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A trajetória de Gibão, de menino pobre do Morro do Mocotó a empresário de sucesso

Menino negro, do Morro do Mocotó, em Florianópolis, cresceu subindo em árvore, brincando com bolinha de gude, peão, pipa, de pega-pega, esconde-esconde e, depois, se aventurou e competiu no bicicross. Cuidador de carros, vendedor de picolé, serviu à aeronáutica, trabalhou com informática e fez praticamente tudo na escola de samba da comunidade, Protegidos da Princesa. Office boy, modelo e, depois, assessor de um dos meninos da cidade que virou joia no futebol.

Na porta de casa, em Santo Antônio de Lisboa, Gibão curte momentos com Drake e Olaf – Foto: DIVULGAÇÃO/ND

Repentinamente, estava fazendo o mesmo por ninguém mais, ninguém menos do que Ronaldinho Gaúcho. Com tudo que acumulou, o menino de origem pobre virou empresário de sucesso, hoje sócio de um beach club de Jurerê Internacional. Perto dos 50 anos, parou de recusar os convites para a política. É a exceção. Uma trajetória vitoriosa e o protagonista é Sérgio Ricardo Fraga Costa, o Gibão.

“O apelido veio da tia Tila [Erotildes Antonio Pires Fraga], figura folclórica da comunidade, costureira. Ela colocou esse apelido quando eu tinha quase 3 anos. Era Jangibão, mas uma prima [Regiane Fraga], não sabia pronunciar e falava Gibão”, conta.

Modelo

Depois da infância simples, o rapaz humilde virou modelo. Alto, magro, boa pinta, nunca passou despercebido e, certo dia, na fila do banco, foi descoberto por uma agência. Em São Paulo, se habituou às viagens, aos grandes deslocamentos e desafios dos aeroportos. Com a experiência, foi desafiado a exercer a função profissional que, para ele, foi a mudança de chave: assessor de jogador de futebol.

Gibão se arriscou como modelo – Foto: DIVULGAÇÃO/ND

“Recebi o convite do Eduardo Costa [ex-jogador de futebol], irmão de um amigo de infância, o Evandro. Ele [Eduardo Costa] se destacou, foi para o Grêmio. Depois foi para a Taça São Paulo, o Grêmio chegou na semifinal e ele foi para o mundial sub-17, campeão com a seleção brasileira. Quando voltou, subiu para o profissional”, lembra Gibão.

Ligação com o futebol

Sem pretensão, mas para auxiliar o irmão mais novo de um amigo, iniciou sua ligação com o futebol: “Fui privilegiado, porque não sei dar um passe, mas meus amigos eram todos do futebol”, brinca.

“E o Eduardo, quando subiu para o profissional do Grêmio ganhou a Copa do Brasil, continuou se destacando e foi vendido para o Bordeaux, mas não tinha experiência de viajar e disse: ‘Só vou se tu for’. Fui como assessor”, conta. “O Evandro disse: ‘cuida do meu irmão lá’, então, fui com essa responsabilidade”, completa.O único empecilho era o idioma, mas isso também foi superado. “Tivemos alguns perrengues, mas faz parte da história. Foi uma experiência muito bacana, no sudoeste da França, cidade do vinho”, explica Gibão.

Amigo do bruxo

Depois da experiência com Eduardo Costa, Gibão foi convidado a trabalhar com Ronaldinho Gaúcho.

“Éramos muito próximos. Ele saía comigo, dormia lá em casa, eu o levava para o treino no dia seguinte.”

A certa altura, o amigo virou cunhado. Gibão namorou e casou com Deisi, com quem teve duas gêmeas, hoje com 12 anos. Em casa, em Santo Antônio de Lisboa, Gibão tem um mini-museu com peças da carreira do bruxo: com chuteiras, camisas e até o celular que o brasileiro atendeu a ligação da Fifa com o anúncio de que ele foi escolhido o melhor do mundo.

Ronaldinho Gaúcho recebeu lugar especial na casa – Foto: DIVULGAÇÃO/ND

Paixões

No futebol, Avaí, mas um carinho pelo Figueirense. Na música, pagode, reggae, sertanejo. Na prateleira de discos, Exaltasamba, Revelação, Seu Jorge, Tim Maia, Michael Jackson, João Nogueira, Pixote, Cássia Eller, Ivete Sangalo, Zeca Pagodinho e uma foto com o bruxo e o rapper Snoop Dogg. Entre as escolas de samba, Protegidos da Princesa, mas admiração por Consulado, Copa Lord, Coloninha e União da Ilha da Magia. Carnaval, para ele, é um tempo diferente.

“A escola que nasceu na minha comunidade. Minha mãe era chefe das baianas, fazia fantasias dentro de casa. Minha tia também tinha uma ala e eu ali, desde pequenininho, ajudava. Passei todos os estágios, só não fui mestre-sala, porque para dançar sou mais tímido”, comenta.

De olho no Futuro

Hoje, Gibão é um poliglota. Fala italiano, espanhol, francês e se arrisca no grego. Sócio do Ammo Beach, entrou no ramo a fim de espalhar Ammos pelo Brasil e até na Grécia. “Filho de mãe solteira”, que morreu logo que ele chegou à Europa, teve pouco contato com o pai, comandante da Marinha que se separou da família quando Gibão tinha 4 anos. Olhando para trás, o empresário, que hoje mora na Capital, trabalha no governo do Estado e pensa em dias melhores para a cidade onde nasceu, cresceu e ama.

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