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Vídeo mostra crianças revirando lixeira em busca de alimento em Rio Branco e imagens repercutem na web: ‘tristeza’


Ativista publicou vídeo em rede social e conseguiu localizar onde moram e levar doações. Assistência social do município afirma que vai prestar atendimento à família. Imagens publicadas por ativista comoveram a web
Reprodução
Um vídeo publicado pelo projeto social Conexão do Bem comoveu a web ao mostrar crianças buscando alimento em uma lixeira da Rua Ramal do Polo, bairro Laélia Alcantara, em Rio Branco. Na postagem, a coordenadora do projeto, Michelle Souza, relata ter ouvido de moradores da região que as crianças buscavam, constantemente, alimentos nas lixeiras. O vídeo recebeu muitas visualizações e comentários lamentando a situação.
Nas imagens, é possível ver a menina, mais velha, subindo na lixeira e revirando o conteúdo. Após permanecer um tempo na busca por algo que possa comer, ela chama o irmão mais novo, e parece dividir algo com ele.
Ao g1, Michelle informou que conseguiu arrecadar alimentos e levou até a família. A casa onde eles moram fica em um terreno de parentes, e a mãe das duas crianças está grávida de sete meses.
“Uma tristeza, os meninos quando viram a gente chegando com comida, nem falavam direito com a gente, só queriam comer as coisas. Triste, lá é um quintal onde moram as famílias, moram os irmãos dessa da mãe das crianças, porém, todos lá tem suas casas boas e a casa dela só é um pedaço. Só o que tem na casa são duas camas, fogão, a geladeira completamente seca, sem nada, uma tristeza. A mãe das crianças está grávida de sete meses, situação tão triste. Desse tempo todo que eu faço trabalho social, essa foi a situação realmente triste. As vizinhas me contaram por lá que sempre eles estão no lixo, atrás de comer alguma coisa porque não tem [o que comer]. Uma situação bem triste mesmo”, relata.
Vídeo mostra menina revirando lixeira em busca de alimento para ela e o irmão
Assistência
O g1 entrou em contato com o diretor de assistência social de Rio Branco, Ivan Ferreira, que informou ter tomado conhecimento do caso através da imprensa local, após a repercussão do vídeo. De acordo com Ferreira, a família vai ser visitada pela assistência social do município e será encaminhada para os serviços de auxílio.
“A Assistência Social do município está à disposição, vamos fazer visita com nossa equipe, psicóloga e assistente social, e vamos fazer encaminhamento com nossos serviços assistenciais”, disse.
Michelle Souza ressaltou ainda que, durante a visita, percebeu que a casa era bem simples e as crianças mal possuíam vestimentas.
“Com a ajuda de alguns amigos, consegui levar biscoito, bolacha, iogurte, parecia que eles nunca tinham visto isso. Uma cartela de iogurte, eles tomaram na nossa frente mesmo. A menina, nem sandália tem, não tivemos como descobrir o número, porque não tem outra”, conta.
Voluntária conseguiu arrecadar alimentos e levou até à casa onde moram as crianças
Arquivo pessoal
Comoção
A autônoma Bruna Fernanda mora na casa onde está localizada a lixeira que aparece no vídeo e foi quem encontrou as imagens. Ela se diz comovida com a situação, e afirma já ter visto a menina revirando a lixeira, mas não sabia que havia um irmão.
“Essa criança já teve uma vez na minha casa. O menininho, eu não tinha visto ainda. Eles moram no final da rua, e a menina já tinha pedido uma vez na minha casa. Ela perguntou: ‘tia, tem um pacote de biscoito?’ Meu filho entrou, pegou, e deu um pacote de biscoito. Depois, eu não a vi mais. Até então, eu não sabia que eles moravam no fim da rua, e depois eu vi ela batendo em outras casas, pedindo. Perguntei pra minha vizinha da frente, se ela conhecia, sabia quem era essas crianças. Eu trabalho e não fico muito em casa, então, não tenho como saber”, conta.
Incomodada com a situação da criança, ela resolveu verificar as imagens da câmera de segurança que possui em casa, e encontrou a cena. O vídeo está com a data incorreta pois, segundo Bruna, quedas de energia são constantes no bairro, mas ela confirma que as imagens são atuais. Ela espera que a família seja amparada para que não voltem a passar por essa situação.
“Se ela pudesse receber o auxílio porque iria ajudar bastante, me disseram que ela não recebe. Não sei se essa criança estuda, porque se eu não me engano, ela já tem nove anos. A criança pequena tem dois. Não sei se estudam, e eu já vi [a menina] caminhando pela principal, sozinha. Fiquei muito preocupada e quando eu fui olhar pelas minhas câmeras, tinha eles revirando o lixo. A princípio, eu achei que eles estavam brincando de se pendurar na lixeira, continuei olhando as imagens, eles sentaram na calçada, ficaram olhando de cima para baixo o que que tinha na lixeira para comer. Quando eu fui abrir o portão, eles saíram correndo. E aí, mandei as imagens”, relembra.
Família vive em terreno divido com parentes, em casa simples
Arquivo pessoal
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