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‘Não salvamos nada além de nossas vidas’, diz gaúcho que viajou para SC e fugiu de enchente

Casas inundadas, pessoas desabrigadas e desalojadas, e incerteza sobre os próximos passos, é assim que muitas pessoas de cidades atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul vivem, e algumas viajam até Santa Catarina em busca de um lugar seguro.

Pessoas olhando água de enchente subir em rua

Rua virou ‘rio’ após nível da água subir, em Cachoeirinha – Foto: Macarthur Lara/Reprodução/ND

Gaúchos ficaram desalojados após enchentes

Com o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, a capital gaúcha vive praticamente isolada e quem viu a água carregar quase tudo o que tinha, vai em busca de um novo local para recomeçar.

MacArthur Lara, de 35 anos, precisou sair com os pais da casa onde moravam, pois o imóvel fica localizado em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e às margens do Rio Gravataí que pertence à Região Hidrográfica do Guaíba.

O gaúcho saiu de casa na sexta-feira (3) e conseguiu se abrigar em um hotel situado na parte mais alta da cidade, que logo ficou sem vagas por conta da grande demanda. Ele e os pais chegaram em Florianópolis na terça-feira (7).

“Estava tocando a rotina como todo mundo, entre trabalho e casa. Num dia acordei e senti dificuldade de sair de casa pelo volume de água, mas fui trabalhar. No dia seguinte a mesma coisa mas, no intervalo do almoço enquanto trabalhava, um amigo me alertou pra retornar para casa porque um dos diques de contenção próximo a minha casa havia rompido”, relembra.

Mapa mostrando percurso de viagem de Cachoeirinha a Florianópolis. Cidades no mapa se mostram na cor verde, estradas em linhas amarelas e a água na cor azul

Trajeto da viagem de Cachoeirinha a Florianópolis dura cerca de 5h41 minutos de carro – Foto: Google Maps/Reprodução/ND

A irmã de MacArthur mora em Florianópolis e foi quem deu abrigo à família após as enchentes. Ela saiu da Capital catarinense com doações para entregar às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul e voltou para casa com os pais e o irmão.

“Meus pais conseguiram sair de casa porque eu resolvi deixar o trabalho e ir para casa verificar a situação. Quando cheguei na rua onde morava, os moradores estavam saindo das casas e a equipe da Defesa Civil ordenando a retirada imediata do local”, diz o publicitário.

“Entrei em casa com a água já pelos joelhos, só tive tempo de pedir aos meus pais que recolhessem seus documentos e saíssem […] A água subiu tão rápido que na noite do mesmo dia já havia chegado no telhado”, conta.

A primeira a ser retirada da residência foi a mãe de MacArthur que, segundo ele, tem restrições de mobilidade por conta de diversas cirurgias feitas na região da coluna.


Publicitário registrou situação da rua onde morava em Porto Alegre – Vídeo: Macarthur Lara/Reprodução/ND

“Deixei ela num ponto mais seguro a 500m de casa, depois voltei e busquei meu pai. Nesse momento a água já estava subindo na altura dos joelhos pra cima. Não salvamos nada além de nossas vidas e alguns documentos”.

São 466,8 km e quase 6h de viagem de Cachoeirinhas até Florianópolis, mais especificamente Jurerê, bairro em que MacArthur agora vive com a família.

“No momento estamos aguardando que a água retroceda para avaliar a dimensão dos estragos. Saímos para ter um abrigo seguro pra ficar, água potável e energia elétrica. Quando a situação estabilizar, poderemos traçar um plano de retomar a vida no local, contabilizar os prejuízos e, na medida do possível, tentar reabitar o lugar”, completa.

Família conseguiu sair de casa antes do nível das águas subir – Vídeo: Macarthur Lara/Reprodução/ND

 

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