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Lula não comenta rebelião do Grupo Wagner na Rússia: ‘Seria precipitado da minha parte’

Antes de embarcar de volta para o Brasil neste sábado (24), Lula falou sobre as conversas que teve com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre acordo entre a União Europeia e o Mercosul e sobre o cancelamento de jantar com príncipe saudita. Lula diz, em Paris, que precisa de mais informações antes de falar sobre rebelião do grupo Wagner
O presidente Lula já está de volta ao Brasil, depois de cinco dias de viagem à Europa. Antes de embarcar, ele falou com os jornalistas, mas não quis fazer qualquer comentário sobre a rebelião do Grupo Wagner. Lula disse que precisava de mais informações para falar sobre o assunto.
Ao fazer o balanço dos dois dias de compromissos em Paris, o presidente brasileiro destacou o almoço da véspera com o presidente francês, Emmanuel Macron.
”Nós levantamos todos os problemas que nós tínhamos que levantar, e o problema mais sério de tudo é o acordo União Europeia e Mercosul. No qual a França tem um papel importante”, disse Lula.
Em uma carta enviada em março, o bloco europeu apresentou novas condições a esse acordo fechado em 2019, depois de 2 décadas de negociações, mas até hoje não ratificado. O principal ponto é uma ameaça de suspensão de isenção de tarifas em caso de não cumprimento de metas ambientais.
Três repórteres perguntaram ao presidente brasileiro sobre o clima de tensão na Rússia, com o motim de mercenários do grupo paramilitar Wagner. Lula não quis comentar. Afirmou que, naquele momento da entrevista, não tinha base para abordar um tema tão sensível.
“Veja, eu não sei o tamanho da rebelião. Eu só estou te pedindo o seguinte: quem sabe quando eu voltar para o Brasil, no dia seguinte, eu já tenha todas as informações possíveis, porque eu vou conversar com muita gente a respeito dessa chamada rebelião. Eu só não posso comentar uma coisa que eu não li, que eu não conheço. Seria precipitado da minha parte fazer juízo de valor sobre qualquer assunto”, comentou.
O presidente Lula disse ainda que não ficou chateado com o jornal francês “La Liberation”, que o colocou na capa como uma “decepção” e o descreveu como um “falso amigo do Ocidente”, por não se juntar a líderes de potências ocidentais na forte condenação à Rússia pela guerra na Ucrânia:
“Eu não fico chateado quando um europeu, no caso da guerra, pense diferente de mim. Eles estão no centro da guerra. Eu estou a 14 mil quilômetros de distância. Então é muito normal que eles estejam muito mais nervosos, porque eles estão vivenciando a guerra e sofrendo as consequências da guerra mais imediata”.
Lula também comentou o fato de ter desistido, na última hora, de um jantar previsto na agenda. Era um convite do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, acusado de mandar esquartejar o jornalista Jamal Khashoggi, no consulado saudita em Istambul. Foi quem enviou joias à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Lula disse que a anulação não foi por medo de repercussão negativa.
“Eu simplesmente não tive condições de participar da reunião, e vou pedir para que o Itamaraty o convoque para ir ao Brasil discutir negócios com os empresários brasileiros. Eu não estou preocupado com as joias. Não estou preocupado, porque isso não é comigo. Eu estou preocupado com o seguinte: se tiver empresários da Arábia Saudita que queiram fazer investimento no Brasil, o Brasil terá interesse em receber esses empresários”, explicou o presidente.
Esta foi a terceira viagem do presidente Lula à Europa neste terceiro mandato. Antes de embarcar para o Brasil, ele revelou que ainda avalia voltar para o continente no mês que vem, para a Cúpula entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac), em Bruxelas.
Lula falou que, se não puder vir, será representado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin. Mas, segundo ele, uma ausência pode dar a impressão de falta de interesse nas discussões.
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Chegada ao Brasil
Depois de uma viagem de quase 13 horas, com escala em Cabo Verde, o presidente Lula pousou em Brasília por volta de 18h. Ele chegou ao Palácio da Alvorada de helióptero e não falou com a imprensa sobre a situação na Rússia.
De acordo com assessores, durante a viagem, o presidente conversou com o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e foi sendo informado do desenrolar da crise.
Neste sábado (24), o assessor especial de Lula para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, participou de uma reunião na Dinamarca com conselheiros de segurança de países como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido. O objetivo do encontro era discutir um possível plano de paz para acabar com a guerra na Ucrânia.
O Jornal Nacional conversou com Celso Amorim, que disse que a reunião serviu como um primeiro passo para debater a criação de um grupo para negociar o fim da guerra.
Mais cedo, também neste sábado, em meio à tensão do dia, a embaixada do Brasil em Moscou divulgou um comunicado pedindo aos brasileiros na Rússia que “sigam as orientações de segurança das autoridades locais” e evitem aglomerações e deslocamentos desnecessários.

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