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Enchentes no RS: moradores do Vale do Taquari veem o que restou das cidades


O Rio Taquari chegou a 25 m em Roca Sales. Depois que a água baixou, foi possível ver os estragos: algumas ruas e casas foram totalmente destruídas. Enchentes no RS: moradores do Vale do Taquari veem o que restou das cidades
Moradores do Vale do Taquari foram os primeiros a sentir as consequências da chuva forte e agora são os primeiros a voltar para o que restou das cidades.
Difícil seguir a vida quando não parece mais existir o caminho.
“Para mim, acabou, porque a outra vez já foi difícil. Eu acho que nem no mapa não está Roca Sales. Mas era bonito, bom de morar. Não tem mais”, lamenta o aposentado Silvério Huppes.
A aposentada Marilene Marcelo mora bem na margem do Rio Taquari. Ela mostra como ficou a casa mobiliada um mês atrás.
“A situação é realmente de destruição, mesmo, não tem nada que se possa aproveitar. Aqui, a casa estava toda desse jeito aqui. Toda desse jeito a casa estava. Ficou isso, sobrou isso, depois de tudo que a gente comprou, só sobrou isso, lamentavelmente”, conta ela.
A aposentada Marilene Marcelo mostra como ficou a casa após destruição das chuvas
Jornal Nacional/Reprodução
Em Roca Sales, o nível do Rio Taquari chegou a 25 metros. Depois que a água baixou, esse foi o cenário que ficou: casas e ruas totalmente destruídas. Em alguns casos, nem mesmo paredes ficaram de pé.
“Aqui onde a gente está é minha cozinha. Ali era a sala, e ali o quarto das crianças. Aqui nós tínhamos três casas de família. Vó do meu marido, minha sogra, minha cunhada, dois, três tios. Tudo familiar nesse terreno… onde era esse terreno, porque agora nem terreno tem mais”, relata uma mulher.
Imagens de satélite mostram antes e depois de maior enchente da história no Rio Grande do Sul
O Jornal Nacional esteve na principal praça da cidade de Santa Tereza na Serra. Pela terceira vez em oito meses ela foi invadida pelas águas do Rio Taquari e está coberta de lama.
“Infelizmente, a nossa creche aí ela foi alagada também, então não está em condições de voltar às aulas e está aí o pequeno. Bola para frente que a gente não vai desistir tão fácil assim. O trabalho é árduo, mas vamos continuar”, diz o empresário Daniel Busnello.
O amor pelo filho deu forças ao aposentado João Vespa.
“Hoje de manhã, 4h, meu filho me disse: ‘Pai, eu quero comer’. Eu não tinha o que dar para o guri comer. Fiquei triste, chorei”, conta.
Isolado pelos deslizamentos na zona rural, ele caminhou 8 horas para matar a fome do filho de 7 anos. Um esforço para salvar a família e também os vizinhos.
“É se atolando, desviando por pedra, madeira, deslizamento que você não acredita que o ser humano cruza. Para chegar até aqui e pedir socorro pessoalmente. Nós não temos contato com vocês aqui. Então, eu quero pedir em nome dessas 11 casas: alimento, comida”, acrescenta João.
Agora, de helicóptero, ele volta pra casa carregado de mantimentos e cumpre a promessa mais importante que se pode fazer.
“Meu filho: ‘Pai, tu vai voltar, não vai morrer’. Digo: ‘Não, eu vou voltar’. E estou indo, se Deus quiser, né. E Ele quer, né”.
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