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Cavalo que se tornou símbolo da resistência em meio às enchentes no Rio Grande do Sul é resgatado

Retirar o animal ilhado era um desafio logístico por causa do tamanho e do peso. Com cuidado, bombeiros e uma equipe do Exército conseguiram deitar o cavalo em um bote. Isso foi uma conquista fundamental. Cavalo preso em telhado na enchente é salvo no RS
Para a população em geral, a imagem de um cavalo em cima do telhado é surpreendente. Para as pessoas que defendem os animais, é uma imagem perturbadora. Agora, para os gaúchos, nos dias de hoje, é o estado do Rio Grande do Sul resistindo a um desafio monumental.
Todos os anos, no mês de setembro, os gaúchos celebram a Revolução Farroupilha, que lutou pela independência do Rio Grande do Sul no século XIX. Cavalgadas percorrem todo o território do estado em uma ação solidaria recolhendo donativos para os mais pobres. É uma tradição que faz parte do DNA do povo gaúcho e celebra uma parceria: homem e cavalo são quase uma coisa só.
No início de 2024, o Brasil teve uma demonstração muito clara disso. No BBB, o gaúcho de Alegrete Mateus desabou ao exercer o direito de rever o Chupim. Isso ajuda a entender a comoção provocada na quarta-feira (8) pela cena de um cavalo em cima de um telhado. Se o Brasil inteiro ficou aflito ao ver este animal acuado e sozinho no meio da enchente, o Rio Grande do Sul entrou em choque. Naquele momento, o desastre das chuvas no estado ganhava um símbolo muito forte na transmissão ao vivo da GloboNews.
Depois disso, o cavalo se tornou onipresente em todas as telas: na televisão, no computador e no celular. A essa altura, já não era mais o drama de um cavalo. Era o drama do Caramelo.
Retirar o animal dali era um desafio logístico por conta do tamanho e do peso. E a solução para o resgate só foi encontrada na manhã desta quinta-feira (9), mais de 24 horas depois do Brasil ter tomado conhecimento daquela situação.
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Na manhã desta quinta (9), bombeiros e Forças Armadas sobrevoaram a área que continuava muito alagada. A água não baixava. O animal, na mesma situação: imóvel. Foi preciso montar uma força-tarefa. Bombeiros e uma equipe do Exército chegam ao local em dois botes e um barco. A água baixou e deu espaço para o animal.
Primeiro, foi preciso amarrar o cavalo. O stress poderia fazer com que ele se desequilibrasse na hora do resgate. Com cuidado, eles conseguiram deitar o cavalo em um dos botes. Isso já foi uma conquista fundamental. Cavalos, na maioria das vezes, dormem em pé. Um veterinário aplicou o soro para garantir a hidratação. A embarcação navegou 4 km pelo bairro alagado. Uma viagem até um ponto seguro.
O bote do Corpo de Bombeiros chegou à terra firme do bairro Mathias Velho levando o animal símbolo do Rio Grande do Sul: o cavalo. A embarcação foi colocada no reboque, e o reboque transportado para um caminhão com cuidados extremos por causa do estado de debilidade do animal.
“A estratégia foi se aproximar de maneira calma com as embarcações. Ele estava há muito tempo já lá em cima do telhado. Fizemos a contenção física do animal. Os veterinários vieram com os medicamentos para sedar o animal. Sedaram. Nós deitamos o animal em uma balsa, chamada de balsa de salvamento, e depois fizemos a extração dele”, explica o capitão Tiago Reis Franco de Almeida, do Corpo de Bombeiros de SP.
Depois de acordar da sedação, o cavalo foi levado para o Hospital Veterinário de Canoas. A partir de agora, ele vai ser monitorado por especialistas. Mas deu tempo também de fazer uma boquinha. Para alívio do Rio Grande do Sul e do Brasil, Caramelo estava salvo e eleito como um símbolo poderoso da resistência gaúcha nessa tragédia. Um sopro de esperança em meio ao caos no Rio Grande do Sul.
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