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Passagem de Tatuzão da linha 6-Laranja de Metrô faz solo ceder e avenida e imóveis precisam ser interditados na Norte de São Paulo neste sábado (24)

Foi necessário fechar parte da avenida Miguel Conejo

ADAMO BAZANI/VINÍCIUS DE OLIVEIRA

Parte da avenida Miguel Conejo, próximo ao número 850, na região da Freguesia do Ó, na zona Norte de São Paulo, e imóveis comerciais, como lanchonete, farmácia e um posto de atendimento da Defensoria Pública do Estado, tiveram de ser interditados neste sábado, 24 de junho de 2023, porque com a passagem do “tatuzão” para construir a linha 6-Laranja de Metrô, um trecho da região afundou.

Pelo local passa a chamada tuneladora Norte.

Os desvios são pelas ruais Mateus Leitão e Simão Velho.

No local há uma galeria de água canalizada e não foi descartado o risco de o equipamento atingir a estrutura.

A informação foi trazida pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Diário do Transporte.

Em janeiro deste ano, outras edificações tiveram de ser interditadas na região após afundamento de asfalto e calçada.

O Diário do Transporte procurou a Acciona/Linha Uni, responsáveis pelas obras da Linha 6-Laranja de metrô e o Governo do Estado, que tem a responsabilidade de acompanhar a execução das obras.

Confira o comunicado da Linha Uni sobre as interdições:

“A Linha Uni informa que, na manhã do último sábado, 24 de junho, a Av. Miguel Conejo, na altura do número 850, foi interditada de forma preventiva em decorrência das atividades de escavação com a Tuneladora Norte. A ação é necessária em função da frágil geologia do local. Trata-se de uma ação normal, parte das medidas de controle que a equipe técnica da obra desenvolve ao longo de todo o traçado da Linha 6 – Laranja. A situação está sob controle. Nesse momento, a equipe técnica está acionando poços de rebaixamento do lençol freático, atividade também já prevista, e as atividades da tuneladora devem retomar na próxima semana. A equipe de Comunicação Social da obra permanece em constante contato com a comunidade e o monitoramento é contínuo para garantir a segurança do local.”

DADOS DA LINHA:

LINHA 6 – LARANJA:

Retomada das obras: 06 de outubro de 2020

Previsão de entrega total: outubro de 2025 (em 26/01/23, o governador Tarcísio de Freitas falou que o prazo seria fim de 2025 e início de 2026)

Construção e operação em PPP – Parceira Público Privada: Concessionária “Linha Universidade Participações S.A.”, liderada pelo grupo espanhol Acciona

Antigo Consórcio: Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.

Extensão: 15,3 km de extensão, entre a Vila Brasilândia (zona Noroeste) a Estação São Joaquim (região central)

Valor do empreendimento: R$ 15 bilhões

Frota: 22 trens

Demanda diária: 630 mil passageiros

Estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompeia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica, Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim

Prazo de contrato: 19 anos para manutenção e operação.

Promessa de mais seis estações: Em 31 de maio de 2023, governador de São Paulo, Tarcísio de Feitas, anunciou que a linha 6-Laranja de metrô de São Paulo terá mais seis estações, sendo quatro ao sul da ligação e duas ao norte. Com isso, pelo lado sul, o serviço chegará até a linha 10-Turquesa que liga a região do ABC Paulista à capital.

A linha terá cerca de 5 km além dos 15,3 km de extensão, entre a Vila Brasilândia (zona Noroeste) a Estação São Joaquim (região central), previstos inicialmente na concessão.

Tarcísio disse que já há uma estrutura de obras maquinário, como os tatuzões, já em operação e que é melhor fazer a extensão agora do que concluir o projeto inicial e depois mobilizar tudo de novo.

Os estudos sobre a posição das estações foram determinados para que os novos trabalhos sejam colocados no contrato.

O prazo para a conclusão dos projetos e da entrega das novas estações não foi informado.

Os valores que serão acrescentados ao contrato com a concessionária Linha Uni, liderada pela espanhola Acciona, também não foram ditos pelo governador, mesmo porque, isso só deve ser definido com a conclusão

Integrações: Sistemas de ônibus e linhas 1-Azul do Metrô, 4-Amarela operada pela concessionária ViaQuatro e 7-Rubi, da CPTM e 8-Diamante, da ViaMobilidade

Breve Histórico: A linha 6-Laranja deveria ser realidade há muito tempo no cotidiano da cidade de São Paulo entre a zona noroeste e central. Em 25 de março de 2008, o governo estadual e a prefeitura de São Paulo se comprometeram a entregar uma nova linha do metrô em trajeto semelhante da 6-Laranja até 2012. Ao longo do tempo, a previsão foi mudada, inclusive com alterações das estações. Em 2013, após revisões de projeto e polêmicas, venceu a licitação Consórcio Move SP formado pelas construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, além do Fundo Eco Reality. O contrato foi assinado em 18 de dezembro de 2013, quando o ex-governador Geraldo Alckmin anunciou que a linha seria aberta parcialmente em 2018. O início dos trabalhos era previsto para 2014, com a entrega completa em 2020. A obras, porém, começaram em 13 de abril de 2015, com previsão de término para 2021. O valor total da linha nesta época foi estipulado em R$ 9,6 bilhões, dos quais R$ 8,9 bilhões entre o consórcio e o governo do Estado. Os outros R$ 700 milhões seriam pelas desapropriações.

