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Mark Knopfler, do Dire Straits, diz que rock virou peça de museu: ‘Guitarra se tornou item histórico’


Líder da banda inglesa de rock clássico lança 10º disco solo. Ao g1, ele relembra passado como jornalista: ‘Eu era uma criança e aprendi do que a vida é feita, como o mundo funciona’. Mark Knopfler, ex-Dire Straits, em 2023 e 1985
Reprodução/Instagram
Mark Knopfler acha que deveria estar em um museu. E não é porque ele foi inspiração para o nome de um dinossauro, o Masiakasaurus knopfleri, cujo fóssil foi encontrado pela equipe da Universidade de Utah, nos EUA, e registrado em 2001. Mas sim, porque não vemos mais guitarristas, como ele, surgindo com tanta frequência.
“Suponho que tenha se tornado um item histórico”, diz em entrevista ao g1. “Uma peça de museu. Acho que as crianças, os mais jovens, eles querem algo deles, como foi um dia o rock and roll.”
Knopfler é o fundador de uma das principais bandas de rock do anos 1970 e 1990, o Dire Straits. Fundada em 1977 ao lado de seu irmão, David, eles estouraram com o primeiro álbum e o mega hit “Sultans of swing”.
Foram elogiados por Bob Dylan e fizeram turnê com o Talking Heads. Surfaram na onda da MTV e se consolidaram com “Brothers in arms”, álbum que ficou 14 semanas consecutivas em primeiro lugar nas paradas do Reino Unido e nove como número 1 no ranking Billboard 200.
Dire Straits durante apresentação em 1985
Reprodução/Instagram
A banda terminou em 1993, quando Knopfler decidiu seguir de vez em carreira solo, um tanto mais tranquila, sem grandes turnês e focado em performances virtuosas. É nessa toada que ele lançou no mês passado seu décimo álbum sozinho, o nostálgico “One deep river”.
Knopfler olha para trás, buscando sua essência em Newcastle, cidade onde cresceu. Na entrevista ao g1, o músico não respondeu diretamente a nenhuma das perguntas. Demonstrou simpatia (e falta de foco) ao resgatar momentos da sua vida antes da fama. Também relembrou como seu trabalho como jornalista o ajudou a se tornar compositor.
“Os jovens querem alguma coisa deles, para que não se tornem uma versão dos seus pais… Para lembrar dos anos 1950, quando os garotos usavam terno e as meninas usavam pérolas e conjuntos tweed, como suas mães. E, de repente, bang!, rock and roll. Era sexy pra caramba.”
Mark Knopfler, durante apresentação, em 1985
Reprodução/Instagram
“Os adolescentes, as crianças, começaram a trabalhar e comprar discos e tudo mais, ouvia Little Richard, Chuck Berry”, diz o músico. “Eu vi Chuck Berry quando tinha 15 anos em Newcastle. Ele fazia o duck walk pelo palco cantando ‘Johnny B. Goode’. ‘Jesus’, eu pensava, ‘isso é para mim’. Lembro de ter falado isso para mim quando tinha 15 anos.”
Quando teve a ideia de formar a banda, Knopfler trabalhava como professor de Inglês em Leeds, na Inglaterra. Antes, na faculdade, se arriscou no jornalismo. Ele era “foca”, como chamam os repórteres em início de carreira, em veículos locais como “Yorkshire Evening Post”.
“Eu comecei a escrever histórias e percebi que poderiam ser músicas um dia. A primeira vez que isso aconteceu, eu fui entrevistar o elenco de The Christmas Pantomine [tipo de performance teatral para a família para o Natal]”, conta.
“Eles estavam me dando frases e eu escrevia no meu caderno para colocar no jornal. Anos mais tarde, estava fazendo o disco ‘Sailing to Philadelphia’ e inclui a música, ‘One more matinee’, inspirada em duas personagens.”
Mark Knopfler, em show de carreira solo, em 2019
Reprodução/Instagram
A profissão de quando tinha 19, 20 anos, também serviu de inspiração para uma das músicas do novo trabalho, “Black tie job”. A música narra a missão dos jovens repórteres que tinham que ir a velórios pedir para os familiares fotos dos falecidos para serem publicadas no jornal.
Na letra, o compositor pede desculpas por incomodar o momento doloroso, entrega um lenço à pessoa chorando e pergunta se teria uma foto para entregar.
“If you might have one to hand/if you have a photograph? Of course I’d bring back, Please, don’t worry.”/ Se puder ter à mão, se tiver uma fotografia?/Claro que eu traria de volta, por favor, não se preocupe. (na tradução livre para o português).
Dire Straits, durante coletiva na Austrália, em 1981
Reprodução/Instagram
“O pobre do repórter tinha que colocar uma gravata e buscar a foto. Eu nunca fiz esse trabalho, mas imaginei como seria. Como seria chamar a pessoa que perdeu um ente querido, como soaria, qual seria o sentimento ao sair da casa e voltar para o carro com a foto.”
“Eu sou muito grato por ter trabalhado como jornalista. Eu era uma criança e aprendi do que a vida é feita, como o mundo funciona, como o sistema legal funciona”, conta. “Eles me treinaram para cobrir tribunais, cobrir casos na corte de Leeds, tribunais da Coroa.”
O jornalismo, segundo ele, o ajudou a ser mais organizado. Isso facilitou seus anos cursando Inglês na universidade. No entanto, seu lado mais sonhador impedia que ele conseguisse mergulhar de vez na profissão.
“Eu quero ter uma vida interessante. Não quero ficar entediado com o que estou fazendo. Não ficaria entediado de toda forma, não ia querer ficar no mesmo lugar”, ele explica.
“Gosto de desenvolver minhas habilidades e gostaria de ficar mais tempo no estúdio, gravar mais rápido, ter mais sessões com a banda”, diz ao ser perguntado se ele se sente artisticamente realizado. “Não é incrível quando você está feliz com aquilo que você faz?”
Mark Knopfler em apresentação com o Dire Straits, em 1978
Reprodução/Instagram
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