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Especialista do HU-UFSC fala sobre cuidados e tratamento das alergias 

O dia 8 de julho é o Dia Mundial da Alergia, e a recomendação médica é para que se tenha atenção aos cuidados preventivos 

Alergia é uma resposta do sistema imunológico contra substâncias, que normalmente são consideradas inócuas, ou seja, não causam mal à maioria das pessoas. No entanto, em pessoas predispostas, o contato com tais substâncias através das vias respiratórias e da pele, ou por ingestão, leva a diferentes manifestações no organismo. Essas substâncias são chamadas de alérgenos e podem ser de diversas naturezas, destacando-se os ácaros, pólens, pelos de animais, fungos, alimentos, venenos de insetos, medicamentos, produtos químicos e biológicos. E as manifestações podem ser de diferentes doenças: asma, rinite, conjuntivite, dermatite, esofagite, urticária, angioedema, anafilaxia, entre outras, segundo explica a médica alergista Jane da Silva, coordenadora do Núcleo de Alergia do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC). 

A médica explica ainda que as alergias podem se manifestar em qualquer idade e, embora muitas vezes iniciem na infância, elas podem surgir mesmo na pessoa idosa. “Isso ocorre porque toda alergia requer uma etapa de sensibilização, que é o contato com o alérgeno. Isso acontece em qualquer momento da vida, mas devido a fatores genéticos, influências ambientais e ainda circunstâncias que o indivíduo esteja passando podem determinar o aparecimento das doenças alérgicas, pois ele se tornou ‘hipersensibilizado’”, diz. 

“Por exemplo, é comum na infância doenças alérgicas como dermatite, alergia alimentar e asma, pois o início da exposição a ácaros, pelos de animais e alimentos tais como leite ou ovo, ocorre em tenra idade. Alergias a frutos do mar e castanhas já são mais comuns em jovens e adultos, pois são alimentos experimentados mais tardiamente. Alergias a medicamentos, embora possam ocorrer em qualquer idade, são manifestadas frequentemente no adulto, devido a sua exposição ao longo da vida, também ao uso excessivo e de vários medicamentos ao mesmo tempo”, esclarece. 

Inverno 

As épocas de outono e inverno são propícias para o agravamento e aparecimento mais frequente de crises alérgicas. Especialmente no inverno, a dermatite atópica e as doenças alérgicas respiratórias, como asma e rinite costumam piorar. Isso porque o tempo frio leva as pessoas a ficarem mais tempo em ambientes fechados, aumentando a chance de exposição a alérgenos como ácaros, fungos e pelos de animais de estimação. Além disso, a umidade do ar durante o inverno torna-se mais baixa, o que promove ressecamento das mucosas das vias respiratórias e da pele, propiciando os sintomas de alergia. 

De acordo com a alergista e imunologista do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), Daniella Moore, outro complicador são as infecções virais, que costumam ser mais frequentes. “Ao contrário do verão, onde as pessoas circulam mais em ambientes externos, no inverno há uma procura maior por ambientes fechados, o que leva à aglomeração e maior transmissibilidade de vírus. As infecções virais são importantes gatilhos e agravantes das crises de asma e rinite”, explica a médica. 

A rinite alérgica 

As alergias podem se manifestar de várias formas e atingir diferentes partes do corpo, dentre elas as vias respiratórias. A rinite alérgica, especificamente, “é uma condição na qual ocorre uma inflamação da mucosa nasal desencadeada por aeroalérgenos, que costuma se manifestar com espirros, coriza hialina, obstrução ou congestão nasal e prurido (coceira) nasal”, explica Daniella Moore. 

Esses sintomas são comuns a outros quadros, como resfriados, por isso mesmo, para um diagnóstico correto, de acordo com a médica, é necessário observar a história clínica do indivíduo, além de realizar exames e testes alérgicos. 

O tratamento possui três pilares. Conforme Daniella, “o primeiro é composto por produtos à base de soro fisiológico que visam a limpeza nasal; o segundo são os medicamentos de manutenção, aqueles que tratam a mucosa nasal e modulam o sistema imune para que a pessoa não fique tão suscetível a crises; e o terceiro são medicamentos que tratam a crise e tem na sua composição anti-histamínicos”, explicou. 

Crises de rinite alérgica podem ser evitadas com cuidados simples com a saúde: evitar fumar, alimentação saudável, atividades e exercícios ao ar livre, carteira de vacinação em dia. Além disso, o acompanhamento médico regular é importante, por se tratar de uma doença crônica. 

