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‘Está destruindo a classe média’: greve geral na Argentina protesta contra reformas de Milei

Milhares de pessoas saíram às ruas na Argentina nesta quarta-feira (24) para fazer a primeira greve geral contra o governo do presidente Javier Milei, apenas 45 dias após sua posse.

O país, que já estava abalado por uma inflação anual recorde de 211%, viu as drásticas medidas do novo presidente, líder do partido La Libertad Avanza, piorarem ainda mais o poder de compra da população.

Greve geral na Argentina levou milhares de pessoas às ruas nesta quarta-feira (24) – Foto: AFP

O argentino Cesar Simon Cortez, técnico de audiovisual, falou diretamente da capital Buenos Aires sobre a manifestação. Ele disse que a greve reuniu tantos pessoas porque há muitos eleitores arrependidos de Milei, que foram enganados por uma “mentira eleitoral”.

“Milei disse uma coisa e fez outra. Ele prometeu combater a inflação e a evasão fiscal das grandes corporações, mas agora sobrecarrega as classes mais baixas com impostos e retenções salariais. Ele está destruindo a classe média”, afirmou César.

Cesar Simon Cortez, no centro da foto, protesta na Avenida 9 de Julho – Foto: Cesar Simon Cortez

A greve geral foi oficialmente convocada pela maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), de orientação peronista, com o apoio da Confederação dos Trabalhadores Argentinos (CTA), a segunda maior do país.

Além das organizações sindicais, a greve também é apoiada pelas Mães e Avós da Praça de Maio — grupo formado por mulheres que tiveram seus filhos assassinados ou desaparecidos durante a ditadura militar do país, entre 1976 e 1983.

Diversos grupos e instituições se uniram para ir às ruas da Argentina – Foto: AFP

“Essa manifestação é tão grande que reuniu muitas forças distintas da sociedade, que foram afetadas pelo DNU [Decreto Nacional de Urgência] de Milei. Há muita insatisfação porque o governo quer tirar o financiamento de vários setores e privatizar tudo”, afirmou César.

DNU de Milei está no centro dos protestos do povo argentino – Foto: Cesar Simon Cortez

Decreto Nacional de Urgência na Argentina

O DNU afetou profundamente diversos setores da sociedade. Composto por 366 artigos, o decreto introduziu rapidamente grandes mudanças na legislação trabalhista.

Entre elas, a exigência de uma cobertura mínima de 75% em serviços essenciais, a possibilidade de demissões por justa causa durante greves que, junto com a dolarização da economia, reduziu drasticamente o poder de compra dos trabalhadores.

Devido a esta queda drástica no poder de compra, o argentino viu em dezembro o consumo cair 13,7%, e a produção nas pequenas indústrias, 26,9%, segundo dados da Câmara Empresarial CAME.

Todo esse contexto gerou uma situação desconfortável para a classe média e baixa. Cesar destacou a importância da mobilização para demonstrar a grande insatisfação da população com as políticas do governo.

Manifestação na Argentina ocorre a menos de dois meses – Foto: Cesar Simon Cortez

“Queremos mostrar que mais da metade da população não está de acordo com suas medidas. Além de parar um dia o país, e fazer as corporações sentirem no bolso. Queremos mostrar que a rua é da gente e que as políticas não estariam sendo benéficas para o país inteiro”.

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