• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Tragédia no Rio Grande do Sul: como crianças chegam, são recebidas e cuidadas em abrigos durante enchentes


Fortes chuvas atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril (capital é uma das regiões mais atingidas por causa da cheia do Guaíba). Municípios do estado calculam pelo menos 100 mil casas destruídas ou danificadas. Diante da tragédia causada pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril, muitas famílias precisaram ser levadas para abrigos. E o resgate de casas praticamente submersas, muitas vezes, tem separado crianças de seus responsáveis.
Para Jeferson Leon Machado da Silva, presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares do Rio Grande do Sul, um dos desafios é identificar crianças e seus responsáveis, que podem estar em abrigos diferentes.
Soldados trabalham no resgate de vítimas em Porto Alegre, nesta quarta-feira (8).
Diego Vara/Reuters
Em Canoas e Porto Alegre, por exemplo, duas das cidades mais atingidas, um fluxo foi criado. “Quando se chega uma criança e essa criança não está com a família, [ela] já vai diretamente para o acolhimento institucional.”
E, como muitas vezes a criança pode não saber sua identificação completa, há um cuidado maior ao entregar menores aos que se apresentam como seus responsáveis, que também podem estar sem documento neste momento.
“Não está fácil essa identificação, mas ao mesmo tempo as equipes não estão facilitando para entregar qualquer pessoa que diga que é pai e mãe.”
Os órfãos da tragédia no Rio Grande do Sul
Neste momento, como explica Jeferson, é fundamental o trabalho de assistentes sociais e psicólogos que analisam as afinidades e os dados de cadastro. Ele cita como exemplo o salvamento de uma família em que os adultos foram levados para a cidade de Guaíba, mas a criança foi para Porto Alegre.
“Depois de algumas horas que foram descobrir, que aí as informações, os cadastros de um e de outro começaram a bater.”
Também segundo Jeferson, algumas crianças chegam em boas condições, enquanto outras já apresentam sinais de debilitação.
“Varia muito pela condição, o tempo que ela ficou lá [esperando resgate]. Algumas crianças, como a gente sabe da própria inocência, não têm ainda a noção do que está acontecendo, desembarcam às vezes sorrindo, abraçando. E algumas com sinais […] de debilitação total.”
Também em entrevista ao podcast, Daniela Mombach, psicóloga que atua em abrigos, destaca como conversar com crianças e o que evitar falar e perguntar. “Onde tu estudas? O que que tu gostas de fazer? Onde tu mora? Nada disso mais você pode perguntar, porque ela perdeu tudo.”
Daniela lembra que mesmo que os pais cheguem para resgatar as crianças, eles não vão voltar para casa.
“Quando os pais chegam para resgatar, eles não estão levando ela para casa. Eles não estão voltando para casa.”
Os temporais causaram 100 mortes e deixaram 128 desaparecidos. 401 dos 497 municípios sofreram algum tipo de dano. Municípios do estado calculam pelo menos 100 mil casas destruídas.
Ouça a íntegra do episódio aqui.
As crianças no centro da tragédia no RS
Adicionar aos favoritos o Link permanente.
 
 
  • New Page 1