O celular do coronel Mauro Cid, que está em posse da Polícia Federal, ganhou um apelido do clã Bolsonaro: “porta de entrada do governo”. Isso porque todos os interlocutores que buscavam reuniões com o então presidente ou que Jair Bolsonaro queria conversar usavam o militar como ponte.
Integrantes da família não escondem a irritação com o fato de o ex-ajudante de ordens não ter apresentado o mesmo cuidado com seu telefone que o ex-presidente e seus filhos costumam ter, como apagar as mensagens que enviam, trocar constantemente de telefone e não salvar informações em nuvens de dados.
O relatório da PF com as provas de que Cid operou um esquema de fraude de certificados de vacina é visto pelo clã Bolsonaro como a comprovação de que ele preservou o conteúdo do celular, dando aos investigadores acesso a informações valiosas do governo anterior.
O próprio ex-ajudante de ordens repetiu a diferentes interlocutores, às vésperas de sua prisão, que não trocou de celular e manteve as mensagens que recebeu em seu aparelho pessoal.