A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) prevê que as fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul desde o final de abril terão impacto direto nos preços dos alimentos. Segundo a entidade, tanto a perda de produtos quanto os problemas na logística de transporte podem contribuir para a alta dos preços.
Dentre os produtos que devem ser afetados estão os derivados de leite e o arroz, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor nacional deste último. Embora mais de 80% da safra já tenha sido colhida, ainda não é possível determinar o impacto nos estoques restantes. Além disso, os alagamentos e os danos à infraestrutura estadual podem dificultar o transporte não só do arroz, mas também de frutas tradicionais da região, como uva, pêssego e maçã.
A análise da federação também destaca os possíveis impactos na criação de gado para produção de leite, devido à perda de animais e pastagens, bem como à qualidade da água consumida pelos mesmos.
Apesar de enfatizar os desafios no abastecimento de alimentos, a Fecomercio alerta para os danos sistêmicos causados pelas chuvas. Comparando com a tragédia de Brumadinho, a entidade sugere que os prejuízos no Rio Grande do Sul podem ter um impacto ainda maior no Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A situação é grave no estado, com a Defesa Civil já registrando 100 mortes, afetando cerca de 1,45 milhão de pessoas em 417 municípios. Cerca de 66,7 mil pessoas estão desabrigadas devido às inundações, deslizamentos e desmoronamentos.
