Além do décimo episódio de racismo de torcedores, o que mais revoltou Vini Jr e seu entorno no último domingo foi a maneira como a situação foi conduzida pela arbitragem da partida.
O fato de ter sido expulso após reclamar das ofensas e se envolver em uma confusão com jogadores do Valência foi o que mais deixou o atacante brasileiro triste e desesperançoso.
Pessoas próximas a Vini disseram que para expulsá-lo pela confusão após as ofensas racistas o mínimo seria dar cartão vermelho também para os jogadores que o agrediram.
No lance, Hugo Duro o segura com um mata-leão, e o goleiro do Valência o ataca. Vini Jr se defende e revida com soco para trás para se desvencilhar da gravata, mas a arbitragem ignora o início do lance.
Ou seja, agressões em sequência.
Desde o fim do jogo, a profusão de comunicados oficiais por parte de autoridades do futebol e governamentais deixaram o jogador e seu estafe com a sensação de filme repetido.
As notas oficiais pedindo conscientização e enumerando medidas teóricas foram vistas como mais um capítulo do modus operandi com que o futebol europeu trata o tema do racismo.
Ao longo do dia, Vini Jr foi se recuperando aos poucos, teve apoio de familiares, agentes, membros do Real Madrid, e deixou claro que seguiria gritando contra o racismo nas redes e em campo.
O atacante não indicou ao clube a vontade de sair, por enquanto. A postura do governo brasileiro, em apoio a Vini, foi bem vista, assim como os contatos da CBF.