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Belém capacita técnicos para realizar inventário que vai diagnosticar emissões efeito estufa na cidade

Belém capacita técnicos para realizar inventário que vai diagnosticar realidade das emissões de efeito estufa na cidade. A iniciativa foi tratada no simpósio Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (IEGEE), uma ação da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão (Segep), que ocorreu recentemente, na capital paraense. 

O objetivo do simpósio é capacitar e sensibilizar técnicos governamentais, de instituições de ensino e pesquisa, representantes de organizações não governamentais e de entidades populares, visando à elaboração de um diagnóstico sobre o gás carbônico e outros seis gases emitidos pela cidade.

O evento conta com o apoio da União Europeia, representada pelo Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia nas Américas (GCoM), e da organização ICLEI América do Sul. 

Capacitação e sensibilização

As mudanças climáticas no Brasil e no mundo foram abordadas na manhã do segundo dia do simpósio, nesta terça-feira, 13. À tarde, ocorreu a oficina de metodologia e processos técnicos específicos para a elaboração do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (IEGEE) de Belém, previsto para ser concluído ainda este ano. 

“A primeira etapa desse processo é de capacitação do Grupo de Trabalho. A partir disso, a gente vai começar a coletar as informações, para em seis meses finalizar o inventário e aí ter de fato esse perfil mais consolidado das emissões em Belém”, explica Iris Coluna, especialista em Medição, Reporte e Verificação da organização Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI América do Sul). 

O Grupo de Trabalho (GT) para a elaboração do inventário, criado pela Prefeitura de Belém (PMB), é coordenado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (Segep) e envolve diversas secretarias do município e outras instituições acadêmicas de pesquisa. 
“O Plano de ação climática de Belém, cuja primeira parte é o inventário, é fazer um levantamento das condições de como estão as nossas emissões de gases de efeito estufa.

Com o resultado, vamos poder ter um diagnóstico de como está o grau de poluição, mas também de emissão, para que possamos tomar medidas, como capital da COP-30, para a redução desses gases que pioram as condições de vida de nossa cidade”, destaca o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Cláudio Puty. 

Para Hélinah Cardoso, diretora do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia nas Américas (GCoM), é preciso entender melhor o perfil das emissões de gases de efeito estufa na cidade de Belém.

“A jornada climática começa com uma ‘fotografia’ do perfil da cidade para identificar quais são os setores que impactam mais e escolher quais são as prioridades dentro de cada setor e, no final, as mudanças climáticas vão servir como mais um critério de tomada de decisão”, diz Hélinah.

Metodologia

Para a elaboração do Inventário de Gases de Efeito Estufa da Cidade de Belém (IGEE), a Prefeitura conta com assistência da organização ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade. A entidade foi contratada pela União Europeia, através do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia nas Américas (GCoM), para ser o implementador técnico dos trabalhos.

Segundo o secretário executivo adjunto do ICLEI América do Sul, Rodrigo Corradi, o papel da entidade é levantar as informações daquilo que Belém, efetivamente, emite de gases de efeito estufa. Para isso, será utilizada uma metodologia já consolidada junto com a União Europeia e a Cooperação Alemã.

“Com essa metodologia se pode fazer um grande ‘trezentos e sessenta’ nas características de emissões de uma cidade; ver como é a qualidade dessa emissão, não somente a quantidade, e apresentar cenários do que vai acontecer com a cidade se as emissões continuarem como estão, ou como que você vai atacar essas emissões para que elas possam diminuir”, afirma Corradi.

O secretário do ICLEI reforça ainda que o ponto inicial é a capacitação das pessoas para que possam entender a metodologia, pois elas já trabalham com a pauta das mudanças climáticas em que os dados estão acessíveis. Em seguida, haverá um período de dois a quase três meses de coleta desses dados, que será feita pelo Grupo de Trabalho da Prefeitura junto com interações com a sociedade civil e com outros níveis de governo. O próximo passo será a análise dos dados coletados.

Os técnicos que participaram da oficina aprovaram a iniciativa da Prefeitura de Belém. “Essa é uma atividade muito importante, porque Belém, enquanto uma cidade amazônica, que será a sede da COP 30, se prepara justamente para ser uma cidade mais sustentável, desenvolver políticas que tenham a ver com a natureza da região e que contribuam com a redução das mudanças climáticas”, declarou João Pedro Galvão, servidor da Secretaria Municipal de Controle, Integridade e Transparência (Secont).

Ana Cláudia do Nascimento, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), reconheceu a importância do evento. “Estamos participando dessa oficina para realizar o inventário dos gases de efeito estufa. Então, é uma maneira de a gente se apoderar e de estar inserido nesse processo do trabalho que vai ser realizado em Belém”. 

Pará

“O Pará, de acordo com uma iniciativa chamada Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), que é coordenado pelo Observatório do Clima, é o estado brasileiro que mais emite. Ele contribuiu com 18,5% das emissões de todo o Brasil. E essas emissões estão fortemente associadas com a questão do desmatamento. A maior parte, cerca de 80 a 90% das emissões estão associadas ao desmatamento.”

A afirmação é de Iris Coluna, que comandou a oficina de metodologia do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Belém (IEGEE), no auditório do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), no bairro de Val-de-Cães, em Belém. 

Em 2021, ano da medição do SEEG, em torno de 4.037 quilômetros quadrados de floresta foram derrubados no Pará, correspondendo a 39% de toda a região amazônica, de acordo com levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Depois do desmatamento, as atividades que mais emitem gases de efeito estufa no Estado são a agropecuária, a queima de combustíveis fósseis e a geração de energia.

Ainda de acordo com relatório do SEEG lançado este ano, o Pará emitiu em 2021 cerca de 447,9 milhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa e o Brasil, no mesmo ano, 2,4 bilhões de toneladas de gás carbônico. Em segundo lugar no ranking de emissões está o Mato Grosso, com 11,1%, seguido de Minas Gerais (6,9%), São Paulo (6,5%) e Amazonas (5,7%). 

Com informação da Agência Belém.

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