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Moradores enfrentam fila quilométrica para comer ‘maior paçoca de carne seca do mundo’ em arraial de Boa Vista


Prato tradicional da culinária roraimense bateu mais um recorde, chegando a 1.264 kg, e foi distribuído gratuitamente no Boa Vista Junina 2023. Festa encerra neste domingo (25), na praça Fabio Paracat. Maior paçoca do mundo bateu novo recorde
Giovani Oliveira/PMBV
Moradores de Boa Vista formaram uma fila quilométrica na noite desse sábado (24) para poder comer a “maior paçoca do mundo”, iguaria à base de carne seca e farinha amarela, que virou símbolo do arraial Boa Vista Junina. O prato tradicional da culinária roraimense bateu mais um recorde, chegando a 1.264 kg, e foi distribuído gratuitamente.
Antes de ser distribuído para a população, o alimento foi pesado. A pesagem oficial começou as 19h36, em um espaço onde há uma casa de farinha, ambientes comuns em áreas indígenas e rurais de Roraima.
A paçoca começou a ser distribuída por volta das 19h45 e acabou às 22h34. Haviam onze filas para receber o alimento, mas a medida em que cresciam, elas se fundiam em uma só. A fileira chegou a atingir um dos portões do evento.
Fila se formou até próximo a um dos portões de entrada da festa
Samantha Rufino/g1 RR
A nova marca superou em 133 kg o próprio recorde, registrado em 2022. Na edição anterior, foram produzidos 1.131 kg da iguaria indígena.
A iguaria, diferente da paçoca doce de amendoim, é feita à base de carne seca e farinha amarela. Ela é produzida através da pilagem da farinha e da carne, que posteriormente são refogadas com cebola e óleo de cozinha.
Até chegar ao sabor já conhecido pelos roraimeneses e que desperta curiosidade de quem não é do Norte, a carne usada é desossada e levada ao sol, para o processo de secagem.
Para quebrar o recorde do ano passado, na receita deste ano foram utilizados 800 kg de carne bovina, 500 kg de farinha de mandioca, 88 kg de cebola e 30 litros de óleo.
Produção recorde para tonelada de paçoca de carne seca e farinha envolve 10 pessoas, inicia de madrugada e dura três dias
Paçoca foi servida em potes
Yara Ramalho/g1 RR
Assim como no ano passado, a paçoca foi distribuída com bananas, tradicional acompanhamento da iguaria. Foram distribuídos cerca de 2 mil kg da fruta. Todos os produtos foram comprados de produtores de Roraima, segundo o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB).
“Toda paçoca é produzida com insumos aqui de Boa Vista mesmo, regionais, com uma produção local. A gente faz mais uma vez um compromisso com a economia circular aqui em Boa Vista”, explicou.
Distribuição
A paçoca de carne seca, tradicional prato roraimense, é servida gratuitamente no Boa Vista Junina desde 2015. Para efeitos de comparação, no ano da estreia, a “paçocona” pesou 500 kg.
A estudante Clebylane da Silva Rodrigues, de 22 anos, não presenciou as primeiras distribuições do alimento, mas fez questão de vivenciar a cultura roraimense neste ano e provar da “maior paçoca do mundo”.
“Ficamos uma hora na fila e valeu a pena porque é muito gostosa. Eu não vim no primeiro recorde da paçoca, então está vivendo essa cultura roraimense pela primeira vez é bem emocionante, está na fila esperando. A expectativa de pegar comer e realmente aprovar é muito bom”, disse.
Clebylane (última à direita) e família esperaram na fila por uma hora
Samantha Rufino/g1 RR
Assim como ela, a venezuelana Genesis Duerto, de 30 anos, ainda não havia provado o prato mesmo morando em Boa Vista há dois anos. Acompanhada do filho e dos sobrinhos, ela entrou na fila as 16h.
“Primeira vez que eu venho aqui [Boa Vista Junina], estou desde 16h aguardando na fila com muita expectativa de provar a maior paçoca do mundo. Trouxe meu filho e meus sobrinhos. Vamos comer a paçoca com banana”, afirmou a mulher.
Já para a roraimense Islândia Silva, a paçoca de carne seca é um prato familiar. No primeiro lugar de uma das onze filas que se formaram no local, ela participa do evento pela terceira vez consecutiva.
“Esse é o terceiro ano seguido que estou participando, cheguei bastante cedo. Entre a paçoca de carne seca e a de amendoim, a de carne seca com certeza”, disse a mulher, que chegou no local por volta das 17h, acompanhada do marido. O casal recebeu a porção por volta das 19h50.
Casal foi um dos primeiros na fila
Yara Ramalho/g1 RR
Durante a quebra do recorde, a população pôde acompanhar a pesagem oficial, que foi exibida em um telão. A paçoca foi pesada apenas uma vez. A estimativa da prefeitura era distribuir o alimento para 25 mil pessoas.
Este ano, a preparação da paçoca foi feita pela empresa NS Barros Empreendimentos, contratada pela prefeitura por R$ 232 mil para a produção do prato servido nesse sábado e também outras quantidades que órgão distribuiu como souvenir a turistas que chegaram cidade e em press kits.
O preparo começou na última terça-feira (22) e, ao todo, 10 pessoas atuaram na produção direta da enorme quantidade de paçoca. Já a distribuição do alimento contou com a atuação de 40 profissionais.
População acompanhou a pesagem da paçoca por telão
Samantha Rufino/g1 RR
‘Maior paçoca do mundo’
Meta era distribuir para 25 mil pessoas
Yara Ramalho/g1 RR
A história da “maior paçoca do mundo” começou em 2015, quando a prefeitura decidiu servir gratuitamente ao público do arraial porções do prato típico. Naquele ano, foram distribuídos 500 Kg a 20 mil pessoas.
Depois, nos anos seguintes, os recordes foram batidos. A última vez que a paçoca foi servida foi em 2022, onde a quantidade chegou a 1.131 Kg. Nos anos de 2020 e 2021 não teve o arraial por conta da pandemia.
À época, em 2015, a ideia era levar a iguaria ao Guinness Book, o livro dos recordes. Mas, apesar dos recordes batidos ano após ano na grande quantidade, isso nunca ocorreu.
A superintendente de turismo da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec), Alda Amorim, disse que essa quebra de recorde é considerada pela prefeitura por conta de “todas as evidências”.
“A gente faz uma coletânea e envia. É assim que a gente trabalha”, disse ela.
Boa Vista Junina 2023
O Boa Vista Junina em 2023 traz o tema “Orgulho em Viver essa Emoção”, com uma decoração que busca resgatar valores e tradições da cultura popular. São cerca de 1 km de espaço decorado em toda a extensão da praça Fábio Marques Paracat, no Centro da cidade, inspirado nas expressões da festa junina pelo Brasil, em especial a nordestina.
Com uma estimativa de receber 100 mil pessoas, o arraial acontece até o domingo (25). A expectativa da prefeitura de Boa Vista, responsável pelo evento, é uma movimentação de R$ 28 milhões durante os seis dias.
Neste domingo (25), a apuração das notas do concurso de quadrilhas começam às 9h da manhã. Na última noite do evento, ocorrerá a premiação dos melhores grupos do ano. Além da grande campeã da divisão Especial, serão escolhidas as quadrilhas da divisão de Acesso, que irão disputar o título principal no ano que vem.
Boa Vista Junina encerra neste domingo (25)
PMBV/Divulgação
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