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Linha Direta: Motorista que foi baleado, queimado e atropelado ficou internado 42 dias e morreu no Dia das Mães; relembre

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Ricardo Luís Antunes da Silva passou por momentos de terror em São Carlos em 2006 e não resistiu aos ferimentos. Mãe e filha, acusadas de serem as mandantes do crime, estão foragidas há 17 anos. Ricardo Luís Antunes da Silva foi brutalmente assassinado em São Carlos (SP) em 2006
Reprodução/TV Globo
O assassinato de Ricardo Luís Antunes da Silva, chocou as autoridades policiais e judiciárias de São Carlos (SP) pela brutalidade e frieza dos assassinos. O crime, que aconteceu em 2006, foi relembrado no programa Linha Direta, da TV Globo, na noite de quinta-feira (6).
Os três executores do crime foram condenados e já cumpriram pena. Mas 17 anos após o caso, Anelize Matteoci Loperlogo e a mãe dela, a oficial de justiça aposentada Maria Elizabeth Matteoci, consideradas mandantes do crime, nunca foram julgadas e são consideradas foragidas da Justiça. O crime teria sido motivado por vingança (leia mais abaixo).
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Em 4 de abril de 2006, Silva foi agredido, baleado, queimado vivo e atropelado por três homens na zona rural de São Carlos sem ao menos saber porque estava sendo torturado daquela forma.
Ele ficou 42 dias internado e depois morreu em decorrência dos ferimentos. A morte aconteceu em um domingo que era comemorado o Dia das Mães.
Baleado, queimado vivo e atropelado
Ao se referir ao que aconteceu a Silva naquela noite de 4 de abril de 2006, o promotor Mário José Corrêa de Paula se mostra chocado.
“A sequência de eventos é algo que eu nunca vi em 30 anos de carreira”, afirmou.
O início dos momentos de tortura foi quando Silva havia ido se encontrar com Anelize em uma praça e ao abraça-la foi capturado por três homens que o colocaram no carro e levaram para um canavial.
Polícia fez investigações no local onde Ricardo Luís Antunes da Silva foi baleado e queimado vivo
Polícia Civil de São Carlos/Divulgação
No local isolado na zona rural, Silva foi agredido e baleado com três tiros: um atingiu a cabeça de raspão e os outros dois o corpo.
Com Silva no chão, um dos criminosos jogou um litro de álcool em seu corpo e colocou fogo. Neste momento, a vítima se levantou e começou a correr pelo canavial, mas foi perseguido e atropelado pelos seus assassinos.
Ele caiu sobre o capô do carro, bateu no vidro e segurou nos limpa-vidros. O motorista do carro brecou e quando Silva caiu, acelerou e passou por cima de seu corpo. Em seguida, deu ré e atropelou a vítima novamente.
Pensando que Silva estava morto, os criminosos foram embora, mas ele se levantou, retirou as roupas que estavam pegando fogo e caminhou dois quilometros até encontrar uma casa onde pediu socorro.
“Esse crime foi praticado de maneira absurda e hedionda, sem possibilidade de defesa nenhuma da vítima, à traição, por emboscada, a vítima foi levada por um engodo, por uma armadilha. Esse crime, sob todos os aspectos, ele é absurdo, abjeto e hediondo”, afirmou o delegado Geraldo Souza Filho, responsável pelas investigações na época.
Coma induzido
Silva foi socorrido para a Santa Casa de São Carlos e colocado em coma induzido. Segundo a mãe, Benedita Antunes, ele tinha queimaduras por todo o corpo todo, com exceção dos pés.
“A gente chegou, os médicos já estavam esperando, mas eu não consegui entrar porque eles falaram como ele estava, muito inchado, eram muitas queimaduras. Meu marido foi e não voltou. Do jeito que ele entrou, ele já saiu mal”, contou.
“Imagino a agonia dele na hora e isso machucava a gente. Ver o estado que ele ficou, o que ele teve que passar foi difícil, muito difícil.”
Benedita Antunes, mãe do motorista assassinado em São Carlos (SP)
Reprodução/TV Globo
O sobrinho de Silva, Jonathan Ferreira, disse que ao olhar para o tio pode compreender o sofrimento pelo qual ele passou.
