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‘Em um minuto chegaria em casa’, lamenta irmão de trabalhador da construção civil morto durante operação policial na Bahia

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Moradores afirmam que tiro foi disparado por policiais militares, enquanto versão da PM é de que os agentes não atiraram. Família acusa PM de matar trabalhador da construção civil em Salvador
“Em um minuto, ele chegaria em casa. Ele estava voltando do trabalho”. As palavras de lamento são de um dos irmãos de Antônio César Caldas de Assis, o trabalhador da construção civil morto durante uma operação policial em São Gonçalo do Retiro, bairro de Salvador, na quinta-feira (6).
A comunidade protestou em luto pelo assassinato de Antônio César nesta sexta-feira (7). O corpo dele será velado e sepultado no sábado (8). Sem revelar a identidade por medo de represálias, o irmão da vítima endossou a informação de que o trabalhador foi morto por policiais militares.
Homem é morto após sair de casa para comprar pão em Salvador.
Reprodução/TV Bahia
“Meu irmão estava descendo a escadaria. Por negligência, ao invés deles [policiais] suspenderem para não atirar, continuaram. Quando ele [Antônio] viu que vinham dois meliantes correndo da polícia, ele se encostou no canto, mas não deu mais tempo, atingiu uma bala na nuca do meu irmão”.
“Eles [policiais] não têm que atirar, porque sabe, que tem gente passando no local. Meu irmão deixou dois filhos e a esposa. Infelizmente é o que está acontecendo no mundo todo: a falta de respeito com o ser humano”.
Comunidade protesta
Protesto no bairro de São Gonçalo do Retiro, em Salvador
Reprodução/TV Bahia
Ainda na noite de quinta-feira, momentos após o crime, mais de 100 pessoas fecharam a Rua Direta em protesto. O grupo queimou galhos de árvores, lixo e outros materiais. Em meio à manifestação, a família exibiu a farda e a carteira de trabalho Antônio César.
“Ele estava descendo do trabalho e acontece que vinha dois homens correndo e a polícia em cima, deu tiros de cima para baixo e atingiu meu irmão. Meu irmão não era vagabundo, marginal, era uma pessoa cristã que não bebia, fumava e ia para a igreja”, disse Rosileide Barbosa, irmã da vítima.
“E agora como é que fica? Mais um pai de família que morre e fica dessa forma”, reclamou.
Família acusa PM de matar trabalhador da construção civil em Salvador
TV Bahia
Moradores também afirmam que os suspeitos não trocaram tiros com os policiais e que a vítima teria sido atingida por tiros feitos pela polícia.
“A viatura chegou, parou na esquina e olhou para o beco. Deu três tiros em um pai de família que vinha do trabalho, não era envolvido com nada. A gente está cansado disso, por morar em beco, toda vez é isso”, relatou a costureira Tâmara Cavalcante.
“Nem deram socorro. Eles estudaram para que? Para defender a gente ou para chegar na favela matando a gente?”, gritou uma das protestantes.
O major Luciano Jorge, comandante da 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) disse que os tiros que atingiram Antônio César não partiram dos policiais. Policiais civil fizeram a perícia na Rua 8 de Dezembro, local em que a vítima morava e morreu.
São Gonçalo do Retiro é bastante populoso e fica próximo à BR-324 e de bairros como Cabula e Engomadeira. Segundo os moradores, outros casos desse tipo já foram registrados na região.
“Eles mataram um pai de família, que chegou do trabalho, e tem quatro meses que eles mataram meu sobrinho. Tudo é troca de tiros, chegam na favela arrombando as portas”, afirmou a aposentada Ana Cristina.
“Nossos filhos têm 17 anos e não podem andar que eles abordam, tratam como se fosse traficantes. A gente não tem mais vida, não tem direito de ir e vir, estamos refém da polícia”, desabafou.
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