardíaca que veio agravar um pouco o quadro dele”, contou.
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