Para quem busca conforto no trânsito diário, o câmbio automático é uma verdadeira “mão na roda”.
Em meio ao “anda e para” do tráfego, ele troca as marchas por você, além de evitar o cansaço de acionar o tempo todo a embreagem com a mão direita na marcha e a perna esquerda.
No entanto é comum ter dúvidas quanto ao funcionamento e manutenção. Muitas pessoas se questionam se colocar a alavanca no “N” com carro parado no semáforo ajuda a poupar combustível.
Outra dúvida bem comum é sobre se segurar o veículo no acelerador em ladeiras poderia causar algum desgaste.
O engenheiro Leandro Perestelo, membro da Comissão Técnica de Transmissões da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade) tratou de esclarecer essas e outras dúvidas referentes ao câmbio automático.
Veja 8 mitos e verdades sobre o câmbio automático
1) “Consome mais combustível”: mito!
Os câmbios automáticos têm maior eficiência do que há alguns anos, com trocas mais rápidas e aproveitamento maior da curva de torque.
No passado, esse tipo de transmissão obrigava o motor a trabalhar sob regimes muito altos, o que aumentava o consumo.
Os câmbios atuais têm um dispositivo chamado embreagem de bloqueio, que ajuda a manter giros baixos em marchas reduzidas.
Além disso, houve aumento de marchas como no caso de Ford Mustang e Chevrolet Camaro 2018, o que contribui para manter rotações baixas.
2) “Tem trocas mais rápidas”: verdade!
As trocas proporcionadas pelos câmbios automáticos estão mais rápidas, a ponto de se aproximarem dos automatizados de dupla embreagem.
O sistema permite fazer a mudança sem interrompera entrega de torque para as rodas, algo impossível de se obter com uma caixa manual, onde é necessário desacoplar a transmissão do motor, o que diminui o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h.
3) “Quebra menos, mas conserto é mais caro”: verdade!
A confiança nesse tipo de câmbio é bastante alta e como o motorista não comanda sua operação fica menos suscetível à falha humana.
Porém, quando há um problema, o custo de reparo é bem maior, pois o sistema é mais complexo e tem peças e percentual de componentes importados.
O conserto do câmbio pode variar entre R$ 4 mil e R$ 30 mil.
4) “Vida útil é maior”: verdade!
Se não houver problemas de operação ou qualidade, não há necessidade de fazer troca de peças até pelo menos 150 mil quilômetros.
Em alguns casos, a vida útil pode chegar a 300 mil quilômetros.
5) “Nas paradas, ideal é colocar em neutro”: mito!
Não é preciso colocar o câmbio na posição “N” de neutro cada vez que se para em um semáforo.
Se o motorista o fizer, é possível economizar um pouco de combustível, mas veículos mais modernos colocam a transmissão no neutro automaticamente quando o motorista para por algum tempo.
Em alguns casos há o sistema de start-stop, que promove o desligamento automático do motor.
6) “Pode segurar com acelerador numa ladeira”: verdade!
O câmbio automático tem conversor de torque no lugar da embreagem.
Dessa maneira, o torque é transmitido pelo fluido hidráulico e não há desgaste caso você mantenha o pé no acelerador para segurar o carro em uma ladeira.
7) “Causa mais desgaste dos freios”: mito!
Quando o carro está parado com o freio acionado, não há movimento relativo aos freios, portanto não ocorre qualquer tipo de desgaste.
Em movimento, se forem seguidas as dicas de economia de combustível do item 5, o nível de degradação será muito parecido ao de um carro manual.
8) “Engatar a ré em movimento quebra a transmissão”: verdade!
Engatar a ré com o veículo em movimento para frente, pode causar um choque intenso em peças do câmbio, o que pode levar à quebra.
A grande maioria das caixas manuais tem uma trava que evita a alavanca deslocar para o “R” no caso de um esbarrão e também impede o acionamento da marcha à ré mesmo quando a alavanca eventualmente for parar nessa posição.