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Morre Tina Turner, cantora considerada a maior diva do rock’n’roll, aos 83 anos

Morte da artista americana foi confirmada por seu assessor nesta quarta-feira, sem causa divulgada

Tina Turner no palco em Nova York, em agosto de 1987. Foto faz parte da exposição da cantora no MIS, em SP

Tina Turner no palco em Nova York, em agosto de 1987. Foto faz parte da exposição da cantora no MIS, em SP – MIS

Morreu nesta quarta-feira, dia 24, a cantora Tina Turner, aos 83 anos. A morte foi confirmada por um assessor da cantora. A cantora morreu em casa, na Suíça, depois de enfrentar uma doença ainda não especificada. Não se sabe a causa da morte.

“Tina Turner, a Rainha do rock’n’roll, morreu pacificamente hoje aos 83 anos depois de uma longa doença em sua casa em Kusnacht, próximo a Zurique, na Suíça. O mundo perde uma lenda da música”, diz o comunicado emitido por um representante da cantora.

Turner ficou famosa nos anos 1960, como vocalista da banda Ike & Tina Turner Revue, quando ganhou a alcunha de rainha do rock. Ela depois saiu em carreira solo e se tornou um dos grandes nomes da música pop no mundo nos anos 1980.

Voz de hits como “What’s Love Got To Do With it” e “Proud Mary”, ela vendeu mais de 180 milhões de álbuns ao redor do mundo. Turner também ganhou 12 prêmios Grammy ao longo dos anos.

Turner nasceu Anna Mae Bullock, em Brownsville, no Tenessee, nos Estados Unidos, em novembro de 1939. Abandonada pelo pai, junto com a irmã Alline, foi morar com a avó depois.
Na infância, cantou na igreja da cidade onde morava, e com 17 anos passou a integrar a banda Kings of Rhythm, de Ike Turner, , que já fazia sucesso por conta própria, e com quem ela veio a se casar em 1962. Com o marido, a cantora formou uma das parcerias seminais do rock americano, que ainda vivia seus primórdios nos anos 1950.

Em 1960, eles gravaram “A Fool in Love”, música que marcou a chegada triunfal de Turner ao centro da banda de Ike —antes, ela se apresentava com o nome artístico de Little Ann. A estética ainda era muito ligada ao R&B e ao blues, mas a performance da cantora já era agressiva, com gritos e vocais rasgados.

Nos anos 1960 e 1970, a banda Ike & Tina Turner Revue ficou conhecida pelos hits de soul e rock, pelas baladas românticas e pelas performances incendiárias em cima do palco. Os álbuns “River Deep-Mountain High”, de 1966, com a faixa-título, e “Workin’ Together”, de 1970, com “Proud Mary”, cover de Creedence Clearwater Revival, foram os maiores sucessos da trajetória do casal.
Para “River Deep-Mountain High”, Ike e Tina contaram com a produção de Phil Spector, que atingiu na faixa o ápice de sua produção no estilo “parede de som”. A música é um marco pela composição, interpretação e também pela técnica de gravação, que empilha camadas de harmonia e instrumentos diferentes.

Mas o casamento de Tina e Ike foi marcado por violência e controle desde o princípio. O músico deu a ela o nome artístico, o qual registrou como uma marca de sua propriedade. Caso a cantora deixasse a banda, ele poderia substituí-la e usar o nome.

Na autobiografia “Eu, Tina: A História de Minha Vida”, de 1986, Turner falou sobre os abusos físicos e psicológicos que o marido praticava sobre ela. O livro, aliás, foi transformado em filme em 1993, com Angela Bassett no papel principal.

Além de bater na cantora, Ike tinha o costume de traí-la com outras mulheres, praticar sexo violento e não consensual e de obrigá-la a cantar mesmo que a artista não estivesse se sentindo bem.

No livro “Minha História de Amor”, de 2018, Turner narra como Ike a fez mudar o nome artístico. “Primeiro, ele era verbalmente abusivo. Depois, pegou um pedaço de madeira. Ike sabia o que estava fazendo. Se você toca guitarra, você nunca usa seus punhos numa briga. Ele usava a madeira para me bater na cabeça —sempre na cabeça.”

