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‘Que tempo é esse?’: entenda o dilema de moradores da Grande SP com a falta de água e temporais frequentes


Série da TV Globo aborda impactos de mudanças climáticas em SP. Enchente em SP
TV Globo
“Não consigo fazer nada sem água. É para o dia a dia, para lavar louça, lavar roupa, para tomar banho para cozinhar. Mas a maioria das coisas durante a semana, principalmente, é bem regrada. Uma que a gente precisa economizar mesmo porque a conta vem muito alta, né? E outra porque tem um horário para acabar, a água da rua. E se acaba a água da rua a gente fica sem água”.
O desabafo é da Elizabeth Alves Morgado, moradora de Taboão da Serra, na Grande de SP. A casa dela tem o uso de água controlado. Todo dia, por volta das 21h, o fornecimento é interrompido e só volta às 5h.
“Aí juntamos a roupa para aproveitar mais a água da máquina. A gente usa água da máquina para lavar o quintal, isso é questão de economia”, ressalta.
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O filho dela, Roberto Neves Júnior, conta que sempre quando chega do trabalho se depara com a falta de água para tomar banho.
“É um problema. Eu chego em casa a primeira coisa que eu quero fazer é tomar um banho e não tem água. Então é um grande problema essa falta d’água. Aí, a gente teve que fazer uma adaptação em casa, né? Aqui eram dois banheiros, os dois era da rua, um a gente teve que colocar uma para caixa d’água”.
Elizabeth Alves Morgado, moradora de Taboão da Serra
TV Globo
E na mesma casa onde falta água à noite tem comporta na entrada, já que o problema de enchente se tornou cada vez mais frequente na região metropolitana. Imagens da TV Globo mostram as ruas alagadas da região em 2014.
São Paulo cresceu e os alagamentos foram aumentando com a expansão urbana. No caso paulistano, crescer significou canalizar e modificar o curso das águas, como explica a pesquisadora Marta Marcondes, que estuda os rios da cidade há mais de vinte anos.
“Onde era a área de inundação do rio eu coloco estrada ali ou uma marginal. Ou seja: nós não respeitamos esse processo. E por conta disso nós enterramos em São Paulo praticamente 300 rios, que estão enterrados vivos, né? Porque o rio não morre, o rio tá lá, e eles são enterrados vivos”, afirma Marta, professora e pesquisadora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
É justamente quando chove mais forte que eles reaparecem. Durante uma forte chuva, em 2022, o córrego do rio verde seguiu seu curso por cima do Beco do Batman, na Vila Madalena.
Temperatura média de SP aumentou e temporais se tornaram mais frequentes
TV Globo
Os dias de temporais estão cada vez mais comuns. Durante a década de 1990, foram onze dias com precipitação acima de 80 milímetros – o que é considerado um evento extremo de chuva forte. Na década passada, 23. E está chovendo mais porque a temperatura média em São Paulo já aumentou.
A panela de pressão ajuda a gente entender o ecossistema. Se a temperatura ali dentro aumenta, a água vira vapor. E se fechar com a tampa, ao encontrar a temperatura mais baixa, o vapor volta ao estado líquido e escorre.
Na panela da Grande São Paulo, o desafio agora é fazer essa água voltar a penetrar na terra e alcançar os lençóis freáticos, pois são eles que levam o fluxo de volta pros rios e oceanos.
Uma estratégia para ajudar na drenagem é o jardim de chuva, inspirado na própria natureza. São Paulo tem mais de 300 com cerca de um metro e vinte de profundidade. A parte inferior é preenchida com entulho. Em cima, vai terra com composto orgânico.
Mas um único jardim de chuva não faz muita diferença. Eles precisam estar espalhados e conectados por todo território urbano. E o sistema viário, nesse caso, pode se tornar um grande aliado. Abrindo caminhos para coleta da água em ruas, calçadas, avenidas e nas marginais.
Uma estratégia para ajudar na drenagem é o jardim de chuva, inspirado na própria natureza
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E como boa parte da cidade está ocupada por prédios, as novas construções também precisam investir em pavimentos permeáveis. Myriam Típtchin, especialista em cidades inteligentes, diz que a responsabilidade vai além do poder público.
“Eu entendo que começar a implementação de políticas públicas com foco na mitigação dos desastres climáticos é fundamental, mas olhando aqui pela iniciativa privada, eu acho que é entender a responsabilidade de cada lote nesse impacto conjunto, maior urbano”, diz Myriam, gerente de Cidades Inteligentes.
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