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Mãe de criança trancada em ‘jaula’ de creche detalha choque com situação e trauma de filho: ‘Crises de choro’

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Flagrante do menino de dois anos foi feito em uma creche de Sorocaba (SP). Caso veio à tona após denúncias e é acompanhado pela corregedoria municipal. Corregedoria da Prefeitura de Sorocaba investiga servidora que teria deixado criança de 2 anos trancada em ‘jaula’ para correção
Arquivo Pessoal
A lembrança do grito de socorro do filho ainda traz dor para Andreza de Maceda, de 37 anos. Mãe do menino que foi trancado em uma “jaula” no Centro de Educação Infantil (CEI) 7, no bairro Santa Rosália, em Sorocaba (SP), ela relata como lidou com a situação e como o filho ficou depois de tudo.
“Toda vez que eu entrava dentro do carro ele entendia que estava levando ele para a escola. Ele esqueceu do lazer, esqueceu do parquinho. Então, ele falava: ‘mamãe, eu não quero ir para a escola’ e eu dizia que a gente não ia”, lembra.
A situação ocorreu em 25 de maio, mas foi divulgado apenas no último mês. Três dias depois, o menino começou a apresentar irritação e crises de choro. Segundo Andreza, isso teve início após o episódio na escola.
Psicóloga explica prejuízos do ‘cantinho do pensamento’
“Começou a ter lutas constantes. Cada dia, mudanças de comportamento dele. Ele começou a brincar, mas gritando muito. Depois vieram as rejeições, não só pela escola, começou a ter esses ataques de crises de choro, igual ele teve no cercadinho. Ele começa a gritar muito, do nada.”
Criança em ‘jaula’: mãe fala pela primeira vez do caso de maus-tratos
Ainda conforme Andreza, o menino já ficou noites sem dormir e pede ajuda, dizendo que a “escola o colocou de castigo”. Ela decidiu falar sobre o caso para que isso não se repita em nenhum outro local.
“Ele não deixa eu tocar nele no momento da crise, não deixa eu relar nele. Ele pede ajuda, estende a mão e fala ‘mamãe, ajuda’, mas ele não deixa eu tocar nele em momento nenhum. Ele nunca fez isso.”
Andreza tem outros dois filhos e precisou ser forte para enfrentar a situação e buscar por justiça. Para ela, a situação foi terrível e nada justifica deixar uma criança trancada em um determinado local, isolada de outras crianças.
“Educo os meus filhos, mas a escola está ali para ensinar, dividir, compartilhar a didática. Então, a escola tem uma função muito importante na vida de cada criança. Possivelmente, algumas crianças devem ter passado pelo mesmo processo que o meu filho, mas não conseguiam falar. O meu filho, diferente das outras, ele gritou.”
Agora, o menino está matriculado em outra unidade, no entanto, devido ao período de férias, ele continua em casa.
Andreza de Maceda fala sobre caso de criança trancada em ‘jaula’
Pâmela Ramos/g1
Denúncia
Conforme Andreza, no dia em que o filho dela ficou trancado no “cercadinho de areia”, ela foi chamada pela direção da escola quando foi buscar o menino.
“Imaginei que era uma casinha de brinquedo que ele foi colocado preso lá. Falaram que era um cantinho de areia. Nem imaginei que fosse aquele espaço enorme, trancado daquele jeito”, relata Andreza.
Corregedoria investiga servidora que teria deixado criança de 2 anos presa em ‘jaula’
Em primeiro momento, ela não teve acesso às imagens e precisou bater de porta em porta para encontrar quem fez os vídeos em que a criança aparece chorando e pedindo por ajuda (veja o vídeo acima).
“Uma senhora falou que sabia quem tinha filmado, mas a família estava com receio. Eu disse que só queria agradecer porque eu chamo ela de anjo do meu filho. Anjo do meu bebê. Ela foi além do que deveria. Como uma estranha, ela foi uma leoa para mim. Ela foi mais do que uma família porque ela denunciou no Conselho Tutelar, na Secretaria da Educação, e exigiu que eles comparecessem.”
Andreza afirma que não teve ajuda da Prefeitura de Sorocaba e que apenas foi encaminhada ao Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci) para que o filho fosse ouvido e ela também prestasse depoimento. O Conselho Tutelar fez todo o acompanhamento da família.
“Espero justiça e que isso não pare só nos canais de televisão, porque daqui a pouco isso vai ser mais uma notícia. Infelizmente, isso vai passar. Vai ficar a imagem pesada para mim, para o meu filho, para o futuro dele. Ele falar ‘mãe, eu que era a criança?’, porque isso vai ficar, isso não vai sair mais. Então, eu quero tirar essa imagem do menino da jaulinha, sabe? E eu quero trazer a imagem do meu filho de verdade. Um menino alegre, feliz, amoroso.”
À TV TEM, a Prefeitura de Sorocaba informou que o caso foi imediatamente apurado, tão logo chegou a denúncia à Corregedoria-Geral do município.
“Por força de lei, o processo ocorre em sigilo e todas as providências cabíveis estão sendo tomadas. Foi determinado o imediato afastamento da servidora da educação pelo prefeito Rodrigo Manga, cujos atos supostamente imputados a ela estão sendo investigados. Todos os eventuais envolvidos no caso estão sendo igualmente investigados e serão responsabilizados, se assim as apurações concluírem. A criança recebe todo amparo do município, tendo sido feito seu encaminhamento à Escuta Especializada do Gpaci. O município continuará tomando todas as providencias cabíveis, repudiando e não admitindo qualquer tipo de episódio nesse sentido.”
MP pede explicações à prefeitura
Conforme o advogado da família, a situação teria ocorrido por causa de um brinquedo quebrado. Rodrigo Rollo afirma que o menino foi punido, ficando de 40 minutos a uma hora no local.
No dia 22 de junho, o Ministério Público (MP) pediu esclarecimentos à Secretaria de Educação Municipal no prazo de dez dias. O MP também pediu que a Polícia Civil investigue o caso.
Polícia Civil investiga caso de maus-tratos infantis em creche de Sorocaba (SP)
Diogo Nolasco/TV Tem
No dia seguinte, a Polícia Civil esteve no CEI 07. Representantes da creche e do Conselho Tutelar foram ouvidos e uma perícia também foi feita na unidade.
A prefeitura informou que afastou a responsável no dia 23 de junho, quase um mês após o ocorrido. Ainda conforme o Executivo, os esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público foram todos respondidos pelo município.
“Importante frisar que a situação se trata de um caso isolado e que não reflete, de maneira alguma, a excelência do serviço realizado pelos servidores públicos municipais, tampouco pela rede municipal de ensino de Sorocaba”, detalhou a prefeitura, em nota.
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