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‘O que aconteceu em 8 de janeiro não está relacionado ao acampamento do QG’, diz deputado

Com pouco mais de três meses de funcionamento, a CPI do 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal já teve alguns avanços. A frente da CPMI do Congresso Nacional, o colegiado presidido pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT) ouviu nesta semana o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Inicialmente, a convocação de G.Dias foi blindada na CPMI, mas, na CPI do DF, ele teve de ir — ainda que tenha adiado a oitiva uma vez. Esse foi o primeiro depoimento público do general depois que foi exonerado pelo presidente Lula em abril deste ano.

Membro da CPI do DF, o deputado da oposição Thiago Manzoni (PL) questionou G.Dias sobre as imagens divulgadas pela CNN Brasil, em que o então ministro aparecia apaisana em torno dos vândalos no Palácio do Planalto.

Além disso, comentou os avanços da investigação no âmbito distrital, como a ligação do acampamento que acontecia em frente ao quartel-general em Brasília e os ataques aos prédios públicos.

“Conseguimos demonstrar que o que aconteceu em 8 de janeiro não está relacionado ao acampamento em frente ao quartel-general”, disse Manzoni a Oeste. “No acampamento, estavam famílias se manifestando contra a eleição do maior corrupto do Brasil: o presidente Lula. Além disso, em 6 de janeiro não havia muitas pessoas em frente ao quartel.”

Confira os principais trechos da entrevista:

Como o senhor avalia a participação do General Gonçalves Dias na CPI?

Improdutiva. Ele respondeu apenas o que quis e, algumas vezes, pareceu desviar da verdade. Ficou claro que ele enquanto ministro sabia do que poderia acontecer e optou por não fazer nada. Pelo cronograma dos fatos, é isso o que parece. Se os vídeos não tivessem sido vazados, e ele não tivesse sido visto no Planalto, ele não teria pedido exoneração. Se essas mensagens, que agora apareceram, não tivessem aparecido, não teríamos como comprovar que ele sabia. A impressão que passa é que ele e o governo têm algo a esconder. Espero que tudo venha à tona para descobrirmos quem produziu o 8 de janeiro, que não parece ter sido a direita.

Aparentemente, o G.Dias tentou colocar a culpa do que aconteceu no general Penteado, então secretário-executivo do GSI. A CPI vai convocá-lo?

Não acho que é correto imputar aos seus subordinados a própria responsabilidade. O ministro do GSI era o G.Dias. A responsabilidade é dele. O general Penteado pode esclarecer o que o Dias falou nessa CPI, inclusive, sobre a ordem para que o pelotão ficasse de prontidão, e não no Planalto para defender o Palácio.

Como a CPI pode atuar para esclarecer a fraude no relatório da Abin?

Diante das informações que surgiram, devemos chamar o Saulo Moura, ex-diretor da Abin. Nossa ideia é ouvir todos o que tiveram algum tipo de envolvimento com o que aconteceu. O grande problema é que quando voltarmos do recesso, em agosto, nosso prazo será muito curto e não parece que há boa vontade de alguns deputados para aprovar outras convocações.

Diferentemente da CPMI, a CPI do DF já acontece há alguns meses. Quais pontos o trabalho de investigação já conseguiu elucidar?

Conseguimos demonstrar que o que aconteceu em 8 de janeiro não está relacionado ao acampamento em frente ao quartel-general. No acampamento, estavam famílias se manifestando contra a eleição do maior corrupto do Brasil: o presidente Lula. Além disso, em 6 de janeiro não havia muitas pessoas em frente ao quartel. Tinham 150 pessoas acampadas e mais 150 pessoas em situação de vulnerabilidade que iam lá, pois tinha comida de graça. Contudo, desceram à Praça dos Três Poderes mais de cinco mil pessoas. Quem cometeu os atos de vandalismo não estava em Brasília antes de 6 de janeiro. Talvez esse seja o nosso maior êxito. Outro passo importante foi retirar a responsabilidade exclusiva do Distrito Federal e das Forças policiais do DF. Com isso, mostramos que houve leniência do governo, tanto do GSI, quanto de outras forças de poder, como o Ministério da Justiça.

As pessoas que depredaram os prédios públicos vieram de onde?

A maioria das pessoas veio de outros Estados. Recebemos uma lista enorme de nomes da Agência Nacional de Transportes Terrestres e da rede hoteleira, por parte do Ministério da Justiça. São poucas as pessoas que são do Distrito Federal que participaram dos atos.

Foi possível chegar ao que motivou os atos de vandalismo?

Esse sentimento ainda é muito difuso. Não conseguimos saber exatamente o que eles queriam aqui, mas existia nas redes sociais algumas convocações para atos de vandalismo e de depredação em Brasília. Agora quem são essas pessoas e por que elas fariam isso ainda estamos investigando.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), criou uma linha de investigação que prioriza os “autores intelectuais” do 8 de janeiro. Esse ponto foi discutido nessa CPI?

Esses movimentos políticos de manifestação surgem de maneira muito difusa nas redes sociais. Até onde sabemos, não houve um mentor ou um grupo de pessoas que formou a mente desses invasores. Isso aconteceu nas redes sociais, mas é possível que tenha sim alguns mentores. Mas durante aquele período, nenhum parlamentar se envolveu. Se há essa liderança, temos que descobrir quem é. Nesse caso, a pergunta que devemos fazer é: quem se beneficiou com o que aconteceu? Quando descobrirmos isso, saberemos quem produziu o 8 de janeiro. Não me parece que isso seja obra dos parlamentares ou das pessoas apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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