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Pesquisa com onças-pintadas na RPPN Sesc Pantanal ajuda a conservar espécie


Por estar no topo da cadeia alimentar, o felino habita áreas de boa qualidade ambiental A espécie figura hoje na lista de animais ameaçados de extinção, devido à caça ilegal e a perda de seu território.
Sesc Pantanal e GEVS
A onça-pintada é um dos animais mais fascinantes da biodiversidade brasileira. De beleza única e presença que impõe respeito, o maior felino das américas é também considerado um símbolo de força, exuberância e um marcador da conservação da biodiversidade, pois, por estar no topo da cadeia alimentar, só existe em áreas de boa qualidade ambiental, como a Reserva do Patrimônio Natural do Sesc Pantanal, a RPPN Sesc Pantanal.
A espécie figura hoje na lista de animais ameaçados de extinção, devido à caça ilegal e a perda de seu território, por queimadas, desmatamento e outras pressões ambientais. É considerada extinta no Pampa e pouco encontrada na Mata Atlântica e na Caatinga. Nesse cenário, o Pantanal é um verdadeiro santuário para os felinos, o bioma onde as onças-pintadas são avistadas mais facilmente e em maior quantidade em seu habitat natural.
Na RPPN Sesc Pantanal, a maior do Brasil, localizada em Barão de Melgaço (MT), elas estão muito presentes e são objeto, desde 2020, de uma pesquisa desenvolvida pelo Polo Socioambiental Sesc Pantanal, em parceria com o Museu Nacional e participação do Instituto Reprocon e do Grupo de Estudo em Vida Silvestre (GEVS), formado por integrantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade de Aveiro (Portugal).
A pesquisa prevê a captura de onças-pintadas para instalação de colares com GPS, monitoramento e estudo do comportamento no ambiente, das presas e o mosaico de paisagens onde estão inseridas. Em março desse ano, ocorreu a primeira captura, de um macho de cerca de seis anos de idade e 103 kg. Agora, a equipe da pesquisa em andamento está novamente em campo na RPPN Sesc Pantanal, com o objetivo de instalar colares de monitoramento em mais quatro animais.
Além disso, a pesquisa conta com 100 armadilhas fotográficas espalhadas por toda a reserva para identificação dos pontos de ocorrência dos felinos dentro dos 108 mil hectares da reserva, e para geração de dados adicionais. A bióloga e gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, explica que os primeiros dados já levantados pela pesquisa apontam bons resultados preliminares.
“O estudo de grandes predadores como a onça é como um guarda-chuva, que contempla todo o ecossistema. A partir dessa espécie, conseguimos coletar informações acerca de diversas espécies e da paisagem. Os dados já coletados mostraram que a rotina comportamental da onça já monitorada abrange uma área de vida de cerca de 400 km². Isso atesta que esta grande área está em bom estado de conservação e apresenta condições favoráveis para ele e, consequentemente, das diversas espécies abaixo dele na cadeia alimentar”, comentou Cristina.
Técnica para captura – A técnica utilizada para captura dos animais pesquisados é a armadilha de laço, indicada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), que integra o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É uma técnica eficiente, segura e que, por conter o felino pela pata, não gera lesões ou machucados devido a mecanismos de segurança, como molas e freios. A associação anestésica utilizada causa amnésia dos momentos anteriores e posteriores à captura. Deste modo, não há traumas ao animal e seu estresse é reduzido.
A equipe da pesquisa é formada por biólogos, ecólogos, médicos veterinários, guarda-parques e auxiliares de parque da RPPN Sesc Pantanal. O sistema de alarme instalado na armadilha chega a 12 km. Isso permite saber o momento exato em que a armadilha foi ativada e o rápido acesso da equipe ao animal capturado.
Cristina Cuiabália lembra que pesquisas com uso de colar em animais já ocorreram na RPPN Sesc Pantanal. Em 2001, quatro lobos-guará e seis onças-pardas receberam o equipamento. Assim como a onça-pintada, ambos estão na lista de animais ameaçados de extinção. Ela reforça a grande relevância desse tipo de estudo para a produção de conhecimento sobre o bioma.
“A RPPN Sesc Pantanal é um verdadeiro laboratório a céu aberto onde, atualmente, temos registradas mais de mil espécies de animais, entre eles 25 espécies ameaçadas de extinção. Aqui são desenvolvidas uma série de pesquisas científicas envolvendo diversos aspectos da biodiversidade o que, além de contribuir com a produção científica, nos permite definir os melhores caminhos para conservação colaborativa deste bioma que é um patrimônio da humanidade”, concluiu a gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, uma iniciativa do Sistema CNC-Sesc-Senac.

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