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Santa Catarina vive alta nos casos de violência contra a mulher nos primeiros meses de 2024

O mês de março é marcado pela história da luta das mulheres por mais direitos, segurança e equidade. A busca por melhorias passa de geração em geração, mas o fim da violência de gênero ainda parece estar distante. Em Santa Catarina, nos primeiros meses de 2024, foi registrado um aumento nos casos de tentativas de feminicídio comparado ao mesmo período do ano anterior.

Santa Catarina vive alta nos casos de violência contra a mulher nos primeiros meses de 2024

Conforme dados da Gerência de Estatística e Análise Crimina da Polícia Civil de Santa Catarina, o estado registrou 12 feminicídios do dia 1 de janeiro até o dia 4 de março deste ano.

Já em relação à tentativas contra a vida das mulheres, houve um aumento significativo. Em 2024, foram registrados 44 casos, 17 a mais que o ano passado

Número de casos de feminicídio em 2023 e 2024 - SSP/Reprodução ND

Relembre os feminicídios que marcaram o início de 2024 no Vale do Itajaí

Nos três primeiros meses de 2024, a cidade de Blumenau, no Vale do Itajaí, registrou dois feminicídios.

O primeiro caso aconteceu na segunda semana de janeiro, quando Ione Maria dos Santos, de 36 anos, foi morta pelo companheiro com golpes de tijolo após uma discussão por ciúmes.

O crime aconteceu no dia 14, em um condomínio no bairro Salto do Norte. Ione era natural de Campo Bonito, no Paraná, e trabalhava como zeladora no próprio condomínio e em uma facção da região.

Uma amiga relatou à reportagem na época dos fatos que o casal estava junto há sete anos e não tinha filhos. “Uma pessoa maravilhosa”.

Ione Maria dos Santos tinha 36 anos – Foto: Redes Sociais/Reprodução/NDIone Maria dos Santos tinha 36 anos – Foto: Redes Sociais/Reprodução

Mulher foi morta na frente dos filhos em Blumenau

O segundo caso aconteceu no dia 4 de março, na Rua Emílio Alcântara Vianna, no bairro Velha Grande, poucos dias antes do Dia Internacional da Mulher.

Eveline Schmitz, de 37 anos, também teve a vida tirada pelo companheiro. Mãe de dois filhos pequenos, a vítima foi assassinada na frente das crianças.

Eveline foi encontrada morta no chão de casa, com ferimentos de faca na região do pescoço. A Polícia Militar foi acionada pelos vizinhos, que escutaram os gritos da mulher e de seus filhos.

Eveline Schmitz, de 37 anos, foi morta pelo companheiro no início de março – Foto: Redes Sociais/Reprodução/NDEveline Schmitz, de 37 anos, foi morta pelo companheiro no início de março – Foto: Redes Sociais/Reproduçã

Mulher é encontrada morta dentro de casa e polícia investiga feminicídio

No dia 11 de março, a jovem Fernanda Aline Reinard, de 25 anos, foi encontrada morta dentro da própria casa na Rua Henrique Griebel, no bairro Itoupava Central, em Blumenau.

Fernanda era estudante de engenharia de produção e trabalhava em uma empresa que fabrica niveladores. Ela havia se mudado no dia 9 de março, sendo morta na madrugada do dia 10.

A vítima não apareceu no trabalho e um colega foi à residência e encontrou o corpo da jovem. A Polícia Civil investiga o caso e apura a suspeita de feminicídio.

Fernanda Aline Reinard, de 25 anos, foi encontrada morta dentro da própria casa – Foto: Divulgação/Reprodução/NDFernanda Aline Reinard, de 25 anos, foi encontrada morta dentro da própria casa – Foto: Divulgação/Reprodução/ND

Mulher é morta pelo ex-genro com golpes de facão em Gaspar

Na tarde do dia 4 de março, Osmarina Zuchi Teiss, de 80 anos, foi morta pelo ex-genro com golpes de facão. Ela e a filha, de 60 anos, foram atacadas pelo homem dentro de casa, na Rua David Bonetti, no bairro Alto Gasparinho.

Osmarina era muito conhecida na comunidade e deixou sete filhos, quatro noras, dois genros, 14 netos e sete bisnetos. Em janeiro deste ano, a filha da vítima havia solicitado uma medida protetiva contra o ex-marido.

O homem invadiu a casa das vítimas enquanto elas dormiam e as atacou com golpes de facão. As duas foram socorridas e encaminhadas ao hospital, mas Osmarina não resistiu e veio a falecer na unidade.

