• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

    A Rede Social (jornalfloripa.com.br)

Da espera dos portuários ao avanço das construções: retratos de trabalhadores no Litoral Norte

O primeiro dia do mês de maio é dedicado à comemoração dos direitos alcançados pelos trabalhadores em todo o mundo. A tradição remonta ao dia 1º de maio de 1886, quando uma greve foi iniciada na cidade de Chicago, nos EUA, com o objetivo de conquistar melhores condições de trabalho.

A 8 mil quilômetros e 138 anos de distância, os trabalhadores portuários de Itajaí, no Litoral Norte catarinense, vivem uma situação um pouco parecida: lutam com a esperança de um dia voltar a ver o porto itajaiense em toda a sua glória.

Porto está sem movimentação desde dezembro de 2022 – Foto: Porto de Itajaí/Reprodução

Há aproximadamente um ano e quatro meses sem movimentações de cargas, o Porto de Itajaí aguarda o fim das análises de documentações por parte da Receita Federal para voltar a receber navios com contêineres.

Nascido e criado em Itajaí, Carlos Alberto Correa é trabalhador portuário avulso e trabalha no Porto desde 1995. Ele é arrumador, profissional responsável pela movimentação de mercadorias, cargas e descargas no pátio e nos navios e falou com o Portal ND Mais sobre a situação que os trabalhadores portuários estão enfrentando.

Sem contêineres, portuários trabalham com outros tipos e carga no Porto de Itajaí – Foto: Arquivo Pessoal

“Nossas lideranças saíram de porto em porto no Brasil atrás de cargas e agora nós estamos trabalhando com celulose, material siderúrgico e açúcar. O porto movimenta uma cadeia muito grande de serviços, como os caminhoneiros e os despachantes marítimos”, conta Carlos.

Carlos trabalha desde os anos 90 no Porto de Itajaí – Foto: Arquivo Pessoal

“Quase todos trabalhadores portuários buscaram outra renda e temos muitos exemplos: motorista de aplicativo, entrega de mercadorias, alguns em outros terminais. O município deixou de arrecadar mais de R$ 50 milhões em impostos e, além disso, a renda dos trabalhadores movimentava o comércio em geral”, desabafa.

O Porto de Itajaí e a cidade passaram por várias adversidades, como as enchentes de 1983, 2008 e 2011. A esperança dos trabalhadores é de que o porto consiga passar por mais um desafio.

Ao todo, 600 trabalhadores foram demitidos desde a paralisação das movimentações – Foto: Arquivo Pessoal

“Foram 600 demissões e quase 500 trabalhadores avulsos que estão sem renda, tiveram cerca de 80% de sua receita reduzida e poucas oportunidades de trabalho. Não perdemos a esperança na retomada das operações. Esperamos que até o mês de outubro isso volte, temos lutado por isso”, fala Ernando João Alves Júnior, presidente do Sindicato dos Arrumadores e da Intersindical dos trabalhadores portuários de Itajaí.

Em abril, a Mada Araújo, empresa arrendatária das operações do terminal, expressou expectativa para que, em maio, as movimentações retornem.

“Estamos esperando agora a Receita Federal, ela já está analisando a nossa documentação de alfandegamento e a gente acredita que tão logo eles concluam, a gente estará apto a funcionar”, disse à NDTV o CEO da Mada Araújo, Marcos Antônio.

De um lado a espera, do outro o crescimento

Ao contrário dos trabalhadores portuários de Itajaí, para quem trabalha na construção civil no Litoral Norte sobram postos de trabalho. Itapema, por exemplo, lidera a geração de empregos na área em Santa Catarina, como revelado pelo ND Mais no último mês.

Com milhões em negociações e o metro quadrado mais caro do Brasil, Balneário Camboriú não fica atrás: a cidade possui um estoque de mais de 7,2 mil trabalhadores da construção civil, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Contrariando o estigma de espaço masculino, Stephane Domeneghini é uma das engenheiras à frente da construção do maior residencial da América Latina, o One Tower, da construtora FG Empreendimentos.

Stephane Domeneghini é líder em área antes dominada por homens – Foto: Arquivo Pessoal

“Eu lidero uma equipe formada por engenheiros e arquitetos e nós trabalhamos buscando soluções inteligentes para edifícios altos. Muito mais do que fazer uma gestão de pessoas, meu foco é  gerir estudos, soluções, buscar alternativas, fornecedores projetistas de fora do Brasil para importarmos o conhecimento técnico, visando o desenvolvimento da engenharia no país e melhor eficiência possível para prédios tão altos”, explica Stephane ao ND Mais.

Há 15 anos na área, a engenheira natural do Rio Grande do Sul acredita no potencial da construção civil como polo gerador de empregos e um dos critérios para o desenvolvimento de uma cidade.

“O mais importante no dia do trabalhador é que sempre se pense que um esforço pautado pelos bons princípios, pelos princípios de fazer correto, com alta qualidade, buscando o melhor e se esforçando para ser diferente, ser acima da curva, mas com um bom princípio e com um impacto positivo a todos”, finaliza a engenheira.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.