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Como funcionam as comportas do Guaíba


Sistema de Proteção Contra Cheias, construído na década de 1970, possui 14 comportas para tentar evitar que as águas do Guaíba invadam as partes baixas de Porto Alegre. Porto Alegre inundada depois de cheia histórica do rio Guaíba
Renan Mattos/Reuters
Depois da enchente histórica de 1941, quando o Guaíba atingiu 4,76 metros, Porto Alegre montou um mecanismo para evitar novas inundações, o Sistema de Proteção Contra Cheias. Construído na década de 1970, ele é formado por diques, casas de bombas e comportas (entenda mais abaixo).
Fernando Dornelles, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS e doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, explica que o sistema tem 68 quilômetros de extensão e circunda toda a capital do Rio Grande do Sul, impedindo que as águas do Rio Guaíba (ou lago) invadam as partes baixas da cidade.
A cota de inundação do Guaíba é de 3 metros. Nesta segunda (6), o patamar estava em 5,6 metros, quase 2,30 metros acima, e o nível deve se manter em torno de 4 metros pelos próximos 10 dias.
O sistema, desenvolvido para evitar as enchentes na cidade, envolve o muro da Avenida Mauá (onde fica parte das comportas), além do muro de concreto no Centro Histórico, casas de bombas e diques espalhados por diferentes pontos da cidade, como a freeway, Avenida Castello Branco e as orlas 1, 2 e 3.

O sistema de comportas
O sistema possui 14 comportas para tentar barrar a água do Guaíba. Uma parte está localizada no Muro da Mauá.
As portas metálicas medem até cerca de 5 metros de altura e são fechadas em momentos de alerta. Para isso, é preciso usar uma retroescavadeira. Também são colocados sacos de areia para evitar a passagem de água por alguma fresta. Esse processo pode levar até 40 minutos.
Além das comportas, o sistema também conta com quilômetros de diques (estruturas que funcionam como barreiras complementares) e as casas de bombas (piscinas que retêm água até que ela possa voltar para o Guaíba).
“Nesse conjunto temos diques de terra, casas de bombeamento e condutos forçados que realizam a retirada da água de dentro da cidade durante as cheias. E ainda há comportas que fecham as passagens de veículos pelos diques e cortina de concreto (o Muro da Mauá)”, completa Fernando Dornelles.
Prefeitura fecha comportas de sistema de segurança para evitar inundação pelo Guaíba em Porto Alegre
Prefeitura de Porto Alegre/Divulgação
E o rompimento da comporta? Na sexta-feira (3), uma das comportas se rompeu com a força das águas e há preocupação com o rompimento de mais uma. Dornelles explica que o sistema foi projetado para eventos extremos, o problema é a falta de manutenção.
“Tivemos falhas dos pontos vulneráveis (comportas e casas de bombas) que permitiram entrada de água para a área que deveria ser protegida por elas. São estruturas que necessitam de vistorias, testes e manutenção preventiva periódica. Se não houvesse falha e se assegurassem que nos diques de terra a cota de seis metros estivesse estabelecida, a cidade de Porto Alegre estaria protegida”, alerta.
Essa também é a opinião do professor da UFRGS Fernando Mainardi Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH). Em entrevista ao g1 RS, o pesquisador informou que o mecanismo vem enfrentando falhas.
“O sistema de proteção de cheias de Porto Alegre está operando mais como um sistema de retardamento da entrada da água do que como um sistema de proteção efetivamente. Claro que isso já está sendo muito bom porque o principal da inundação até o momento está sendo barrado pelo sistema de proteção. Mas agora estamos sentindo os impactos dentro da cidade, em função do sistema não ter funcionado a pleno”, disse.
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