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Sardinhas, balões e ‘martelos de Chapolin’: saiba como o São João é comemorado em Portugal


Festa é tradição na cidade do Porto, no norte do país. Milhares de pessoas se reúnem às margens do Rio Douro para acompanhar um show com fogos de artificio à meia-noite de 24 de junho. Fogos de artifício marcam chegada do São João, no Porto
Miguel Nogueira e Filipa Brito/Câmara Municipal do Porto
Nada de paçoca ou quadrilha. No lugar, muitas sardinhas, um céu iluminado com balões e um show de fogos de artifício digno de réveillon. Este é o tradicional São João do Porto, em Portugal, que reúne milhares de pessoas no norte do país.
Assim como no Brasil, o Dia de São João, em 24 de junho, é muito importante e celebrado pelos portugueses. Mas no Porto, a festa é maior e começa no dia anterior.
Já durante a manhã do dia 23, é possível encontrar diversas churrasqueiras nas calçadas com sardinhas na brasa, trazendo um cheiro diferente para a cidade.
Enquanto isso, as famílias portuguesas começam a preparar os pratos que serão servidos durante a noite nos jantares caseiros.
Sardinhas sendo assadas na Ribeira do Douro, no Porto, na véspera de São João
Câmara Municipal do Porto
A família da consultora em comunicação Alice Luísa Santos celebra o São João há vários anos, inclusive recebendo brasileiros. A festa é sempre recheada com boa comida.
“Começa sempre com um jantar com iguarias nacionais e da época: sardinha, pimento, salada de tomate e alface, broa de Avintes, vinho e cerveja. O churrasco fica mais completo com chouriço, queijo e carnes”, conta.
Nas ruas, bandeirolas coloridas que passam de edifício em edifício enfeitam as vielas de bairros tradicionais. Algumas regiões da cidade também ganham feirinhas, que lembram as quermesses brasileiras.
Com o entardecer, a festa começa a ficar mais animada. Uma das tradições dos moradores é ir até a região da ribeira do Porto, às margens do Rio Douro, munidos de um martelo parecido com o do “Chapolin Colorado”.
Com os martelinhos coloridos em mãos, crianças e adultos passam pela multidão “martelando” a cabeça de amigos e desconhecidos. Tradição que chamou a atenção da jornalista brasileira Camila Araújo, que morou no Porto durante um intercâmbio universitário.
“Todos dão marteladas nas cabeças uns dos outros, e ninguém acha ruim, porque é tradição. A gente via crianças, adultos, mais velhos, todo mundo se divertindo e conversando”, lembra.
Durante a noite também é comum ser “abençoado” com alho-poró. Se antigamente essa tradição significava boa sorte, atualmente as pessoas correm dos ramos por causa do cheiro forte.
Portugueses e turistas brincam com martelos de São João, no Porto
Câmara Municipal do Porto
Céu de balões e réveillon fora de época
Depois que a noite cai, o céu do Porto fica iluminado com as centenas de balões que são lançados ao ar. Em 2017, a prática foi proibida pelo governo para evitar incêndios, com multas de até 5 mil euros aos infratores.
Mas, neste ano, a tradição foi liberada. Segundo a imprensa portuguesa, a população foi autorizada a soltar os balões entre 21h45 de sexta-feira (23) e 1h de sábado (24). O espaço aéreo da cidade foi fechado.
“A cidade ilumina-se de pequenos pontos laranja pelo céu. É sempre um momento de fascínio para novos e velhos”, conta a portuguesa Alice Luísa Santos.
Balão sendo lançado na noite de São João, no Porto
Miguel Nogueira/Câmara Municipal do Porto
Depois do jantar, às margens do Rio Douro, milhares de turistas e moradores se concentram na região da Ponte D. Luís I, o cartão-postal da cidade.
Exatamente à meia-noite, um espetáculo de fogos de artifício se inicia na ponte e no rio para comemorar a chegada do São João. O show deste ano durou 16 minutos.
Show pirotécnico durante o São João do Porto, em Portugal
Câmara Municipal do Porto
As comemorações continuam durante a madrugada. É comum que os portugueses se refiram à data como “a noite mais longa do ano”.
“Acredito que lhe começamos a chamar assim muito pela sua essência. No Porto, a festa de São João é quase um flash mob que se estende por toda a cidade. De uma ponta à outra há arraiais, música, comida e animação”, diz Alice.
“Acho que nos volta a trazer uma sensação de comunidade, tirar-nos ceticismo e a desconfiança. O São João é de todos, e todos do São João, sem olhar a status ou classes.”
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