“Embora não seja uma condição que costume estar associada à mortalidade, salvo em raríssimas exceções, ela traz bastante morbidade, atrapalhando as atividades diárias, o sono e gerando faltas no trabalho e na escola”, pontuou Daniella, ressaltando que, por isso, mesmo em períodos sem crise, é essencial o acompanhamento médico. “O maior inimigo é a automedicação, que pode levar a tratamentos parciais, efeitos colaterais indesejados e a recidivas frequentes”, garante. 

E embora a emissão de partículas poluentes não costume aumentar no inverno, é comum ocorrer, nesta estação do ano, um fenômeno chamado de inversão térmica, típico de dias mais frios, nos quais os raios solares estão mais fracos e a superfície terrestre aquece menos o ar. “Assim, o ar frio fica estático, recoberto por uma camada de ar quente que bloqueia a camada de ar frio e mantém a poluição concentrada no ar que respiramos. Por isso embora seja necessário conscientização para evitar ao máximo a emissão de poluentes o ano todo, no inverno a via respiratória pode se ressentir mais de sua presença”, conclui Daniella Moore. 

Cuidados 

A médica Jane da Silva também aponta algumas recomendações que podem ser seguidas para amenizar e proteger das alergias: 

Cuidado dos ambientes internos são essenciais. Basicamente a higienização com vassoura ou rodo envolto em pano úmido ou usar aspirador de pó com filtro HEPA, de uma a duas vezes na semana. Também promover o máximo de exposição à luz solar ao longo do dia, deixado o ambiente bem ventilado, para reduzir ácaros e fungos.  

Se tiver animais, que fiquem longe do quarto, pois além dos pelos serem alérgenos potenciais, ácaros estão presentes nos pelos de gatos e cães. Assim, dar banho nos pets pelo menos uma vez por semana é importante, se não for possível evitá-los. 

Objetos e utensílios que acumulem poeira devem ser retirados, como tapetes, cortinas, livros e bichos de pelúcia, especialmente se estiverem no quarto.  

Roupas de inverno devem ser preferencialmente lavadas ou colocadas ao sol antes do uso, pois se foram guardadas por meses, contém muitos ácaros e fungos. 

A manutenção e limpeza do ar-condicionado, trocando filtros e dutos, reduz a disseminação de ácaros no ar. 

Evitar o tabagismo e uso de fogão a lenha e lareira a lenha, pois a exposição a fumaças promove irritação na pele e nas mucosas. 

Ingestão de água e uso de soro fisiológico para lavagens nasais e dos olhos são medidas simples que podem auxiliar na hidratação das mucosas, minimizando efeitos agressores do ambiente nesse período. 

Devido à maior transmissão de vírus respiratórios e, por estar mais frequentemente em ambientes fechados, é comum viroses promoverem exacerbação das doenças alérgicas respiratórias, por isso é importante a vacinação contra vírus da gripe e pneumonia. 

É possível deixar de ser alérgico?  

De acordo com a especialista do HU-UFSC, essa é uma pergunta frequente de pacientes alérgicos. “Como dito antes, as alergias recebem influência de diferentes fatores. A genética não muda, por isso se diz que as doenças alérgicas não têm cura. No entanto, podem ter mudanças nas suas características ao longo do tempo. É possível haver manifestação de alergia alimentar enquanto criança e essa deixar de existir, mas passar a haver rinite e/ou asma na adolescência. Ou ainda, no mesmo indivíduo a doença variar de gravidade em diferentes fases da vida, podendo ser grave na infância e adolescência, melhorar na juventude e ressurgir grave na vida adulta”, diz a médica.  

Quanto à gravidade, Jane da Silva esclarece que o tratamento realizado vai interferir nas manifestações: “Acompanhamento regular, seguindo-se as orientações de saúde corretamente, contribui para um melhor controle das doenças alérgicas. Além disso, há tratamentos com imunoterapia, por exemplo, que podem mudar a hipersensibilidade, tornando o organismo ‘insensível’ ou pouco responsivo ao alérgeno que provocava a doença e por isso a pessoa pode não ter mais sintomas ou esses reduzirem significativamente.”  

Serviço 

Nos Hospitais Universitários da Rede Ebserh que contam com serviço especializado de Alergia, o acesso se dá através de encaminhamento feito pela Rede de Atenção Básica (Unidades ou Postos de Saúde), via sistema de regulação. 

Sobre a Rede Ebserh 

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

 Foto: Jane da Silva disse que as alergias podem se manifestar em qualquer idade (Sinval Paulino)

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