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TJ-SP desafora júri do sobrinho de Bolsonaro, acusado de tentar matar a ex e o namorado dela; entenda


Orestes Bolsonaro Campos é acusado de atacar as vítimas enquanto dormiam em Barra do Turvo (SP). O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o Tribunal do Júri aconteça na capital paulista, e não no Vale do Ribeira, devido à influência da família Bolsonaro na região. Orestes Bolsonaro Campos, sobrinho de Jair Bolsonaro (PL), é acusado de tentar matar a ex-esposa e o namorado dela
Reprodução
O empresário Orestes Bolsonaro Campos, acusado de tentar matar a ex-mulher e o namorado dela enquanto dormiam em Barra do Turvo (SP), vai a júri popular na capital paulista, e não mais no Vale do Ribeira, onde o crime teria ocorrido. A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-SP) determinou a mudança diante da “influência” da família Bolsonaro na região.
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Orestes é sobrinho do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), sendo filho de Denise Bolsonaro, irmã do político. Ele é acusado de agredir o namorado da ex-mulher, que dormia na casa dela, com um pedaço de madeira de eucalipto, além de sacar uma arma e atirar dentro da residência.
A 3ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP acatou o pedido pelo ‘desaforamento’ apresentado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O termo indica a transferência do local do julgamento de um crime doloso contra a vida pelo Tribunal do Júri.
Na solicitação do órgão, o promotor Rodrigo Nunes Serapião apontou que a família Bolsonaro exerce “forte domínio político e econômico” no Vale do Ribeira.
Diante disso, o desembargador Gilberto Ferreira da Cruz, relator do pedido de desaforamento, afirmou que a tese de “influência política e econômica” da família na região tem relevância e, inclusive, levanta dúvidas sobre a imparcialidade dos jurados.
Defesa
O advogado Alexander Neves Lopes, que representa o réu, afirmou que a “prova produzida no manto do contraditório [garantia de que ninguém sofra os efeitos de uma sentença sem o direito à defesa] corrobora a versão de Orestes independente de hipotética influência política e econômica na região”.
Lopes acrescentou que, desta forma, acredita no Conselho de Sentença [jurados] que “julgará improcedente todas as acusações, culminando na absolvição de Orestes”.
O que é desaforamento?
Ao g1, o advogado e professor do curso de Direito na Universidade Católica de Santos, Ricardo Ponzetto, explicou que o “desaforamento” é o deslocamento do local onde o réu seria julgado pelo Tribunal do Júri, também conhecido como júri popular.
De acordo com Ponzetto, pela lei, o réu deve ser julgado no lugar onde teria cometido o crime “para dar uma satisfação à sociedade local”.
No entanto, segundo ele, a mudança de local pode acontecer diante de três possibilidades: risco à ordem pública, imparcialidade do julgamento – como é o caso de Orestes -, ou visando a celeridade no processo.
Agressões
Conforme apurado pelo g1 à época, o namorado da ex-mulher de Orestes relatou que o ataque aconteceu enquanto eles dormiam na casa dela, em Barra do Turvo (SP), no dia 2 de outubro de 2020.
O homem agredido, que preferiu não se identificar, afirmou ter acordado com o acusado dentro da residência, preparando-se para aplicar um golpe na cabeça dele com um pedaço de madeira de eucalipto.
“Ele chegou lá com a chave que ainda tinha, entrou devagar e encontrou nós dois dormindo no sofá. Acordei com o som da porta abrindo e, quando abri um pouco meus olhos, me deparei com ele em cima de mim pronto para me golpear na cabeça”, contou a vítima.
Vítima afirma que foi mordida por agressor, Orestes Campos Bolsonaro
G1 Santos
O homem disse que conseguiu se defender do golpe, mas acabou atacado diversas vezes por Orestes, que, inclusive, teria dado uma mordida no cotovelo dele. “Ele também sacou uma arma e atirou dentro da residência, sem se preocupar com os filhos que também estavam na casa”, acrescentou.
Uma imagem obtida pelo g1 (veja a foto abaixo) mostra uma marca de tiro na residência da mulher, onde ocorreu a briga. Segundo a Polícia Civil, a arma apreendida era legalizada e Orestes era atirador esportivo, ou seja, tinha autorização para portá-la no trajeto do estande de tiro até a casa.
A equipe de reportagem apurou, na época, que durante a confusão a ex-mulher de Orestes correu da residência com o filho pequeno, que dormia com ela e o namorado no sofá. A vítima conseguiu uma carona com um conhecido e ficou na casa de amigos.
Agressor teria efetuado disparo de arma de fogo dentro da residência da ex-companheira
G1 Santos
Dia seguinte
No dia seguinte ao crime, a vítima foi para Eldorado (SP) e na volta do supermercado encontrou o carro de Orestes estacionado na rua.
O acusado saiu do carro e a confusão recomeçou, mas, desta vez, o homem revidou as agressões. A briga foi filmada, e o vídeo foi publicado nas redes sociais (assista abaixo).
Vídeo gravado por moradores mostra confusão após agressor e vítima se reencontrarem
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