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Mineração ameaça espécies raras e áreas com maior biodiversidade na Amazônia, diz pesquisa da UFMG

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Segundo o estudo, feito em parceria com a Universidade de Queensland, atividade está sendo realizada em região pouco conhecida, o que pode causar perda de espécies que nem foram descobertas. Operação Amazônia Viva apreendeu maquinários e embargou áreas de mineração ilegal, em 2021 (imagem ilustrativa)
Polícia Civil/Divulgação
Áreas com atividade minerária na Amazônia brasileira são mais ricas em espécies de plantas frutíferas (angiospermas) do que locais não minerados na floresta. Elas também possuem maior endemismo – espécies que ocorrem exclusivamente em uma região – de artrópodes, como insetos e aracnídeos.
Como trata-se de plantas e animais menos estudados, em uma região ainda pouco explorada pela ciência, o risco é que a mineração ameace e até leve à extinção espécies raras e, inclusive, desconhecidas.
Essas são as conclusões de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Universidade de Queensland, na Austrália, publicado na revista Diversity and Distributions. O objetivo da pesquisa é avaliar os riscos potenciais da mineração para a biodiversidade.
“O principal risco é que a exploração está sendo feita em uma região pouco conhecida – em vastas áreas da Amazônia, o conhecimento ainda é limitado. A gente está perdendo espécies que a ciência ainda nem conhece, que não foram identificadas e mapeadas”, afirmou o pesquisador Britaldo Silveira Soares Filho, professor titular da UFMG.
🌳 Para a realização do estudo, os pesquisadores compararam métricas como riqueza de espécies e endemismo, de angiospermas, artrópodes e vertebrados, entre áreas de mineração e áreas não afetadas pela atividade.
⛏Eles concluíram que impactos não mitigados da exploração minerária podem gerar consequências maiores para a história evolutiva de angiospermas e artrópodes de distribuição restrita.
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Segundo dados recuperados pela pesquisa, a mineração industrial gerou uma perda florestal de quase 12 mil quilômetros quadrados, área equivalente a do Catar, na Amazônia brasileira em dez anos, entre 2005 e 2015.
“O grande problema da mineração não é o impacto imediato, é toda a infraestrutura que vem junto com a exploração, e isso irradia por muitos quilômetros. A mineração vai fixar pessoas na região, vai ter todo um comércio para alimentação e suprimento, uma infraestrutura para processamento e transporte do minério. Essa cadeia de impactos tem que ser considerada”, disse o professor.
🌳 Os pesquisadores recomendam que estudos de impacto ambiental, necessários para a concessão de licenciamento a mineradoras, façam uma amostragem de todas as espécies da região a ser explorada e que as informações sejam disponibilizadas em bancos de dados de domínio público.
🌳 Somente dessa forma, a biodiversidade de cada local e os reais efeitos da mineração podem ser conhecidos.
“É importante o Brasil desenvolver campanhas de amostragem da biodiversidade, sobretudo em áreas remotas, porque isso vai revelar, inclusive, uma gama imensa de novas espécies”, afirmou Soares Filho.
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