Osmarina Zuchi Theiss foi morta aos 80 anos – Foto: Divulgação/Reprodução/NDOsmarina Zuchi Theiss foi morta aos 80 anos – Foto: Divulgação/Reprodução/ND

Cidade do Alto Vale também registrou caso de feminicídio

A pequena cidade de Dona Emma, no Alto Vale do Itajaí, também registrou um caso de feminicídio no início de 2024. A vítima, Nice Bertoldi, de 43 anos, foi assassinada pelo próprio companheiro dentro de sua casa no dia 12 de fevereiro.

Logo após cometer o crime, o homem ligou para o irmão, confessou o assassinato e fugiu da polícia, roubando o carro do casal. Ele foi preso uma semana depois, após uma perseguição policial na BR-470.

Nice foi encontrada nua, com um tiro na nuca, dentro de seu banheiro. Na internet, uma amiga descreveu a perda: “Sem palavras para dizer. Que dor estou sentindo, minha amiga”, escreveu.

Nice Bertoldi, de 43 ano foi assassinada pelo próprio companheiro – Foto: Reprodução/Facebook/NDNice Bertoldi, de 43 ano foi assassinada pelo próprio companheiro – Foto: Reprodução/Facebook

Violência contra a mulher marcou os primeiros meses de 2024 em SC

Conforme dados da Gerência de Estatística e Análise Crimina da Polícia Civil de Santa Catarina, o número de tentativas de feminicídio aumentaram nos três primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2023.

Joinville e Blumenau são as cidades com o maior número de feminicídios registrados até o dia 4 de março, com dois casos cada. Em relação às tentativas do crime, as cidades de Criciúma e Itajaí possuem o maior número de registros apurados até o início do mês, com cinco casos cada, seguidas de Navegantes (4) e São Bento do Sul (3).

O mês de março é conhecido por lembrar e destacar a luta das mulheres através dos anos. O período também é uma reflexão da violência sofrida por elas diariamente.

Conforme o Observatório da Violência contra a Mulher em Santa Catarina, mais de 28 medidas protetivas foram solicitadas por mulheres em 2023. Neste ano, entre os meses de janeiro e fevereiro, 5.713 medidas protetivas já foram registradas. .

Formas de pedir ajuda

Sinal Vermelho

Há quatro anos, o Conselho Nacional de Justiça e a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) lançaram a Campanha Sinal Vermelho contra a violência doméstica.

O código foi criado para que as mulheres possam pedir ajuda de forma silenciosa e discreta. Basta desenhar um X em vermelho na palma da mão e mostrar para um atendente de algum estabelecimento, e a polícia será acionada.

O sinal, citado em lei, possibilita que a vítima faça isso em todos os lugares, até mesmo pela janela do carro.

Campanha Sinal Vermelho – Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília/Divulgação/NDCampanha Sinal Vermelho – Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília/Divulgação

Sinal de ajuda

Conhecido como #SignalForHelp (sinal por ajuda, em português), o simples gesto criado pelo Canadian Women’s Foundation tem o propósito de indicar que a mulher não está em uma situação segura.

Ele é feito da seguinte forma: com a mão aberta e os dedos juntos, leve o dedão ao centro da palma e abaixe os outros dedos por cima.

Peça uma pizza

Agora, nas situações em que a vítima está em perigo, como aquelas em que ela está no mesmo ambiente do agressor e não tem como pedir ajuda, usar o telefone ou celular para pedir uma pizza funciona.

Os operadores dos canais de emergência, como o 190, já são treinados para avaliar esse tipo de situação.

Canais oficiais

Por telefone

O canal oficial para denunciar violência contra a mulher é o 180, mas este é aconselhado para momentos em que não há urgência.

Por exemplo, nos casos em que a mulher vive essa situação no dia a dia, mas não tem uma briga acontecendo naquele exato momento, é possível ligar e fazer uma denúncia anonimamente. Para casos emergenciais em que a ação precisa ser imediata, ligue 190.

Pela internet

A denúncia pode ser feita de duas formas: uma delas é pelo Telegram. Basta digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a Central de Atendimento à Mulher.

A outra forma é fazer um boletim de ocorrência por meio do site Delegacia Virtual de Santa Catarina. O boletim deve ser preenchido com o máximo de detalhes possíveis. Em até 48 horas a polícia averigua a situação e encaminha para o Juizado de Violência Doméstica.

Pessoalmente

Se nenhuma das opções anteriores for viável, é possível ir à delegacia mais próxima, preferencialmente uma DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), onde os profissionais são especializados na área, e fazer a denúncia.

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