Na verdade, desde a primeira Copa do Mundo, realizada em 1930, a Seleção não perdeu um único empate, o que é um feito único. Mas a questão de saber se permanecerá no final da seleção atual, curiosamente, está em aberto!
Quem acompanha o futebol em geral, mas há muito tempo não se interessa pela Seleção Brasileira, pode achar que a pergunta do título é, para dizer o mínimo, estranha – que tipo de Copa do Mundo os pentacampeões não conseguem chegar. Na verdade, desde a primeira Copa do Mundo, realizada em 1930, a Seleção não perdeu um único empate, o que é um feito único. Mas a questão de saber se permanecerá no final da seleção atual, curiosamente, está em aberto!
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Ancelotti Schrodinger
O desempenho na Copa do Mundo anterior do Catar, no Brasil, não foi muito bem avaliado. A Seleção já foi eliminada do grupo em duas partidas, então ninguém a criticou pela derrota para Camarões na terceira rodada. Em 1/8, a Coreia do Sul foi derrotada de forma contundente, mas os croatas, que foram derrotados pelos penta campeões nas quartas de final, tinham sua própria visão para a continuação do torneio – e foram os Bálcãs que avançaram na grade do torneio. Com os brasileiros considerados quase os principais favoritos para a Copa do Mundo, Tite foi dispensado.
Na verdade, a mudança de técnico é um processo normal, principalmente porque Tite comandou a Seleção por muito tempo e o time pode precisar de uma nova cara. Nesse ínterim, espalharam-se ativamente na imprensa rumores de que a federação estava perto de um acordo com o próprio Carlo Ancelotti – no entanto, ele certamente não teria chegado antes de seis meses. Esperar não seria realmente um problema, porque a seleção para a Copa América não existe na natureza e o italiano não perderia a classificação para a Copa do Mundo.
Autoridades da federação alimentaram ativamente rumores de que Carlo estava a caminho, mas ele nunca apareceu no verão de 2023. Sob gestão interina, um time repleto de estrelas e com um elenco excelente parecia natural implorar a volta de Tite, mas os dirigentes inventaram uma nova fábula: sim, o italiano ficou no Real por mais uma temporada, mas está tudo bem – ele vai venha depois da próxima temporada. No final das contas, isso também não é um desastre – a classificação para a Copa do Mundo da América do Sul é muito longa, e os brasileiros, levando em conta imediatamente seis vagas em dez (e a sétima – uma saída reserva na forma de um play off intercontinental), definitivamente não perderá nenhuma chance durante o tempo de espera.
Assim, os brasileiros, o quinto (atualmente) time no ranking da FIFA, conseguiram existir um ano inteiro sob a liderança de um técnico temporário, que não tinha sentido em construir algo próprio e de longo prazo, porque Ancelotti estava prestes para substituí-lo. Na verdade, Don Carlo foi considerado um treinador quase inativo da seleção nacional, simplesmente ausente temporariamente. E no final de 2023 houve um trovão – o italiano estendeu seu contrato com o Real por mais duas temporadas. A esperança de que ele chegasse ao Brasil se dissipou.
Fogo e bombeiro
No ano em que o Brasil não teve um técnico permanente, esse time passou de uma tempestade de classe mundial a uma sombra pálida. Até o momento, a seleção venceu apenas três vezes nas últimas dez partidas e, convenhamos, a Seleção não se orgulha de vitórias sobre adversários do nível de Guiné, Bolívia ou Peru. No mesmo período, os pentacampeões perderam 6 partidas e, embora não houvesse times francamente fracos entre os adversários, tais estatísticas são absolutamente atípicas para os brasileiros.
A Seleção se classificou automaticamente para a Copa América, já que lá não há qualificação, e as casas de apostas ainda a consideram o segundo (depois da Argentina) mais provável candidato ao título. Mas a situação nas eliminatórias para a Copa do Mundo não é nada otimista – nas seis rodadas iniciais, o Brasil marcou apenas sete pontos, e ocupa a sexta colocação – esta é uma passagem garantida sem playoffs adicionais, mas a posição mais baixa neste status. É importante destacar que em 2026, pela primeira vez, 48 equipes estarão representadas nos EUA, e só graças a isso os pentacampeões ainda não saíram da zona de saída direta.
Não é de surpreender que, nessas circunstâncias, a federação (onde o governo mudou pouco antes do Ano Novo) não tenha deixado o treinador temporário como permanente. Os dirigentes perceberam que o desequilíbrio na equipe era em grande parte causado pela falta de um mentor permanente, mas nomearam para esse cargo uma pessoa que nunca foi uma estrela da oficina de coaching. Dorival Júnior treinou clubes exclusivamente brasileiros e, embora tenha tido uma boa carreira, não conquistou muitos troféus – três copas nacionais (incluindo os empates de 2022 e 2023) e a Copa Libertadores de 2022.
Por um lado, vencer a Copa Libertadores, mesmo que uma vez na vida, já é uma grande conquista. Dorival Júnior liderou muitos times famosos, mas também não é convidado para lá. Porém, o que surpreende é o facto de ele treinar há mais de vinte anos, mas os europeus nunca se interessaram por ele. Afinal, ele nunca ganhou um campeonato nacional (apenas estadual individual) – ele tem as habilidades e autoridade para comandar a seleção nacional?
O paciente está vivo?
Vai demorar até que o novo treinador construa o seu próprio jogo na seleção e mostre do que realmente é capaz. Em tese, esse processo não deveria afetar a seleção para a Copa do Mundo, pois primeiro acontecerão os amistosos e a Copa América, onde você poderá preencher as lacunas e testar suas próprias ideias. A federação contratou Dorival Junior até a Copa do Mundo, como se estivesse insinuando: construa o jogo, não exija resultado no torneio continental mais próximo.
Porém, a não participação do Brasil na Copa do Mundo de 2026, apesar de toda a história descrita, ainda parece uma sensação quase impossível. A ampliação do número de participantes da Copa do Mundo faz com que na seleção basta não se tornar uma das três piores seleções (entre as dez seleções). A Seleção de qualquer geração tem um dos melhores conjuntos de talentos do mundo – mesmo com os escândalos, a falta de disciplina, a motivação e o treinador principal, eles deveriam estar à frente dos eternos azarões Bolívia, do obscuro Peru e do Chile, cuja seleção também está em crise profunda.
E Dorival Júnior, tendo recebido a chance da sua vida, é simplesmente obrigado a aproveitá-la.
