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Jornal Nacional sobrevoa região onde bombeiros passam a noite em busca de desaparecidos no RS


Equipe do JN visitou um dos maiores abrigos no estado, onde estão 7 mil pessoas. Jornal Nacional sobrevoa região onde bombeiros passam a noite em busca de desaparecidos no RS
Jornal Nacional/Reprodução
Em Canoas, uma universidade acabou se transformando no maior abrigo para quem perdeu tudo no estado.
Um centro de tecnologia transformado em centro de solidariedade. A Universidade Luterana do Brasil, a Ulbra, fica em Canoas, na Grande Porto Alegre. Mais da metade da cidade está debaixo d’água.
No campus, é como se uma nova cidade tivesse nascido da noite para o dia. Cidade feita de tijolos e correntes, correntes humanas. As doações são encaminhadas por cerca de mil voluntários. Sete mil pessoas estão vivendo ali, em ginásios e salas de aula. O caminhoneiro Paulo Ricardo Fagundes foi salvo no teto da casa dele.
Repórter: “Você saiu da sua casa de barco?”
Paulo: “Isso, de barco”.
Repórter: “Não dava para sair andando mais?”
Paulo: “Não, não, tinha 6 m de altura. Cobriu o telhado da casa. Estava dando prioridade para criança e mulher primeiro.”
Repórter: “Você achou que ia morrer?”
Paulo: “Sim, sim, sim, com certeza. Até porque é muito longe para nada. Eu sei nadar, mas era muito longe, dava uns 6, 7 km para chegar em terra firme nadando.”
Ele chegou ao abrigo com a roupa do corpo. Perdeu casa, documento, celular. Só não perdeu a modéstia. Foi o sobrinho que revelou que o tio foi um herói: “Meu tio salvou um monte de gente lá.” Os vizinhos registraram o momento em que Paulo percorreu o bairro na balsa que ele improvisou, com sacos e garrafas pet.
“Salvei uma senhora acamada, um casal de idoso que não podia sair, eles não sabiam nada, inclusive, passaram a noite toda pedindo socorro”, conta Paulo.
Não é fácil percorrer esses caminhos que viraram rios. Para quem não conhece, fica difícil até procurar, já que muitas placas estão debaixo d’água. Placas, indústrias, construções imensas alagadas na beira da BR-116, um dos acessos de Porto Alegre para a Serra Gaúcha.
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A 700 metros de altitude, o problema não é a água acumulada, mas os deslizamentos que destruíram encostas inteiras desde a última sexta-feira (3). E até hoje famílias isoladas estão sendo resgatadas. O helicóptero do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro trouxe uma família de quatro pessoas. E quem diria: a sensação de alívio não espantou o medo de voar.
“Primeira viagem, tomara que não precise nunca mais. Vamos fazer o que, né?”, responde o agricultor Sérgio Lazarini sobre o medo do helicóptero.
A equipe do Jornal Nacional pode ir junto dessa vez porque essa não é uma missão de resgate. Eles vão desembarcar uma equipe que vai ficar fazendo buscas a pé no meio da mata onde eles suspeitam que possa haver pessoas desaparecidas.
Vão preparar o terreno para a chegada de cães de resgate. Do alto, é possível enxergar a dimensão dos estragos no Vale do Rio das Antas. É até difícil imaginar que onde eles desembarcam existia uma casa. Os bombeiros do Rio foram preparados para passar a noite ali. A tecnologia decola novamente, lá embaixo ficam bravura e coragem.
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