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Moradores de São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, enfrentam insegurança


A Força Nacional chegou à cidade e faz patrulhas por terra e água para reforçar a segurança. Armados, também acompanham os bombeiros nos barcos, para tentar acalmar a população. Moradores de São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, enfrentam insegurança
Jornal Nacional/ Reprodução
Na Região Metropolitana de Porto Alegre, na cidade de São Leopoldo, a água começou a baixar. Mas os moradores estão enfrentando uma outra preocupação: é com a segurança.
O sol e o céu azul podem quase enganar, mas as ruas, que terminam todas em alagamentos, logo mostram a realidade de São Leopoldo. A enchente atingiu 80% das casas do município – isso cinco dias atrás. Nesta terça-feira (7), muito pouco melhorou.
Nas últimas horas, o nível do Rio dos Sinos tem baixado até rápido, pelo menos uns 30 cm desta segunda para esta terça. Mas na rodoviária, a profundidade da água segue alta. Agora, começaram a aparecer a parte de cima dos carros; o resto continua tudo submerso.
Por todo o labirinto de ruas que viraram canais, pessoas pedem ajuda das janelas. Do alto dos prédios, baldes e sacolas são jogados amarrados em cordas para receber as entregas que chegam nos barcos.
“A gente não saiu porque a gente tem o segundo andar da casa, e tem os quartos. A gente têm duas caixas d’água. Então a gente consegue se garantir bem assim”, conta um morador.
Agora, os bombeiros não querem mais tentar convencer os moradores a deixar as casas. Estão levando suprimentos para que eles permaneçam onde estão. É que a água nas ruas está descendo, o que diminui o risco, e os abrigos estão sobrecarregados. Não há uma estimativa de quantas pessoas deixaram suas casas, mas cerca de 15 mil estão em abrigos oficiais.
O maior da cidade foi montado na Faculdade de Esportes da Unisinos. Tem quase 2 mil pessoas e ares de uma pequena cidade: três ginásios servindo de alojamento, pronto-socorro, posto de saúde exclusivo para idosos, e até uma área só para cuidar de cachorros.
Dormir no chão no ginásio não é o que a Tatiane da Silva queria estar fazendo com o filho de 1 ano e meio, mas é o que a salvou.
“Eu agradeço porque, se eu voltasse para casa, não ia ter nem um arroz para comer com eles”, diz.
Mas deixar as pessoas longe dos abrigos tem mais um desafio. Além da água que continua tomando conta de tudo, nesta terça, todo morador que a equipe do Jornal Nacional encontrou, toda pessoa que recebeu ajuda, também falou de medo de uma outra situação: o problema da insegurança.
“A minha casa está ali. Inundou e os caras estão roubando, estão entrando de madrugada. Não estão respeitando, entraram lá na outra casa lá. Estão vindo de barco”, lamenta um idoso.
“Só tem um vizinho agora o restante já saiu todo mundo. Estão entrando e roubando”, afirma o comerciante Odirley Guerra.
Imagens de satélite mostram antes e depois de maior enchente da história no Rio Grande do Sul
Em meio às reclamações de insegurança, a Força Nacional chegou à cidade e faz patrulhas por terra e água para reforçar a segurança. Armados, também acompanham os bombeiros nos barcos, para tentar acalmar a população. A aposentada Dolores Fuhr, de 93 anos, preferiu ir para casa de amigos da família:
“Eu estou bem, gente. Tenho 93 anos, mas vou passar por essa. Vocês não podem – e nem nós, muito menos – esmorecer. O Brasil é muito grande. O Rio Grande do Sul é guerreiro, e nós vamos vencer essa também”.
Já Sabrina Graeff desistiu da batalha – pelo menos aqui. Depois de ser expulsa de casa pela segunda vez, ela agora quer deixar o Rio Grande do Sul.
“Não tem como ficar. Quando começa a chover, a gente já começa a ficar em pânico. Então, para lá eu não volto mais”, garante.
A filha Manuela, de 10 anos, não tem preferência por lugar nenhum. Tem só um pedido:
“Quero ir para qualquer lugar onde não tenha água, e que tenha luz também”.
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