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Titanic deve sumir no fundo do mar, enquanto a erosão no litoral de SP pode revelar ‘tesouros’, diz especialista


Especialistas apontam que o Titanic deve se desfazer e ser enterrado dentro dos próximos 50 anos, enquanto as embarcações no litoral de SP tendem a ser expostas pelo processo de erosão. O veleiro inglês Kestrel, em Santos, SP, ao lado do Titanic, nas profundezas do oceano próximo ao Canadá.
A Tribuna Jornal e OceanGate Expeditions/Divulgação
Enquanto os destroços do Titanic devem ser soterrados por sedimentos dentro dos próximos 50 anos, segundo pesquisadores que estudam as correntes que têm movimentado lama em direção ao lendário navio. No litoral de São Paulo, o processo é diferente. As embarcações que encalharam e foram cobertas devem ser reveladas devido o processo de erosão – quando se perde areia na praia.
“É possível acontecer de outros tesouros [embarcações] ou outras coisas serem evidenciadas por conta desse processo [erosivo]”, disse Alexandre Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da Cátedra Unesco para Sustentabilidade do Oceano.
Turra ressaltou que o trecho do litoral de São Paulo na região da Baixada Santista, que compreende as cidades de Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe, sofre com um processo erosivo crônico e pode fazer com destroços de embarcações ressurjam.
Em Santos, há ao menos duas embarcações encalhadas com restos que, ocasionalmente, voltam a aparecer com a baixa da maré. O veleiro inglês Kestrel, na Praia do Embaré, e o navio Recreio, na Ponta da Praia. O primeiro deles agora pode ser visto em realidade aumentada.
Portanto, o risco nessas regiões é de eventualmente tropeçar em destroços, muito diferente do destino dos cinco passageiros do submarino Titan, desenvolvido pela empresa OceanGate Expeditions e que implodiu durante uma viagem ao fundo do mar para visitar o Titanic, que naufragou em 14 de abril 1912.
Banhistas caminham próximos à destroços de veleiro Kestrel, encalhado na orla de Santos, SP
Arquivo/Carlos Nogueira/A Tribuna Jornal
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Afora os impactos causados pelas correntes, o Titanic vem em processo de deterioração e sofrendo com a ação de micróbios que se alimentam do ferro. Ele está a mais de 3,5 km de profundidade e a aproximadamente 700 km da costa do Canadá.
De acordo com Turra, quando acontece um naufrágio, a embarcação começa a interagir com o ambiente. “Dependendo do tipo de fundo e do dinamismo do local, essa interação pode fazer com que a embarcação influencie o padrão de circulação [marinha] local e os processos de sedimentação, de forma que ela pode, paulatinamente, ser recoberta pelo sedimento e eventualmente desaparecer”.
No entanto, em um ambiente costeiro, como o litoral paulista, o dinamismo é grande por conta das marés, das correntes formadas pelas ondas na costa e da própria praia. “Esse dinamismo faz com que a gente tenha a possibilidade de enterrar muito rapidamente qualquer coisa que esteja ali ou desenterrar também”, afirma.
Segundo o especialista, em Santos há falta de ambientes preservados com vegetação e dunas, por exemplo, que poderiam ajudar a desacelerar o processo de erosão.
“É uma das razões para a gente ter um processo erosivo acontecendo nas praias. É um outro fenômeno que faz com que a gente possa estar vendo cada vez mais esse tipo de embarcação nessa localidade, porque a gente tem na Ponta da Praia um processo erosivo crônico”. A areia acaba sendo levada para outras áreas da Baía de Santos.
De acordo com o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS), Sergio Willians, diversas embarcações já tiveram problemas e encalharam em Santos. “A região tem muitos afundamentos, desde a época colonial. […] Sempre teve muito trânsito de embarcações e sempre muito sujeito a afundar”, finaliza.
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