Um vídeo recentemente viralizou nas redes sociais, mostrando uma impressionante cena de uma cobra naja supostamente devorando um lagarto inteiro. No entanto, o biólogo das cobras, Henrique, veio a público para esclarecer o verdadeiro significado por trás das imagens.
O biólogo das cobras explicou o mistério por trás do vídeo da cobra naja devorando o lagarto. – Foto: Biólogo Henrique/Reprodução/ND
“Isso aqui é muito sinistro, mano. Caraca, velho, devorou o lagarto inteirinho, velho”, esse foi o relato Henrique ao comentar sobre o vídeo. No entanto, o biólogo logo desvendou o mistério por trás da cena.
“O que tá acontecendo aqui é que esse vídeo, ele, na verdade, tá invertido”, explicou Henrique.
“O que tá acontecendo é que essa serpente regurgitou, então, o vídeo é assim: ela regurgitou e alguém filmou e colocou o contrário. Entendeu a parada? Essa cobra não tava se alimentando, tava regurgitando”, esclarece.
Comportamento comum em situações de estresse
Segundo o biólogo, a regurgitação das serpentes é um comportamento comum em situações de estresse.
“Serpentes, quando estressadas, podem acabar regurgitando, e isso deve ter acontecido porque alguém tava ali, pegou a serpente que tinha acabado de se alimentar ou algo parecido, e ela foi estimulada a regurgitar”, detalhou.
Ele também destacou a importância desse comportamento para a sobrevivência das serpentes.
“Isso é uma estratégia para que elas possam ficar hipoteticamente mais leves. Um lagarto daquele tamanho poderia deixar aquela serpente inviável para fugir”, enfatizou o biólogo.
Técnica específica de alimentação
Henrique ressaltou que as serpentes têm uma técnica específica de alimentação.
“Serpentes sempre começam a comer pela cabeça, e o processo de consumir um alimento inteiro pode levar um tempo considerável. Quem cria serpente sabe disso”, afirmou.
Assista à explicação do biólogo:
Conheça mais sobre a cobra naja:
A cobra Naja, também conhecida como cobra-real, é uma das serpentes mais impressionantes e temidas do mundo.
Pertencente à família Elapidae, é reconhecida por sua aparência distinta e por ser uma das serpentes venenosas mais perigosas encontradas na África e na Ásia.
Caracterizada por seu corpo longo e esguio, a Naja pode atingir comprimentos impressionantes, variando de cerca de 1,5 a 2,5 metros, dependendo da espécie.
Sua coloração varia entre tons de marrom, cinza e preto, muitas vezes com marcas distintas, como faixas ou padrões em forma de diamante ao longo do corpo.
O veneno da Naja é extremamente potente e neurotóxico, o que significa que afeta o sistema nervoso da presa ou do agressor.
Ela é capaz de injetar uma quantidade significativa de veneno através de suas presas ocas, localizadas na parte frontal de sua mandíbula.
Uma única mordida de uma Naja pode ser fatal para um ser humano adulto se não for tratada rapidamente.
Cobra naja tem uma mordida que pode ser fatal – Foto: Reprodução/Freepik/ND
Apesar de sua reputação ameaçadora, as cobras Naja são animais geralmente tímidos e preferem evitar confrontos com seres humanos.
Elas são mais ativas durante a noite e geralmente caçam pequenos mamíferos, anfíbios e outras cobras como presas.
Sua capacidade de erguer até um terço do corpo do chão e espalhar uma membrana na região do pescoço, conhecida como “capelo”, é uma característica intimidadora e muitas vezes usada como um sinal de alerta quando se sentem ameaçadas.
Embora sejam temidas por sua toxicidade, as cobras Naja também desempenham um papel importante no controle de populações de roedores e outras espécies consideradas pragas.
No entanto, o contato próximo com esses animais deve ser evitado a todo custo devido ao risco de envenenamento.
Além disso, as cobras Naja são frequentemente objeto de estudo e pesquisa científica devido à sua venenosidade e comportamento único.
