Projeção de 2021 colocava cidade com mais de 700 mil habitantes, mas, de acordo com Censo, população atual é de 698.259. Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
A projeção de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontava 720.116 moradores em Ribeirão Preto (SP), mas o Censo divulgado nesta quarta-feira (28) mostrou que, atualmente, a cidade conta com 698.259 habitantes.
Apesar de o resultado apresentar aumento de 15,47% em comparação com o último Censo, em 2010, está abaixo do esperado para 2022. Hoje a cidade ocupa o 15º no ranking dos municípios com maior variação absoluta de crescimento.
Há dez anos, Ribeirão contava com 604.682 moradores. Para o economista Edgard Monforte Merlo, o custo de vida é uma hipótese para a desaceleração.
“As grandes cidades acabam tendo o metro quadrado valorizado e começa a ficar caro morar nessas cidades, aó o que acontece? As pessoas vão para cidades próximas, onde vai ter custo por metro quadrado e moradia menor e, muitas vezes, serviço público de qualidade. Começa a acontecer quase que uma competição entre as cidades para receber essa população que está sendo atraída pela atividade econômica de um determinado centro urbano”.
Para o economista Edgard Monforte Merlo, custo de vida alto em Ribeirão Preto, SP, é uma hipótese para desaceleração do crescimento populacional
Carlos Trinca/EPTV
Nos últimos 12 anos, cidades no entorno de Ribeirão Preto cresceram em números de habitantes.
Jardinópolis: +20,24%
Brodowski: +19,40%
Serrana: +12,94%
Cravinhos: +5,02%
Taxa alta de não resposta
Os dados do IBGE mostram também que Ribeirão foi a terceira maior cidade do país em taxa de não resposta na última pesquisa do Censo, ou seja, 14,3% da população se recusou a responder uma ou mais perguntas.
Isso pode ter contribuído para o resultado de menor população na cidade, segundo o sociólogo Ubaldo Silveira.
“A mentalidade do povo da região ainda é muito fechada, o medo de realmente [a população] expressar o que pensa não dá um dado real para a cidade, isso na minha visão”, diz.
Para o sociólogo Ubaldo Silveira, fazer parte do Censo é importante para políticas públicas que virão a partir dos resultados
Carlos Trinca/EPTV
O levantamento do IBGE mostra ainda que Ribeirão Preto foi a 15ª cidade do país com maior número de recusas em responder o Censo. Quase 4% da população sequer conversou com os recenseadores.
“É fundamental para poder entender como a população está se desenvolvendo, onde a coisa está indo, o que está faltando, o que pode melhorar. Quando esse dado não é real, porque, na minha visão, isso não é real, a população deixa de expressar ou deixa a pesquisa de lado e não dá muita importância, fica um dado falso”, aponta Silveira.
Região não atingiu projeção de 2021 do IBGE
Outras cidades da região também não atingiram a projeção do IBGE. Franca (SP), tem atualmente 352.537 habitantes, quando a projeção de 2021 era de 358.539, queda de 1,6%.
Sertãozinho (SP) tem 126.887 moradores e a expectativa para este novo levantamento era de 128.432, menos 1,2%. Já Barretos (SP) conta hoje com 122.485, quando em 2021 a projeção era de 123.546.
Santa Cruz da Esperança (SP) continua com a menor população da região. A cidade tem hoje 2.116 habitantes, ante 1.153 no último Censo. As maiores taxas de crescimento estão na região de Franca.
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