Quadrilha que rouba remédios contra câncer é alvo de operação da polícia; em uma das ações foi levado R$ 1 milhão em medicamento

Crimes em unidades de saúde foram gravados por câmeras de segurança. Homens seguem diretamente para salas que armazenam os itens e chegam a quebrar geladeiras para ter acesso

Criminosos em uma das ações para roubar medicamentos usados no tratamento contra câncer — Foto: Reprodução/TV Globo

A Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) realiza uma operação para prender integrantes de uma quadrilha que rouba remédios oncológicos, usados para o tratamento de câncer, de unidades de saúde. Agentes estão nas ruas, na manhã desta quarta-feira, para cumprir três mandados de prisão temporário e cinco de busca e apreensão. Um homem foi preso até o momento. Alguns criminosos foram filmados durante a ação que resultou em R$ 1 milhão em medicamentos levados.

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Segundo a polícia, o grupo conta com receptadores, uma vez que são levadas mercadorias caras e sensíveis. Os investigadores acreditam que os remédios são enviados a um comprador que já esteja em contato com a quadrilha.

Os mandados, deferidos pelo juízo da 26ª Vara Criminal Capital, são para a prisão temporária de Gabriel Paiva Domingues, Diogo Soares de Sousa Bastos e Diego Almeida de Araujo, este último foi preso em casa, na Mangueira, na Zona Norte.

Outro ponto da investigação é sobre o modo como a quadrilha age, com uso de crachás e de uniformes. A polícia apura se pessoas que trabalham ou que já prestaram serviço para a unidade estão envolvidas no esquema.

— São unidades privadas, mas, certamente, eles tiveram auxílio de funcionários ou ex-funcionários, isso está sendo objeto de investigação, já que eles tinham crachás e uniformes do hospital. Então, por isso, conseguiram uma certa facilidade para adentrar o estabelecimento sem que a vigilância tivesse desconfiado — disse o delegado do DRF, Moysés Santana, à TV Globo.

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Alguns dos crimes foram gravados por câmeras de segurança do Hospital Marcos Moraes, no Méier, na Zona Norte do Rio, alvo do grupo. Em nota, a unidade “informa que segue à disposição das autoridades para colaborar com as investigações visando ao esclarecimento e apuração dos fatos”.

Um dos crimes foi em maio do ano passado. No começo daquela manhã, um dos suspeitos aparece entrando no hospital. Ao parar em frente a uma sala onde os medicamentos são armazenados, outro homem que faria parte da quadrilha se aproxima. Os dois acessam o local, vão até a geladeira onde estão os remédios para tratamento contra o câncer. Ao encontrá-la destravada, começam a colocar os medicamentos numa mochila.

Ao notarem a aproximação de um funcionário, um dos suspeitos se aproxima para conversar para o distrair. O outro homem coloca os remédios na mochila e os dois saem. Apenas nesta ação, o crime ocasionou um prejuízo de R$ 1 milhão.

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Na tarde de 6 de novembro do ano passado, em outra ação, três homens entraram armados na unidade de saúde. Ao menos outros três ficaram do lado de fora. Mais uma vez, eles foram direto para um corredor onde ficava a geladeira com os remédios para tratamento contra câncer. Eles abordam funcionários e pegam os aparelhos celulares.

Um funcionário é obrigado a abrir a porta da sala onde está a geladeira com medicamentos. O equipamento, que precisa de um cartão codificado para ser aberto, foi quebrado com um martelo. Os medicamentos são roubados por um dos integrantes, que, mais uma vez, os coloca numa mochila. Foram levados cerca de R$ 80 mil em remédios. Os homens saem da unidade e fogem em motocicletas. Dos seis envolvidos nesta ação, três não foram identificados. Os outros são os alvos da operação policial desta quarta-feira.

Em outubro, o grupo teve uma ação frustrada. Integrantes tentaram se passar por entregadores de restaurantes. O plano, no entanto, foi desarticulado pelos vigias.