Em 1968, ela chegou a tomar 50 pílulas de remédio para dormir, numa tentativa de suicídio em que chegou a ser hospitalizada. Na biografia, a cantora conta que Ike “usou meu nariz como saco de pancada tantas vezes que eu conseguia sentir o sangue correndo pela garganta quando cantava”.

Na década de 1970, a banda do casal era uma grande vendedora de discos, tendo colecionado prêmios no Grammy e reconhecimento no mundo do rock, gênero do qual Turner se tornou uma de suas grandes intérpretes. Em 1975, eles lançaram seu último single juntos, “Baby, Get it On”.

No mesmo ano, Turner interpretou uma das personagens mais marcantes do filme “Tommy”, adaptação para as telonas da ópera rock do The Who. O nome dela no longa, Acid Queen, foi reaproveitado em seu segundo álbum solo, sua empreitada mais bem-sucedida sem Ike nos anos 1970.

Em 1976, Turner enfim deixou Ike, em divórcio que só foi definitivamente concluído em 1978. A cantora saiu do processo com pelo menos o direito de usar seu nome artístico, além de dois carros, depois de abrir mão de grande parte do dinheiro a que tinha direito.

Turner teve que voltar a se apresentar em espaços pequenos para conseguir dinheiro, enquanto tinha dificuldades em fazer sua carreira solo decolar. Em 1981, Rod Stweart gravou com ela a música “Hot Legs”, e no mesmo ano os Rolling Stones a chamaram para abrir três shows da turnê “Tattoo You” nos Estados Unidos —algo que os britânicos já tinham feito nos anos 1960, quando ela ainda estava com Ike, e voltaram a fazer nas décadas seguintes.

Após quatro álbuns solo sem tanto destaque, Turner renasceu no mundo artístico em 1984 —agora não como uma intérprete feroz de rock, mas como uma artista pop cheia de atitude. O disco “Private Dancer”, símbolo da música daquela década, rendeu vários sucessos para a cantora, como a faixa-título, “What’s Love Got To Do With it” e a regravação de “Let’s Stay Together”, de Al Green, entre outros.

Sob essa persona pop, Turner fez um dos shows mais assistidos da história da música, quando tocou para mais de 180 mil pessoas no Maracanã, no Rio de Janeiro, em 1988. Ela continuou gravando álbuns até o ano de 2000, quando anunciou sua aposentadoria, após lançar o disco “Twenty Four Seven”, seu derradeiro.

Nessa época, Tina Turner ainda participou de “Mad Max –Além da Cúpula do Trovão”, terceiro filme da série dirigido por George Miller e lançado em 1985. Ela viveu a vilã Titia Entity, que lutava com Master, papel de Angelo Rossito, pelo controle da cidade de Barterdown.

Em 1993, ela fez uma aparição especial em “O Último Grande Herói”, como prefeita de Los Angeles no filme de John Mctiernan e estrelado por Arnold Schwarzenegger. Também fez sucesso com a música “Golden Eye”, tema do filme “007 Contra Golden Eye”, de 1995.

Turner passou as últimas décadas de vida morando na Suíça com o marido, o executivo da indústria da música e alemão Erwin Bach, com quem se casou em 2013 depois de 27 anos juntos. Ela só saiu da aposentadoria para cantar com Beyoncé no Grammy de 2008 e para uma turnê de despedida no mesmo ano.

Ela foi incorporada ao Hall da Fama do Rock and Roll, nos Estados Unidos, duas vezes —uma como artista solo e outra como cantora da Ike and Tina Turner. Sua trajetória também rendeu um musical, em 2018, que vendeu um prêmio Tony.

Seus dois filhos, Ronnie e Michael Turner, morreram ao longo dos últimos cinco anos. Ela deixa o marido, Bach, e dois filhos de Ike que adotou, Raymond Craig Turner e Ike Turner Jr.

Em maio, a cantora virou tema de uma exposição no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. A mostra reúne retratos de Turner batendo o cabelo feitas por fotógrafos emblemáticos como Bob Gruen, Ian Dickson e Lynn Goldsmith.

Lynn disse à Folha que o maior legado da cantora é ter se reinventado aos olhos do público. “É ter sofrido nas mãos de outras pessoas como ela sofreu e não perder seu senso de si, voltar e se colocar no mundo como performer, mãe e mulher.”

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