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Autora de versão feminista de ‘Mulheres’ diz que música pode ser banida do streaming: ‘Censura’

Doralyce: a cantora usou suas redes para falar da ameaça de sua versão para 'Mulheres' ser banida do streaming

Doralyce: a cantora usou suas redes para falar da ameaça de sua versão para ‘Mulheres’ ser banida do streaming Divulgação

Sucesso na voz de Martinho da Vila, o samba “Mulheres” ganhou, em 2018, um versão a partir da ótica feminina, com letra de Doralyce e Silvia Duffrayer. A resposta empoderada ao samba composto por Toninho Geraes (“Nós somos mulheres de todas as cores/ De várias idades, de muitos amores/Lembro de Dandara, mulher foda que eu sei/ De Elza Soares, mulher fora da lei”) passou a ser cantado no lugar da canção original, em rodas como o Samba Que Elas Querem, da qual Silvia faz parte.

Mas uma disputa que começou por direitos autorais ameaça banir a versão das plataformas digitais. Em suas redes sociais, Doralyce informou que a música (cujos direitos já são repassados a Geraes desde o ano passado) pode ser retirada do streaming, por ordem do compositor e de sua editora, a Universal.

Em seu post, Doralyce fala do orgulho de ouvir a versão da música como um “um hino proferido em tantas manifestações e rodas de samba” : “Mulheres protagonistas de suas narrativas, contam suas histórias, e saem do lugar de objeto de análise para falarem como se sentem num mundo que oprime, mata e silencia mulheres”. Em seguida, ela fala da censura da qual se sente vítima: “Digo censura, porque no ano passado fui coagida a assinar um Contrato de Cessão de Direitos Autorais que me fazia abrir mão dos direitos de minha propriedade intelectual, com a ameaça de não poder mais cantar a música. E agora, eles decidem tirar as músicas das plataformas os nossos lançamentos pela Show Livre”.

Por fim, a cantora apela ao autor e à editora: “A gente é a parte fraca dessa relação, a gente deu todos os direitos pra vocês, todo dinheiro vai pra vocês, agora, tirar da gente o direito de cantar nossa versão é uma violência imensurável nessa sociedade machista. Aprendi com Alcione que a gente não pode deixar o samba morrer! A gente vai continuar lutando pra mulher ter vez no Samba!”.

Nos comentários, Geraes dá sua versão para a retirada da versão de “Mulheres” do setreaming: “Não se trata de censura, a versão foi lançada sem autorização prévia e foi retirada das plataformas por isso. Obra intelectual tem dono, todo o meu respeito ao movimento de vocês, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra”.

O comentário do sambista resultou em uma avalanche de respostas indignadas, muitas delas acusando o autor de machismo. Os questionamentos vieram inclusive de outros sambistas, como Teresa Cristina, que retrucou: “E vai impedir as mulheres de cantarem na rua? Na plateia? Como faz? Prende todo mundo?”. Ao que Geraes respondeu: “Nas ruas estão liberadas, inclusive liberei pro YouTube (poderia ter retirado também), mas não houve nenhum pedido de autorização prévia para o lançamento da versão nas plataformas”, o que gerou outras críticas.

Processo contra Adele

 

Em 2021, a mesma compsoição fez Toninho Geraes processar a estrela inglesa Adele, alegando que “Million years ago”, lançada em 2015, copia boa parte da melodia do samba gravado em 1995. Na ação, o advogado do compositor, Fredímio Biasotto Trotta, contabilizou 88 compassos idênticos aos de “Mulheres”, similares ou com pequenas variações entre as duas canções, além de trechos da introdução, refrão e o final da música. Também entraram no processo 40 depoimentos colhidos como “teste do observador comum”, para demonstrar que até um leigo em música conseguiria perceber o plágio em questão.

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