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Integrantes da CPI dos Atos Golpistas dizem que Jean Lawand Junior mentiu durante depoimento

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Coronel do Exército negou ter defendido um golpe das Forças Armadas depois das eleições de 2022. Mas mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro mostram que o coronel Jean Lawand defendia que Bolsonaro devesse dar ordens para o Exército agir. Integrantes da CPI dos Atos Golpistas dizem que Jean Lawand Junior mentiu durante depoimento
Jornal Nacional/ Reprodução
O coronel do Exército Jean Lawand Junior prestou depoimento à CPI dos Atos Golpistas. No fim de 2022, ele mandou mensagens com teor golpista ao então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
O coronel do Exército Jean Lawand Junior foi convocado depois que foram divulgadas mensagens com teor golpista que estavam no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro.
Nas mensagens de 2022 enviadas a Mauro Cid, Lawand incentiva um golpe de Estado para impedir a posse do então presidente eleito, Lula. Em primeiro de dezembro, Lawand mandou uma mensagem de áudio a Mauro Cid dizendo que Bolsonaro deveria dar ordens para o Exército agir.
“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus! Faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso e, pior, na Papuda, cara”.
O coronel pediu ao STF – Supremo Tribunal Federal para ficar calado durante o depoimento à CPMI. Foi autorizado a permanecer em silêncio para não produzir provas contra si mesmo. Mas, nesta terça-feira (27), decidiu falar e assumiu o compromisso de dizer a verdade, e iniciou o depoimento negando ter proposto uma ação das Forças Armadas diante da vitória de Lula.
“Afirmo, aos senhores, que em nenhum momento falei sobre golpe. Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira. Em nenhum momento quis quebrar, destituir, agredir qualquer uma das instituições. Porque isso não faz parte do que aprendi na minha carreira, minha vida”, afirmou Lawand .
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O coronel afirmou que as mensagens eram uma tentativa de fazer com que o então presidente Bolsonaro desse uma ordem para as Forças Armadas para apaziguar o país e desmobilizar os acampamentos bolsonaristas formados após a vitória de Lula. A relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD, questionou, então, se o silêncio do então presidente Jair Bolsonaro contribuiu para os atos golpistas.
“Senadora, eu não atribuo ao presidente Bolsonaro esses atentados. O que eu atribuo ao presidente Bolsonaro é que uma palavra dele, a capacidade que ele tinha de liderança sobre a nação, uma palavra dele, uma manifestação dele faria com que aquelas pessoas que estivessem nas ruas, há muito tempo, fora de casa, em situações precárias, retornassem aos seus lares e continuassem as suas vidas”, disse o coronel do Exército.
A relatoria, em seguida, questionou o coronel sobre a mensagem que ele enviou ao ajudante de ordens de Jair Bolsonaro em 10 de dezembro. Lawand escreveu: “Cid, pelo amor de Deus! O homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB não está com ele, de divisão para baixo está”.
“O senhor diz: ‘Se a cúpula do Exército Brasileiro não está com ele, de divisão para baixo, está’. E aí, então, o Mauro Cid responde para o senhor: ‘Muita coisa acontecendo, passo a passo’. O que era isso?”, questionou Eliziane Gama.
“Essa fala foi muito infeliz minha. Quando eu disse que o Exército Brasileiro não faria, eu me equivoquei. Eu me redimo disso, é uma coisa que eu falei errado. É uma opinião minha, mas eu acredito, sim, que, se o presidente desse a ordem para apaziguar o país, o Exército atuaria, as forças de segurança atuariam, o povo entenderia que não haveria nada, como não aconteceu, e retornaria aos seus lares, às suas casas”, respondeu Lawand.
O coronel do Exército continuou: “Eu quis dizer o seguinte: a ordem vai ser cumprida de qualquer jeito. Eu fui muito infeliz nesta fala: Alto-Comando, divisão… Isso eu fui muito infeliz e me retrato aqui. Eu quero pedir desculpas ao Exército Brasileiro, quero pedir desculpas ao povo brasileiro, porque o Exército Brasileiro… Desde que eu entrei, eu sei que ele é disciplinado, ele é legalista, ele cumpre a hierarquia e a disciplina”.
Eliziane Gama: “O senhor não pode infantilizar esta Comissão. As colocações que vossa excelência coloca aqui são totalmente incompatíveis com o conteúdo de mensagem que o senhor próprio escreveu”.
Parlamentares questionaram o coronel sobre mais uma mensagem enviada a Mauro Cid de 21 de dezembro. No texto, Lawand afirmou: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção, irmão”.
Pela primeira vez no depoimento, o militar ficou em silêncio.
“Por qual razão, no 21 de dezembro, o senhor se demonstrou decepcionado?”
Lawand: “Eu quero manter o meu direito ao sigilo”.
Durante a sessão, parlamentares governistas e até da oposição, repetiram várias vezes que o coronel estava mentindo e que ele estaria tentando minimizar suas responsabilidades.
“O senhor está vendo que o peixe morre pela boca? O senhor já ouviu esse ditado? Que a mentira tem perna curta, o senhor já ouviu”, disse o deputado Rogério Correia, do PT – MG.
“É muito triste ver um oficial da estirpe do senhor, das qualidades do senhor, embarcar nessa tresloucada tentativa de mobilizar o coronel Cid ou quem quer que seja nessa aventura de um golpe, porque fica claro, coronel: a sua versão, aqui, não é possível acreditar nela”, afirmou o deputado Aluisio Mendes, do Republicanos – MA.
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