Gravações interceptadas pela Polícia Civil de Pernambuco mostram que o empresário Rodrigo Carvalheira tentou usar sua influência política para interferir em investigações que resultaram em seu indiciamento por estupro de vulnerável. Ele é acusado de drogar e abusar sexualmente de três mulheres entre 2009 e 2019. Em uma das conversas, Carvalheira sugere uma “reunião para tratar de um assunto pessoal importante” com um secretário estadual.
A defesa do empresário não comentou as denúncias ao ser procurada pela mídia. Quando Carvalheira foi denunciado pelo Ministério Público no primeiro dos três casos, sua advogada, Graciele Queiroz, afirmou que ele “sempre esteve à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários”.
As mensagens interceptadas indicam que Carvalheira tentou obter ajuda de autoridades para mover as investigações da Delegacia da Mulher para um órgão onde pudesse exercer maior influência. Ele supostamente procurou os secretários estaduais de Turismo e Lazer, Daniel Coelho, e da Casa Civil, Túlio Vilaça, para essa finalidade. Enquanto Coelho não respondeu à reportagem, Vilaça confirmou ter recebido uma mensagem de Carvalheira, mas que não a respondeu e não agendou nenhum encontro.
Devido à possível interferência do empresário nas investigações, o juiz José Claudionor da Silva Filho, da 18ª Vara Criminal da Capital, decretou a prisão preventiva de Carvalheira por suspeita de obstrução de inquérito. O magistrado destacou que o investigado tinha amizade dentro da própria Polícia Civil de Pernambuco e usava sua influência política para atrapalhar a investigação, além de intimidar vítimas e testemunhas.