“Foi muito pesado, não tem uma palavra pra descrever, a gente ficou horrizado. A gente fica imaginando a cena, como o meu tio foi forte de ter passado por tudo aquilo. Mas pela situação dele, acredito que se ele continuasse vivo, acabaria cometendo suicídio, quem conseguiria olhar para o espelho e ver que não é a mesma pessoa”, afirmou.
Silva não sobreviveu. Após 42 dias inernato, ele foi declarado morto pelos médicos, em 14 de maio, um um domingo, Dias das Mães.
“Dia das mães é o único dia que não existe mais pra mim. Porque não tem como. Aconteceu justo num Dia das Mães”, lamentou Benedita.
Entenda o crime
O motorista Ricardo Luís Antunes da Silva e a estudante Anelize Matteoci Loperlogo se conheceram em uma sala de bate-papo na internet, em 2006. Ele morava em São Paulo (SP) e ela em São Carlos, cidade localizada a 230 quilômetros da capital.
Ricardo viajou para o interior para conhecer Anelize. Após o encontro, a jovem alegou para a mãe que havia sido estuprada e mantida em cárcere privado por ele. Diante do relato da filha, Maria Elizabeth entrou em contato com Daniel Silva, filho de uma amiga, e o contratou para que matasse o homem. Ele chamou dois amigos, André Luiz Salvo e Leandro de Paula, para participarem e, ao final da execução, iriam receber R$ 5 mil pelo “serviço”.
Anelize armou uma emboscada, pediu que Ricardo viesse para São Carlos e, em abril daquele ano, ele foi sequestrado por três homens que o levaram para a zona rural, onde o balearam, atearam fogo em seu corpo e o atropelaram. A investigação policial apontou que o pedido para que o corpo fosse queimado partiu de Anelize.
Polícia encontrou evidência do crime em canavial
Reprodução/TV Globo
Mesmo ferido, Ricardo conseguiu caminhar até uma casa da propriedade rural, onde foi acolhido por Dagoberto Rossito, que o levou para delegacia de São Carlos. Debilitado, Ricardo conseguiu contar o que havia acontecido naquela noite. Dali, ele foi encaminhado às pressas para a Santa Casa.
A polícia descobriu que Ricardo se encontrava com Anelize, que foi ouvida. No primeiro depoimento, ela disse aos policiais que se encontrou com a vítima, passeou e se divertiu. Mas, ao chegar no hotel em que Ricardo estava hospedado, o mesmo a estuprou e a manteve em cárcere privado.
Em uma outra versão, ela disse que contratou Daniel para dar um susto em Ricardo, recuperar o documento de seu carro e suas joias que teriam ficado com o suposto agressor.
A polícia encontrou os três executores do homicídio que disseram terem sido chamados para o crime após o suposto estupro e cárcere privado.
Após as investigações, a polícia descobriu que o crime se tratava de uma emboscada preparada por mãe e filha, que planejaram tudo para que Ricardo fosse morto.
“Quem leu os autos, quem folheia esses autos, percebe que a intenção realmente, inicial, era de matá-lo, não era nada de dar susto porque era essa a intenção. Tanto é que, posteriormente, quando elas souberam que a vítima não tinha falecido, tinha sobrevivido, segundo os executores que foram ouvidos, elas entraram em pânico. Essa reação de entrar em pânico é uma reação de quem estava esperando que a vítima morresse”, declarou o delegado Geraldo Souza Filho.
A motivação do crime, segundo o delegado, foi vingança porque a vítima teria terminado um relacionamento com uma namorada em São Paulo e iniciou um relacionamento com a Anelize. Passado alguns dias, ele teria reatado o relacionamento com a namorada antiga.
Os três executores do homicídio foram a julgamento e condenados pelo júri popular. Dois receberam a pena de 13 anos de reclusão um a penas 15 anos de reclusão. As penas já foram cumpridas e eles já estão em liberdade.
Elizabeth e Anelize Matteoci foram denunciadas pelo Ministério Público de São Paulo, mas não foram levadas a julgamento porque desapareceram e estão foragidas há 17 anos. Enquanto elas estiverem escondidas, o processo judicial continua suspenso, sem julgamento marcado.
Mãe e filha acusadas de mandar matar motorista em São Carlos estão foragidas há 17 anos
Reprodução/TV Globo
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