Diante da maior tragédia climática recente no Rio Grande do Sul, a discussão sobre a paralisação do Campeonato Brasileiro ganhou relevância, e trouxe à tona, o silêncio da Rede Globo, detentora da transmissão do campeonato. A CBF, após um debate inconclusivo com clubes e também patrocinadores, optou mais uma vez, por adiar os jogos dos times gaúchos neste fim de semana. No entanto, a paralisação completa da competição está cada vez mais fora de cogitação e discussão, já que a entidade enfrenta resistência de alguns clubes que não concordam com a interrupção do calendário esportivo.
Enquanto Grêmio e Internacional seguem sem condições de treinar devido aos estragos causados pelas chuvas e enchentes, outros clubes como Juventude e Caxias já retomaram suas atividades. A federação gaúcha, em conjunto com os clubes mais afetados, solicitou um adiamento dos jogos por até 20 dias para permitir a recuperação das equipes e a estabilização da situação local. Porém, a CBF parece inclinada a monitorar a situação e adiar os jogos pontualmente, ao invés de uma paralisação geral.
A falta de uma diretriz clara nos regulamentos da CBF para lidar com situações extremas como essa destaca a complexidade da decisão. Embora o Regulamento Geral das Competições e o Regulamento Específico da Competição não prevejam a paralisação da competição por motivos climáticos, tal documento não impede a possibilidade de tomar medidas excepcionais, caso julgue necessário. A realidade é que o impasse continua, e agora começam a surgir pressões crescentes sobre a Rede Globo, como detentora dos direitos de transmissão, para se manifestar sobre a viabilidade e justiça de uma paralisação temporária do Campeonato Brasileiro diante das circunstâncias enfrentadas pelo estado gaúcho.
