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Grávida ferida em acidente passou 22 dias em busca de atendimento antes de morrer em Ribeirão Preto


Ana Cristina Santana Lourenço, de 23 anos, procurou por ajuda em, pelo menos, oito unidades de saúde. Ela estava em uma moto que foi atingida por um veículo no dia 19 de maio. Grávida passou 22 dias em busca de atendimento antes de morrer em Ribeirão Preto, SP
Do acidente de trânsito que sofreu, no dia 19 de maio, até o dia de sua morte, em 10 de junho, Ana Cristina Santana Lourenço, de 23 anos, buscou por atendimento por, pelo menos, oito vezes nas unidades de saúde de Ribeirão Preto (SP). A mãe dela, Maria Edyana Santana, pede justiça pela filha.
“Nada vai trazer minha filha de volta, mas a gente quer investigar. Tenho todas as provas aqui das liberações que eles fizeram, as UPAs que ela foi, os atendimentos. É uma sensação de dor e tristeza pelo que aconteceu, e pela saúde pública, que precisa mudar”.
Em 22 dias, Ana Cristina andou de um lado para o outro e procurou socorro nos principais centros públicos de Ribeirão Preto, de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) a Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDs) e também a Santa Casa, onde a mulher foi internada novamente quatro dias antes de morrer.
O atestado de óbito de Ana Cristina, que estava grávida de seis meses, aponta que ela morreu por trombo embolia pulmonar, traumatismo craniano e pielonefrite.
A primeira entrada dela no hospital foi no dia do acidente, quando a família recebeu o diagnóstico de traumatismo cranioencefálico. Ela chegou a ser liberada menos de 24 horas depois.
“O pai dela foi lá [na Santa Casa] mais tarde e perguntou o que tinha acontecido. O médico falou que ela entrou com traumatismo craniano. Porque ela foi liberada depois?”, questiona Maria Edyana.
Ana Cristina Santana Lourenço, de 23 anos, morreu após acidente de trânsito em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Diretor técnico da Santa Casa de Ribeirão Preto, Marcelo Puga explica que o fato de uma pessoa ter traumatismo cranioencefálico não é sinônimo exclusivo de internação.
“Pode ser feita orientações e dar seguimento ambulatorial. O que acontece é que na imensa maioria das vezes, existem critérios e esse diagnóstico é classificado de acordo com a gravidade em leve, moderado e grave”.
Segundo ele, para isso, são utilizados tanto critérios clínicos quanto critérios de exames que são feitos.
“De acordo com essa classificação, não necessariamente, isso indica internação. Tem a classificação que é dada para cada uma delas em relação também à comparação com o exame clínico e os exames complementares que são feitos”.
Grávida procurou por atendimento por 8 vezes
19 de maio, dia do acidente, Ana Cristina deu entrada pela primeira vez na Santa Casa em estado grave
13 dias depois, no começo de junho, procurou a UPA Leste, na Avenida 13 de Maio
No dia seguinte, a vítima tentou novamente atendimento na UPA Leste. Sem sucesso, cruzou a cidade até a UBDS da Vila Virgínia
No dia 4 de junho, retornou para a UPA 13 de maio
No dia 5 tentou atendimento na UPA Oeste, no Sumarezinho
No dia 6, Ana Cristina foi até a UBDS Central
Na oitava busca por atendimento, a mulher conseguiu ser internada pela segunda vez na Santa Casa, onde, infelizmente morreu quatro dias depois.
À EPTV, afiliada da TV Globo, a Secretaria Municipal da Saúde informou que os atendimentos nas UPAs e UBDs vão ser investigados com rigor e responsabilidade.
Sintomas persistiam
Desde o acidente, Ana Cristina sentia dores e, por isso, buscava atendimento persistentemente.
Segundo Puga, na segunda vez que a mulher deu entrada na Santa Casa, ela foi submetida a uma nova tomografia de crânio para controle e avaliação.
“Não tinha uma alteração que justificasse qualquer tipo de alteração ou conduta diferente do que estava sendo tomada naquele contexto. Do ponto de vista assistencial, tudo que pode ser feito neste sentido de prestar atendimento foi feito o tempo todo”.
Ainda segundo Puga, a Santa Casa apura a situação internamente.
“É uma situação que ainda está sendo apurada internamente, revisão de todas as anotações, revisão de todos os exames que foram submetidos confrontando com os laudos, fazendo uma averiguação de todo processo. O que tem apurado até o momento é que todas as intercorrências, tudo que pode ser feito, foi feito no sentido de garantir assistência”.
O acidente
O acidente aconteceu no dia 19 de maio, no cruzamento das ruas Amadeu Amaral e Américo Brasiliense, no Centro de Ribeirão Preto.
Segundo o boletim de ocorrência, uma motorista de 45 anos avançou a sinalização de Pare e atingiu a moto que levava Ana Cristina na garupa.
O condutor da moto e a motorista do carro sofreram ferimentos leves e foram levados à UPA. Já a passageira foi levada em estado grave para a Santa Casa.
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