Acordem! Temos muito a tratar durante esta semana, mas eu começo pelo estrondo causado pelo novo trabalho da banda Dirty Grills, de Floripa.
Trata-se do EP que saiu na sexta-feira (19) e traz no nome da banda no título. Eu pude me deleitar no final de semana e fiquei muito feliz e entusiasmado. Tenho também uma segunda dica preciosa, que também outro lançamento prefixo “048”, o EP “II”, da banda Stoya, do Sul da Ilha.
Capa de “Dirty Grills”, novo EP da banda homônima de Floripa e que promete muito barulho – Foto: Dirty Grilss
“Dirty Grills” está na íntegra em plataformas como Spotify e YouTube com suas cinco incendiárias faixas, como as já conhecidas “Chernoboy” (cujo clipe foi lançado na semana passada) e “Gosto de ter os pés no chão enquanto ninguém está pisando” (single lançado mês passado).
Foi gravado e produzido durante o ano passado em São Paulo, no estúdio e selo Aurora, que também está encarregado da distribuição deste presente explosivo. A produção é de O Miotto. O resultado é aquilo que temos visto de melhor acompanhando o duo Jéssica Gonçalves (guitarra e voz) Mariel Maciel nos palcos de Floripa: rock visceral, acelerado, vibrante e autêntico.
Está aí uma das boas experiências deste novo EP: ele traz a essência da dupla e a potencializa para reverberar a “gana” das garotas em expor e esconjurar questões urgente que estão engasgadas na garganta de muita gente, como machismo, misoginia, fascismo e a distopia da desinformação.
O que essas duas garotas estão fazendo no cenário do rock alternativo, ou “underground”, em Floripa e também no país em tão pouco tempo (a banda surge em 2021) é bem relevante – especialmente na seara do gênero feminino.
Aliás, você já parou para perceber quantas interessantes e boas surgiram durante o ocaso da pandemia? Só da Grande Floripa temos, além das Dirty Grills, Budang e Nouvella – não por acaso são projetos que furaram a bolha da Ilha de SC e chegam a outros cantos do país.
Capa de “II”, novo EP da banda Stoya, também de Floripa e que remete a uma viagem sem volta pelo “space rock” – Foto: Divulgação
A viagem sem volta de Stoya
A outra dica que eu apresento a vocês é o EP “II”, da Stoya, outra interessantíssima banda de Florianópolis, que também é cria do evento pandêmico. Ali estão remanescentes de outra banda muito bacana gestada também no Sul da Ilha, a saudosa e “demolidora” Mar de Quirino.
Stoya tem sido modesta nas suas produções. Assim como o EP de estreia, lançado em 2019, “II” traz apenas três canções. Porém, todavia, entretanto… que pauladas! Parecem pensadas deliberadamente para atiçar a nossa compulsão por ouvir mais. É uma viagem sideral sem volta!
E aí vale registrar o trabalho do Ouié Estúdio, do Paulo Costa Franco, sempre primoroso.
Há sempre os “poréns” que não podemos nos furtar e eu faço aqui as minhas ressalvas. Tanto em “Dirty Grills” quanto em “II”, os dois trabalhos “pecam” em um ponto: acabam muito rápido e eu já preciso de mais!
