O presidente da Câmara Municipal de Natal, Ériko Jácome, decidiu que vai deixar o MDB. Ériko, juntamente com o prefeito Álvaro Dias, se reuniu ontem em Petrópolis com mais 14 vereadores de várias siglas.
O vereador Kleber Fernandes, que acompanhará Álvaro no Republicanos, defende uma grande nominata com pelo menos 14 vereadores dos atuais 29. Seria a maior nominata da história da capital. Ao mesmo tempo, a façanha poderia deixar de 5 a 6 vereadores sem mandatos em janeiro de 2025.
Outro vereador que participou do encontro, Raniere Barbosa vai integrar o time e deixar o Avante.
Alguns parlamentares que foram à reunião não estão gostando muito da ideia. Não confiam plenamente no prefeito Álvaro Dias, que poderá lançar o secretário Irapoã Nóbrega (Semsur) como seu candidato a vereador, deixando um dos atuais mandatários sem a cadeira. Será?
PANO DE FUNDO
A estratégia de Ériko Jácome com um chapão de 15 vereadores é fechar acordo para ser reeleito presidente da Câmara Municipal em 2025. Ériko deve disputar um mandato na Assembleia Legislatura em 2026, mas a ideia hoje é evitar que isso se torne público.
FORA DO RADAR
O deputado federal Paulinho Freire (União Brasil) não participou do encontro com os 15 vereadores, mas desembarcou ontem em Natal e foi informado por vereadores fiéis. Álvaro teria tramado o chapão para 2024 sem combinar nada com o pré-candidato a prefeito.
FOCO
Segundo um vereador que participou do encontro, Aroldo Alves, Chagas Catarino e Kleber Fernandes vão tentar uma liberação do PSDB antes da abertura da janela em 2024. Álvaro Dias quer todos no Republicanos de olho no fortalecimento da sigla.
PONTO DUVIDOSO
Três vereadores saíram do encontro questionando a viabilidade de reunir 15 parlamentes e mais 15 “candidatos buchas” para tentar eleger de 9 a 10 cadeiras. Quem não obtiver sucesso nas urnas também não teria garantias no Palácio Felipe Camarão em 2025. É que, de acordo com todas as pesquisas divulgadas hoje, Álvaro Dias não consegue eleger qualquer nome, e em dezembro do ano da eleição será um ex-prefeito, como Carlos Eduardo Alves é hoje.
RADICAL
Quem acompanha os discursos do deputado José Dias (PSDB) na Assembleia Legislativa observa que ele toda semana repete as mesmas críticas de sempre. Ontem bateu na Saúde, Educação e Economia do Governo Fátima. “Não temos um projeto que não possa ser apresentado como fundamental do governo. Estamos sobrevivendo com atividades econômicas privadas que o Governo do Estado tem colaborado muito para não serem executadas. Ao invés de ser agente incentivador, é um freio ao desenvolvimento”, disse.
O QUE ESTÁ HAVENDO?
Leitor antenado da coluna Opinião manda mensagem estranhando a articulação do ex-ministro Fábio Faria em prol de uma candidatura do comunicador Bruno Giovanni, sem passar pelo conhecimento do prefeito Álvaro Dias. Isso porque a mãe de Fábio, Nina Salustino, ocupa o cargo de secretária adjunta na pasta de Esportes da Prefeitura de Natal.
AMEAÇADA
A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que está ameaçada perder o cargo, defendeu durante reunião ministerial ontem o seu trabalho à frente da pasta, apesar de contar com o menor orçamento da Esplanada dos Ministérios. Daniela citou uma frase motivacional do filósofo Mario Sergio Cortella, sobre as dificuldades financeiras enfrentadas por seu ministério. “Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda”, disse.
BASE
O presidente Lula (PT) realizou ontem a terceira reunião ministerial de seu governo. O encontro acontece em meio a críticas da articulação política e também à pressão pela demissão de Daniela. O Palácio do Planalto vem sofrendo pressão da União Brasil para que demita a ministra do Turismo, nomeando para o seu cargo o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).
DESFILIAÇÃO
A ministra carioca, eleita pelo União Brasil pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se desfiliar por causa de divergências políticas do seu grupo político com o comando da legenda. O seu marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho, já migrou para o Republicanos.
MAIS MÉDICOS
A Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória (MP) que muda o programa Mais Médicos, lançado no governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2013, e descontinuado na gestão Jair Bolsonaro. Três parlamentares do Rio Grande do Norte votaram contra – General Girão e Sargento Gonçalves, do PL, e a maior surpresa: Paulinho Freire, do União Brasil.
