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Conheça a carreira militar de José da Silva Paes, ícone da história de Florianópolis

“De todos estes homens, o que mais se aproxima do ideal do engenheiro setecentista, em que se fundem o técnico, o político e organizador é José da Silva Paes, que funda províncias, constrói fortalezas e desenha mapas”.

Foi assim, parafraseando o texto de Jaime Cortesão, autor da obra ‘Histórias do Brasil nos Velhos Mapas’, que o assessor de patrimônio imobiliário da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, coronel Wilson Soares Junior, definiu a importância do brigadeiro para as forças de segurança e o desenvolvimento de cidades, como Florianópolis e outras, do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Silva Paes dá nome a sede da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro

Sede da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro, na rua Bocaiuva, no Centro de Florianópolis, leva o nome do Brigadeiro José da Silva Paes – Foto: Windson Prado/ND

Para quem não sabe, o brigadeiro José da Silva Paes foi o primeiro governador da Capitania da Ilha de Santa Catarina. Enviado pela corte portuguesa a Florianópolis, quando a vila ainda era chamada de Desterro, ele esquematizou e construiu um importante sistema de segurança da Ilha e Continente com a criação das fortalezas.

Silva Paes também planejou a edificação da igreja matriz e o Palácio Cruz de Sousa e foi o responsável pela vinda do povo açoriano à Capital, entre outros feitos.

Nome ímpar das forças armadas, Silva Paes é homenageado pelo Exército Brasileiro como patrono da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, a Brigada Silva Paes, que fica na rua Bocaiuva, no Centro de Florianópolis.

“Ele foi visionário e fez a diferença em todas as cidades por onde atuou. Basta olhar a história de Florianópolis para perceber a relevância dos feitos do brigadeiro, que até hoje estão em nosso cotidiano”, avalia o coronel Soares Junior.

Silva Paes trouxe segurança e desenvolvimento a Florianópolis

“Silva Paes é um dos responsáveis pelo Brasil ter os limites territoriais que tem hoje. Ele defendeu os interesses de Portugal, desenvolvendo suas colônias, garantindo segurança, estrutura administrativa e colonização”, pontua Soares Junior. O militar explica que é preciso entender o contexto histórico da época para se ter noção do quanto Silva Paes foi importante.

“Era um tempo de muita disputa de território, principalmente entre Portugal e Espanha. Portugal tinha essa consciência e mandou um de seus melhores militares para criar cidades, colonizá-las e fortalecer sistemas de defesas dessas terras. Silva Paes sabia que essa era a melhor maneira de garantir a posse dos territórios”, enfatiza o coronel Soares Junior.

Retrato do brigadeiro Silva Paes exposto na sede da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro – Foto: Reprodução/Windson Prado/ND

A Ilha de Florianópolis estava bem no centro dessa disputa como ponto estratégico para navegadores e exploradores que faziam a rota Rio de Janeiro – Argentina. “A ilha ficou muito visada naquela época, por isso, a Corte Portuguesa envia Silva Paes para cá, para literalmente marcar território”, reforça.

“Após uma breve estruturação administrativa, o brigadeiro traz a Desterro o povo açoriano – ele já tinha atuado militarmente por lá, conhecia aquele povo, que também confiava muito nele – isso, somado à criação do sistema militar defensivo, com as fortalezas, foi a maneira encontrada de evitar invasões de povos estrangeiros”, enfatiza o militar.

Trabalho de Silva Paes não foi fácil

Apesar de toda vocação que o brigadeiro José da Silva Paes tinha para estruturar os locais por onde passou, o trabalho do militar português não deve ter sido fácil.

“Era um tempo de muitos conflitos, invasões, sem toda a acessibilidade e modernidade que temos hoje. Imagina fazer a viagem de Portugal a Florianópolis em um navio daquela época. Ou buscar insumos para construir as fortalezas”, questiona o assessor de patrimônio imobiliário da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada.

“Silva Paes foi visionário”, diz coronel Wilson Soares Junior, assessor de patrimônio imobiliário da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada – Foto: Windson Prado/ND

Silva Paes, como engenheiro, projetou e construiu quatro: a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim (1739), São José da Ponta Grossa (1740), Santo Antônio de Ratones (1740) e Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba (1742).

“A segurança da Ilha sempre foi uma preocupação dos governantes, tanto que depois de Silva Paes, outros importantes fortes foram erguidos na região. Tudo para evitar invasores e garantir a segurança da população. Mas sem dúvida, o nome mais relevante na segurança da Ilha de Santa Catarina é o de Silva Paes”, enfatiza.

A carreira de Silva Paes

O brigadeiro português José da Silva Paes nasceu em Lisboa, foi batizado em 25 de outubro 1679. Na Europa, ingressou nas forças armadas em 1701, onde estudou engenharia. Diante de tanta expertise, talento, conhecimento e atitude, não demorou muito para que o jovem ascendesse na carreira militar.

Em terras lusitanas tornou-se brigadeiro, cargo de alta relevância na época. Depois disso, foi enviado pela coroa portuguesa para vários territórios, entre eles o Brasil.

Quadro com o brasão da família do brigadeiro Silva Paes exposto na 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro – Foto: Reprodução/Windson Prado/ND

“Silva Paes chega ao Brasil em 1712, com apenas 33 anos, encarregado de examinar, planejar e fortificar as fortificações do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Na época, os portugueses tinham receio de uma possível invasão francesa nas colônias brasileiras”, explica Soares Junior.

Em terras tupiniquins, Silva Paes integra o Conselho Ultramariano, que regia, fiscalizava e julgava os interesses de Portugal no desenvolvimento das colônias, aprovando ou não construções importantes. Nesse sentido, Silva Paes agiu como encarregado da construção de várias fortalezas e estruturas governamentais, destaque para a Fortaleza da Lajem, prédio da Alfândega, no Rio de Janeiro, e a construção dos fortes na Ilha das Cabras, Santa Cruz, São Luiz, São Januário e Conceição.

Obra exposta na 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro retrata o brigadeiro Silva Paes na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim – Foto: Reprodução/Windson Prado/ND

“Silva Paes também fundou a cidade de Rio Grande em 1737 e iniciou a construção do forte Jesus, Maria, José, indispensável à Colônia do Sacramento. Ao todo, foram mais de 14 anos atuando no Brasil à mando da corte portuguesa”, finaliza o assessor de patrimônio imobiliário da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, coronel Wilson Soares Junior.

Biografia | José da Silva Paes

  • Nasceu na Freguesia de Nossa Senhora das Mercês, Lisboa, Portugal; (batizado em 25 de outubro de 1679);
  • Morreu na Freguesia dos Anjos, em Lisboa, em 14 de novembro de 1760.

Títulos e feitos:

  • Cavaleiro Fidalgo da Casa Real;
  • Cavaleiro da Ordem de Cristo;
  • Coronel de Infantaria;
  • Governador interino do Rio de Janeiro;
  • Comandante da expedição militar de apoio a à Colônia de Sacramento;
  • Fundador da Vila do Rio Grande de São Pedro;
  • 1º governador da Capitania da Ilha de Santa Catarina;
  • Governado interino da Colônia de Sacramento;
  • Responsável pela vinda do povo açoriano ao Sul do Brasil.

Floripa 350

O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.

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