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Sindicato de Médicos do AC vai pedir cassação de senador após acusação de suposto boicote a profissionais formados no exterior


Senador Alan Rick fez denúncia durante discurso na última terça (13) e disse que também irá tomar as medidas cabíveis contra as acusações feitas pela presidência do sindicato. Senador diz que existe um suposto boicote de médicos com registro nos conselhos regionais
André Ávila / Agência RBS
O setor jurídico do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) elabora um pedido de cassação por quebra de decoro do senador Alan Rick (União-AC). O documento será encaminhado ao Conselho de Ética do Senado Federal após o parlamentar, durante discurso na última terça-feira (13), falar sobre um suposto boicote por parte de médicos com registro no Brasil contra profissionais formados no exterior.
No discurso, o senador afirmou que recebeu prints de conversas e áudios de profissionais formados no exterior que estão enfrentando dificuldades em se inscrever no Programa Mais Médicos, e que foi observado várias inscrições de médicos com registro nos conselhos regionais com intuito de ‘travar’ a participação dos profissionais formados em outros países.
Segundo ele, esses médicos inscritos para trabalharem no interior do estado, por exemplo, não vão ocupar as vagas destinadas.
A denúncia, inclusive, foi incluída em um ofício encaminhado para o Ministério da Saúde. “Na lista de inscrições validadas para o 28° ciclo, foi identificado um grande número de inscrições de médicos que, conforme perfil apresentado, muito possivelmente não irão assumir as vagas nos municípios”, destaca no documento.
Senador Alan Rick (esq.) e presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici (dir.) trocaram acusações
Waldemir Barreto/Agência Senado e arquivo Sindmed-AC
O presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, disse que o discurso do parlamentar, na verdade, dissemina ódio entre os profissionais e que os fatos não representam toda a categoria. Ele relembrou que a forma correta dos profissionais atuarem no Brasil após formação no exterior é por meio da revalidação do diploma.
“Achei um discurso mentiroso, oportunista, politiqueiro e sem provas. Você receber uma ou outra mensagem, um ou outro print de tela de pessoas que fazem isso, não significa que toda a categoria pensa dessa maneira. Temos profissionais que trabalham no Mais Médicos aqui há anos, são competentes, com CRM e reconhecidos em nosso país, inclusive, médicos que se formaram no exterior e revalidaram o diploma. Esse é o caminho correto, qualquer outro caminho é enganação”, acrescentou.
Ainda segundo o médico, o edital do Programa Mais Médicos especifica que profissionais sem o CRM podem ocupar vagas que não foram preenchidas por médicos com o registro em caso de desinteresse deles.
“É assim que tem que funcionar, e não a gente tentar achar subterfúgios para saídas, o famoso ‘jeitinho brasileiro’, não é assim que se resolve. Além disso, é um discurso que trata a população mais humilde de maneira desigual, ele fere a Constituição Federal no momento em que quer oferecer para as pessoas com menores condições qualquer tipo de profissional, que ainda não é qualificado e nem reconhecido em nosso país como detentor de todas os pré-requisitos para exercer a profissão”, pontuou.
‘Cumpri meu papel,’ diz senador
Em nota, o senador Alan Rick destacou que seu discurso “visa garantir que programas essenciais, como o Mais Médicos, não sejam obstaculizadas ou mesmo inviabilizadas por uma pequena parcela de profissionais que usam de artifício para fazer reserva de mercado, sem qualquer comprometimento com a atenção básica de saúde da população do Acre”.
Ele afirma que a questão trata de compromisso com a população que precisa dos atendimentos de saúde e não têm acesso. “Minha luta pelos médicos brasileiros formados no exterior vem de longa data, já foram inúmeras batalhas em favor deles e, principalmente, em favor da população. Precisamos efetivar as políticas públicas de saúde e, de fato, investir no Sistema Único de Saúde (SUS), mas alegar o sucateamento do sistema não é justificativa para que não se cumpra a lei que assegura aos médicos brasileiros formados no exterior a participação no programa”, confirmou.
O senador ressaltou também que irá tomar as medidas cabíveis contra as acusações feitas pela presidência do sindicato. “Por fim, é lastimável que o presidente do Sindmed-AC, ao invés de unir forças para fiscalizar aqueles que se inscreveram no Programa Mais Médicos e não ocupam as vagas, agrida e ataque quem faz o trabalho que ele deveria fazer”, concluiu.
CRM repudia declaração
O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) repudiou as declarações do senador, que considera “ irresponsáveis e infundadas”.
Em nota, a presidente do CRM-AC, Leuda Davalos, afirma que o senador preferiu fazer um discurso superficial, dissidente e difamatório a fazer uma investigação sobre o fato que supostamente tomou conhecimento.
“A escolha por esse modo de agir dissemina desinformação junto à população, além de ser um completo desrespeito à classe médica, que se dedica diariamente a cuidar da saúde e bem-estar da população”, diz.
O CRM-AC diz que espera uma retratação pública do senador Alan Rick. “É fundamental que os representantes públicos demonstrem respeito e reconheçam o trabalho árduo e a importância dos médicos, sobretudo, os que atuam nas regiões mais remotas do país, como é o caso do Acre”, pontua.
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