A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) solicitou um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta semana. O objetivo da reunião é apresentar a Lula a lista tríplice da entidade para o cargo de procurador-geral da República. No entanto, Lula deixou claro que não seguirá a lista desta vez, apesar de ter indicado um dos nomes da lista tríplice durante seus dois mandatos anteriores.
Lula deve fazer escolha sozinho – Foto: José Cruz/Agência Brasil
Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e José Adonis são os candidatos da ANPR para chefiar a Procuradoria-Geral da República a partir de setembro. Lula não tem obrigação de seguir as sugestões da associação e diz que vai fazer a escolha sozinho. Porém, em seus dois primeiros governos Lula indicou um dos nomes da lista tríplice.
O ex-presidente Jair Bolsonaro não levou em consideração a lista tríplice da ANPR ao indicar Augusto Aras como procurador-geral da República em 2019 e reconduzi-lo ao cargo em 2021. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticaram essa decisão de Bolsonaro, alegando que ele desrespeitou a autonomia institucional do MPF (Ministério Público Federal) e retrocedeu nesse aspecto.
Lula afirmou ter mudado sua visão em relação à lista tríplice, alegando que ela não resolve todos os problemas relacionados ao MPF. Ele promete ser criterioso na nomeação do substituto de Aras e busca indicar alguém que seja respeitado pelos serviços prestados ao país.
A ANPR destaca a importância da lista tríplice como um meio de garantir transparência na escolha do procurador-geral da República. O presidente da associação, Ubiratan Cazetta, diz que continuará buscando um modelo de escolha que fortaleça a autonomia e a independência do procurador-geral da República na construção da democracia.
Opções que serão apresentadas para Lula
Dentre os possíveis nomes para o cargo, um deles é o subprocurador Antônio Carlos Bigonha, que tem sido recomendado por políticos do PT devido à sua posição crítica em relação à Operação Lava Jato.
Bigonha expressou, em um artigo, sua preocupação com o poder excessivo do Ministério Público Federal e as ações persecutórias realizadas nos últimos anos. Ele também criticou a prisão de Lula, referindo-se a ele como um dos maiores líderes populares de todos os tempos.
Outro candidato cogitado é o subprocurador Carlos Frederico Santos, escolhido por Augusto Aras para lidar com processos relacionados aos atos de vandalismo de 8 de janeiro. Santos também criticou a Operação Lava Jato, afirmando que ela não foi eficaz em seu trabalho.
O terceiro possível candidato é o subprocurador Paulo Gustavo Gonet Branco, atual vice-procurador-geral eleitoral. Ele elaborou um parecer do Ministério Público Eleitoral que admite a possibilidade do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarar a inelegibilidade de Jair Bolsonaro com base em seu comportamento durante um encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada, no ano passado, quando levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas e atacou o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas.