O MOVE São Paulo assumiu o contrato de construção entre São Joaquim e Vila Brasilâsndia em 2015, mas entregou até a paralisação dos serviços, em 02 de setembro de 2016, apenas 15% das obras.

O consórcio Move SP alegou dificuldades na obtenção de financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As empresas integrantes do consórcio foram investigadas pela Operação Lava-Jato, que apurou esquemas nacionais de corrupção, o que agravou a situação de crédito destas companhias.

No dia 07 de julho de 2020 terminou a última prorrogação do processo do contato de caducidade com o Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.

Assim como a atuação da MOVE SP foi controversa, a entrada da Acciona foi marcada por uma novela com ameaça do grupo espanhol não assumir o contrato, contestando valores e condições, tudo isso mesmo depois do anúncio pelo governador João Doria.

O anúncio de que a Acciona assumiria o contrato foi feito em 07 de fevereiro de 2020 pelo governo paulista. Relembre: Linha 6-Laranja do Metrô terá obras retomadas pela Acciona

A linha 6 é uma PPP – Parceria Público Privada prevê a construção, os trens e a operação da linha.

A Acciona, conglomerado espanhol formado por mais de 100 empresas e com sede em Madri, atua no Brasil desde 1996, onde conta com mais de 1500 profissionais em unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco.

Deteve por 10 anos a concessão da chamada Rodovia do Aço (BR-393), além de ter participado das obras do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, além de dois lotes do Rodoanel Norte, em São Paulo.

Venceu licitações para a construção de linhas e estações de metrô em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Rompimento de Rede de Esgoto: O rompimento de uma rede de esgoto em 1º de fevereiro de 2022 resultou na inundação por dejetos no canteiro de obras da linha 6-Laranja de metrô na região da Ponte do Piqueri, na Marginal Tietê. Os túneis projetados para os trens e a Saída de Emergência foram inundados por milhões de litros de dejetos. O acidente provocou a paralisação de parte do projeto e danificou os dois tatuzões que fariam os túneis. Em 31 de agosto de 2022, um dos equipamentos voltou a funcionar no sentido sul, em direção à estação Santa Marina. Em novembro de 2022, o outro passou a funcionar novamente em direção a Água Branca e São Joaquim.

Sítios Arqueológicos: A Linha Uni, responsável pela construção e operação da linha 6-Laranja de metrô e tendo como principal acionista a espanhola Acciona, informou no dia 30 de maio de 2023, que dias antes identificou um novo sítio arqueológico – o Lavapés – na área do poço VSE (ventilação e saída de emergência) Felício dos Santos, na região do bairro da Liberdade, em São Paulo.

Foram fragmentos de cerâmica e louças descobertas a quase três metros abaixo do solo, que seriam dos séculos XIX e XX.

A suspeita é de que o material encontrado na região do Ribeirão do Lavapés tenha ligação com parte da história de povos negros que habitaram o local.

Até a retirada dos artefatos, as obras na área não podem avançar.

O procedimento de retirada precisou de autorização do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Os primeiros materiais na área do poço VSE (ventilação e saída de emergência) Felício dos Santos foram encontrados ainda em abril de 2023. As escavações foram intensificadas e em maio, foram descobertas novas peças.

Ao longo da linha, já foram encontrados 12 sítios arqueológicos.

Em 10 deles, os materiais foram retirados e as obras prosseguiram. Há agora este sítio denominado Lavapés e o que tem enfrentado mais discussões que é no terreno onde será a futura estação 14 Bis, onde se acredita que o local abrigou ocupação quilombola (Quilombo da Saracura). O mesmo terreno também abrigou por anos a sede da escola de samba Vai-Vai.

Como mostrou o Diário do Transporte, o Ipham (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo, confirmou por meio de nota no dia 18 de maio de 2023, que solicitou a suspensão provisória das escavações das obras na futura estação 14 Bis da linha 6-Laranja de metrô de São Paulo, “porque foram encontradas duas peças cerâmicas que podem estar relacionadas com artefatos utilizados em cerimônias e atividades de religiões de matriz africana.”

Relembre:

Ipham confirma que pediu suspensão temporária das escavações de estação da linha 6 após encontro de duas peças de cerâmicas que podem ter valor arqueológico

O Diário do Transporte mostrou que as escavações foram paralisadas no dia 10 de fevereiro de 2023.

Relembre:

Após enchente, Ipham determina interrupção das escavações em sítio arqueológico encontrado em futura estação da linha 6-Laranja

A determinação ocorreu após o local ter sido alagado em decorrência da chuva de verão em 07 de fevereiro de 2023.

Relembre:

VÍDEO: Obra da linha 6, onde foi encontrado sítio arqueológico, é tomada por enchente em São Paulo

A descoberta de vestígios arqueológicos de um antigo quilombo que existiu na região do bairro do Bixiga, no centro de São Paulo, até o começo do século XX, na área da estação 14 Bis foi anunciada em junho de 2022. O local teria abrigado o Quilombo da Saracura, formado por uma população quilombola que habitava o local e onde por décadas depois veio a abrigar a Escola de samba Vai-Vai, que deixou o local há pouco tempo para o início das obras.

Relembre:

Sítio Arqueológico é descoberto em obras da Linha 6-Laranja de Metrô no centro de São Paulo

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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