Após ser envolvida em acusações de calote por não realizar a formatura de estudantes de medicina em janeiro, a Brave Brazil, empresa de eventos de Florianópolis, agora é alvo de denúncias de ex-empregados, que entraram em contato com o ND+.
Segundo o grupo, a empresa deve salários e indenizações relativas a rescisões de contrato. Os ex-funcionários afirmam que cerca de 170 pessoas foram demitidas no início do ano, e estavam sem receber salários desde julho de 2022. De acordo com relatos ouvidos pela reportagem do ND+, em apenas dois casos, os valores devidos já ultrapassariam R$ 1 milhão.
Os ex-funcionários se queixam e expõem imagens dos donos da empresa em um restaurante e um evento luxuoso na cidade, supostamente no último fim de semana. Os empresários, ainda segundo o grupo, não respondem a mensagens ou ligações.
“Eles sumiram por um tempo da cidade, e agora voltaram como se nada tivesse acontecido.”
Questionada, a defesa da Brave Brazil respondeu “não estar ciente dos fatos”. Contudo, segundo o escritório Santa’Ana Advogados Coligados, que assessora a empresa, a Brave deve usar “todas as ferramentas legais disponíveis para que os danos sofridos sejam indenizados”.
Relembre o caso da formatura da Brave Brazil
Formandos de medicina de Maringá (PR) denunciaram que foram vítimas de um golpe da Brave em janeiro. O prejuízo, conforme a comissão de formatura que representa os 123 estudantes, seria de aproximadamente R$ 3 milhões. A empresa nega o golpe.
A festa de formatura estava marcada para o dia 21 de janeiro, mas não aconteceu. A empresa foi contratada havia cerca de cinco anos e não teria entregado o combinado, segundo os formandos.
Fornecedores contratados pela empresa não teriam recebido parte do pagamento. Alguns desmontaram estruturas montadas no Parque de Exposições de Maringá, onde a festa aconteceria.
Outra denúncia feita por ex-funcionários e fornecedores, em abril, era de que, para economizar, a empresa, que prestava serviços para alunos de medicina, servia alimentos vencidos em suas formaturas, ou então, perto da data de vencimento.
A defesa da empresa diz que a informação não é verdadeira. “Nunca tivemos em nenhum evento qualquer problema com intoxicação ou contaminação alimentar”, afirmou a Brave Brazil, que ainda afirmou, em abril, que “a empresa sempre entregou o que foi contratado”.