Após a demissão de dez professores temporários da rede estadual de ensino, o governo de Santa Catarina propôs reverter a decisão, caso a greve seja encerrada imediatamente. No fim da tarde desta terça-feira (7), foi enviada uma proposta ao Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Santa Catarina) com os pontos reivindicados pela classe.
Na proposta apresentada pelo Estado foram acatadas reivindicações dos grevistas, tais como: a antecipação do aumento do vale alimentação para R$ 25 por dia, aplicação de um terço da hora-atividade e lançamento de edital para um novo concurso público.
De acordo com o governo, apenas a descompactação da tabela salarial não será atendida. Contudo, informou que serão realizados estudos para avaliação de impactos, por grupo técnico das secretarias de Educação, Administração e Fazenda.
A greve dos professores da rede pública estadual de Santa Catarina teve início há duas semanas, no dia 23 de abril. Dias após o anúncio da paralisação, integrantes do governo definiram que os professores temporários em greve no estado seriam demitidos. A decisão foi comunicada em um encontro entre titulares da Secretaria de Educação e diretores das unidades escolares.
Justificativa do governo
O governo justificou que as faltas dos professores por conta da greve seriam caracterizadas como abandono. Dessa forma, foi definido que na quarta falta consecutiva, ou na sexta intercalada, seria encaminhada a dispensa, caso o professor não retornasse imediatamente à escola.
Além disso, foi reiterado que os professores poderiam ser proibidos de participar de concursos públicos por um período de três anos, caso prosseguissem com as faltas pela greve.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais no dia 28 de abril, o governador Jorginho Mello afirmou ter determinado que a Secretaria de Educação descontasse as faltas dos professores grevistas, e anunciou que iria contratar imediatamente professores temporários para manter as salas de aula funcionando.
Greve dos professores teve início há duas semanas
A greve dos professores no Estado completou duas semanas nesta terça-feira (7). Uma das principais reivindicações do Sinte-SC é a realização de um novo concurso público no Estado, já que, segundo a categoria, sete em cada dez professores são temporários, o que significa que a quantidade de efetivos, que deveria ser maioria, representa menos de 30% do total.
Outras reivindicações do sindicato são o reajuste do Piso Nacional na tabela salarial, com descompactação da tabela – ponto negado na proposta do governo; aplicação da hora atividade para todos os trabalhadores da educação e revogação total do desconto de 14% aplicado na folha de pagamento dos aposentados.